Funcionários que tiraram ‘dia de folga para sexo’ dizem ter mais produtividade

Publicado em Sexo e saúde

A noção de bem-estar corporativo está mudando, e, junto com ela, a maneira como as empresas lidam com o bem-estar sexual de seus funcionários. O tema, antes restrito à vida privada, começa a entrar nas conversas de RH por meio de licenças médicas ampliadas, horários flexíveis e até a proposta dos chamados “dias de sexo”: folgas voltadas à intimidade, saúde sexual e relacionamentos.

Para entender o impacto dessa tendência, a ZipHealth ouviu 800 funcionários e 200 gestores nos Estados Unidos. A pesquisa revela um cenário em que tanto empregadores quanto trabalhadores reconhecem o papel da vida sexual no equilíbrio emocional e na produtividade.

Mais de três em cada cinco funcionários declararam apoiar a ideia de “dias de sexo”, sejam eles remunerados ou não. Na prática, 60% afirmaram já ter tirado folga para passar tempo de qualidade com o parceiro, enquanto 16% fizeram isso com o objetivo específico de priorizar a intimidade. Outros 20% reservaram o tempo livre para exames de rotina, como testes de ISTs, e 10% o fizeram para sessões de terapia de casal.

Entre os mais jovens, o apoio é ainda mais expressivo: três em cada quatro pessoas da Geração Z e millennials defendem que essas folgas sejam incorporadas formalmente às políticas das empresas. Setores como tecnologia, saúde e finanças aparecem à frente na abertura para discutir o tema.

As consequências de incluir o bem-estar sexual na agenda corporativa vão além da satisfação pessoal. Metade dos funcionários que já tiraram um “dia do sexo” relataram aumento na produtividade, enquanto 47% acreditam que a medida ajudaria a reduzir o estigma em torno da saúde sexual.

Além disso, três em cada cinco entrevistados afirmam que a discussão sobre o tema poderia melhorar a saúde mental e o bem-estar geral. Quase 60% apontam que a priorização da vida sexual saudável teria potencial para diminuir o esgotamento e o absenteísmo.

Apesar dos benefícios, o assunto ainda encontra barreiras: apenas 1 em cada 5 americanos se sentiria à vontade para conversar com o gerente sobre tirar um “dia de folga para sexo”. Mesmo assim, 20% dos entrevistados afirmam que considerariam trocar de emprego caso outra empresa oferecesse esse tipo de benefício.

O estudo também mostra que, para alguns, a fronteira entre vida profissional e pessoal já se tornou mais tênue. Cerca de 14% dos entrevistados admitiram ter feito sexo no local de trabalho. Entre os que trabalham presencialmente, o índice chega a 10%; entre os que atuam remotamente, 12%. Há ainda 7% que disseram ter feito sexo durante uma videoconferência e 6% que criaram reuniões falsas apenas para ficarem a sós com seus parceiros.

Com o avanço dessas discussões, empregadores começam a perceber que apoiar o bem-estar sexual pode beneficiar toda a organização. Embora apenas 15% das empresas digam estar dispostas a adotar oficialmente “dias de sexo”, a pauta cresce como parte das estratégias de bem-estar e diversidade.