Jovens rejeitam sexo e romance na TV e preferem histórias de amizade e conexões reais

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Um novo estudo do Center for Scholars & Storytellers (CSS) da UCLA, o relatório Teens & Screens 2025, revela que jovens de 13 a 24 anos estão cada vez menos interessados em sexo e romance em filmes e séries. Diferente do que a indústria costuma presumir, esses temas não são a prioridade desse público: a maioria prefere ver histórias sobre amizade e conexões platônicas.

Quase metade dos entrevistados afirmou que o romance é usado em excesso na mídia (44,3%) e que o sexo é muitas vezes desnecessário nos enredos (47,5%). Mais da metade (51,5%) quer ver histórias que explorem laços de amizade, e 39% desejam personagens arromânticos ou assexuais (ace/aro) em papéis centrais.

“Os adolescentes não estão apenas pedindo menos sexo na tela. Eles querem que a mídia reflita novos tipos de relacionamento, que não dependam de romance ou intimidade sexual para criar conexão entre personagens”, explica a Dra. Yalda T. Uhls, fundadora e diretora do CSS e professora adjunta de psicologia da UCLA.

Abordagens românticas tradicionais, como triângulos amorosos, finais onde protagonistas sempre se unem ou histórias que sugerem que a felicidade depende do romance, estão entre os elementos mais rejeitados pelos jovens. Apesar de terem sido popularizados por franquias como Crepúsculo e Jogos Vorazes, esses clichês hoje causam desgaste entre o público adolescente.

“Com o aumento da solidão e do isolamento pós-COVID, os jovens buscam na mídia modelos de conexão que não sejam centrados em sexo ou romance. Muitos preferem permanecer solteiros, e o consumo de conteúdo reflete essa mudança”, acrescenta Uhls.

A pesquisa entrevistou 1.500 jovens entre 10 e 24 anos, representando fielmente o censo americano de 2020 em termos de raça e gênero. Ela também identificou que os adolescentes valorizam conteúdo original, preferem maratonar séries e buscam autenticidade na mídia, escolhendo plataformas e programas que reflitam experiências reais em vez de fórmulas românticas ou sexuais.

Segundo Stephanie Rivas-Lara, gerente de engajamento juvenil do CSS, “os adolescentes estão usando a mídia como um ‘terceiro lugar’ para se conectar e encontrar pertencimento. Não querem sexo nem romance, mas sim histórias que espelhem relações reais e diversas, especialmente após a pandemia e diante de crises globais.”

Entre os conteúdos mais autênticos aos olhos dos jovens estão o canal do YouTube do Mr. Beast, séries como Stranger Things, Heartstopper, Barbie e O Verão que Mudou Minha Vida, além do TikTok como plataforma de referência.

Bianca Lucca

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