Entre ceias fartas, encontros familiares e trocas de presentes, o Natal guarda uma estatística urológica pouco comentada. Uma pesquisa identificou um recorte temporal de altas incidências de fraturas penianas durante os dias que cercam as celebrações natalinas. Conforme dados de internações hospitalares, o risco desse tipo de lesão aumenta justamente entre 24 e 26 de dezembro, período marcado por maior convivência doméstica, interrupção da rotina e clima festivo. Aos que quiserem ter relações nesta sexta-feira (26/12), recomenda-se então um cuidado dobrado.
Publicado na revista científica British Journal of Urology International, o levantamento analisou registros de 3.421 pacientes hospitalizados por fratura peniana entre 2005 e 2021. Nesse intervalo de 17 anos, 40 casos — o equivalente a 1,2% do total — ocorreram exclusivamente em 24, 25 e 26 de dezembro, somando 51 dias de Natal ao longo da série histórica. A incidência diária nesse período foi de 0,78, superior à média anual, o que resultou em uma taxa de incidência (IRR) de 1,43, com significância estatística. Segundo os autores, se todos os dias do ano apresentassem o mesmo padrão do Natal, haveria 43% mais fraturas penianas na Alemanha desde 2005.
O dado reforça que os casos se concentram principalmente no entorno imediato do Natal, mais especificamente entre a véspera e o dia seguinte à data comemorativa (24 e 26/12). A pesquisa também aponta que outros momentos associados ao lazer e ao descanso, como fins de semana e o verão, apresentam incidência mais elevada da lesão, embora em menor magnitude do que a observada entre 24 e 26 de dezembro.
Fraturas penianas ocorrem quando há flexão forçada do pênis ereto, geralmente durante a relação sexual, sendo a posição que mais registra tal incidente a vaqueira reversa (ou sentada de costas). Esse tipo de lesão é caracterizado por um estalo audível seguido de dor intensa, inchaço rápido e hematoma, exigindo atendimento hospitalar de urgência e, em muitos casos, intervenção cirúrgica imediata para minimizar sequelas.
No entanto, os que desejam ter relações no feriado podem ficar tranquilos: segundo estimativas do National Institutes of Health, a fratura peniana é um caso raro, registrado em 1 a cada 100 mil homens.
Em contraste, o ano novo não reproduz o mesmo comportamento. No período compreendido entre 31 de dezembro e 2 de janeiro, foram registrados 28 casos, correspondentes a 0,82% do total, com incidência diária de 0,58 e IRR de 0,98, o que indica ausência de aumento em relação à média anual. Para os pesquisadores, o resultado mostra que nem todos os feriados de fim de ano estão associados ao mesmo risco, destacando os três dias natalinos como um ponto fora da curva na sazonalidade das fraturas penianas.

