Em 2025, o cinema voltou a tratar o sexo menos como choque gratuito e mais como ferramenta narrativa, explorando desejo, intimidade e poder com liberdade estética e intenção dramática. Longe da pornografia explícita, as cenas que mais repercutiram foram aquelas capazes de provocar pela construção — seja pela tensão entre personagens, pela sensualidade sugerida ou pela forma como o corpo e o prazer dialogam com a história.
O resultado é uma safra de filmes que reacende o debate sobre erotismo na tela grande e mostra como o sexo, quando bem filmado, pode ser tão impactante quanto qualquer reviravolta de roteiro. Confira uma seleção de produções que abordaram sexo em 2025:
Babygirl
Um thriller erótico dirigido por Halina Reijn que acompanha Romy, uma executiva de sucesso cuja vida familiar e carreira começam a desmoronar quando ela se envolve em um caso intenso e proibido com seu estagiário muito mais jovem, Samuel. À medida que o relacionamento avança, as dinâmicas de poder, desejo e risco começam a dominar suas decisões, colocando tudo o que ela construiu em jogo.
Pecadores
Dirigido e escrito por Ryan Coogler, este filme de terror gótico com elementos de drama e fantasia se passa em 1932 no Delta do Mississippi. Dois irmãos gêmeos interpretados por Michael B. Jordan retornam à sua cidade natal para recomeçar a vida, mas acabam sendo confrontados por um mal sobrenatural que ameaça a comunidade inteira. A cena de sexo com cuspe na boca foi uma das mais comentadas na crítica internacional.
Mickey 17
Dirigido por Bong Joon-ho e baseado no romance Mickey7 de Edward Ashton, o filme acompanha Mickey Barnes, um trabalhador descartável enviado para missões perigosas em uma colônia espacial em planeta gelado. Cada vez que Mickey morre, ele é clonado e retorna com lembranças intactas, numa missão que mistura ficção científica, humor negro e reflexão sobre identidade e sacrifício. Embora o foco seja a narrativa fantástica, Robert Pattinson protagoniza cenas quentes com a personagem de Naomi Ackle — como a de um ménage com um clone seu e a namorada.
Bridget Jones: Louca pelo Garoto
Quarto filme da franquia Bridget Jones, o longa mostra Bridget (Renée Zellweger) agora viúva e mãe solteira de dois filhos tentando equilibrar trabalho, maternidade e uma vida amorosa em meio ao luto. Encorajada por amigos e familiares, ela decide voltar ao mundo dos encontros e acaba atraindo a atenção de um homem mais jovem, enfrentando desafios e descobertas emocionais ao retomar sua jornada pessoal e sexual.
Baby
Dirigido por Marcelo Caetano, este drama brasileiro acompanha Wellington, apelidado de Baby, que, após ser liberado de um centro de detenção juvenil, caminha pelas ruas de São Paulo sem rumo ou apoio. Sua rotina muda quando ele conhece Ronaldo, um garoto de programa mais velho que passa a lhe ensinar formas de sobreviver na cidade. Aos poucos, a relação entre os dois se transforma em uma conexão complexa, marcada por conflito, cumplicidade e descobertas. As sequências de sexo cumprem um papel fundamental na construção da narrativa ao articular a busca por afeto dentro de vivências LGBTQIA+ e ao retratar o sexo em suas múltiplas dimensões, inclusive aquelas mais incômodas e difíceis de encarar.
Amores Materialistas
Filme de Celine Song que gira em torno de Lucy, uma casamenteira que se vê no meio de um complicado triângulo amoroso. Enquanto ainda nutre sentimentos por um garçom aspirante a ator, ela começa a se relacionar com um homem rico e perfeito aos olhos de muitos. Dividida entre o passado e as possibilidades do futuro, Lucy precisa enfrentar seus próprios desejos e prioridades. O conflito romântico ainda é protagonizado por Chris Evans, Dakota Johnson e Pedro Pascal.
Parthenope — Os Amores de Nápoles
Dirigido por Paolo Sorrentino, o filme parte do mito grego da sereia Partenope, que se lança ao mar após fracassar na tentativa de seduzir Ulisses, para construir um retrato do amadurecimento de uma mulher ao longo de diferentes fases da vida. A narrativa atravessa décadas e se apoia em uma encenação marcada por imagens de forte apelo estético, nas quais sensualidade e beleza visual caminham juntas, intensificando-se especialmente nas cenas de sexo. Uma dessas sequências, inclusive, gerou controvérsia ao ser denunciada pela Igreja Católica devido à forma como o filme aborda o milagre do sangue de São Januário.
Twinless – Um Gêmeo a Menos
Comédia ácida escrita e dirigida por James Sweeney, o filme segue dois jovens que se conhecem em um grupo de apoio para pessoas que perderam o irmão gêmeo. Ao desenvolverem uma amizade improvável — e sexualmente intensa — os personagens exploram temas de identidade, perda e conexão em situações inesperadas. No longa, Dylan O’Brien protagoniza uma cena de sexo explícita.
Lago dos Ossos
Com participação do brasileiro Marco Pigossi no elenco, o terror erótico acompanha as férias de um casal que escolhe um refúgio isolado às margens de um lago para viver dias de intimidade e prazer. A tranquilidade é quebrada quando eles descobrem que a casa foi reservada, no mesmo período, por outro casal de amantes. O cenário afastado se transforma em um catalisador para o desejo, e os protagonistas não escondem a intensidade das transas, marcadas por gemidos altos que soam quase como uma provocação diante da presença dos outros hóspedes. Aos poucos, porém, o clima de liberdade e excitação dá lugar a uma narrativa cada vez mais tensa, na qual jogos de poder, manipulação e perigo passam a conduzir a história.
Alpha
Dirigido por Julia Ducournau, conhecido por obras provocativas, este drama com toques de horror segue uma adolescente que lida com a rejeição dos colegas de classe e com eventos perturbadores após voltar para casa com uma misteriosa tatuagem no braço. No filme, o sexo não funciona como mero recurso ilustrativo, mas assume uma presença quase tátil para o espectador, atravessado por pulsão, estranhamento e uma intensidade que flerta com o instinto e o selvagem. A história explora temas de isolamento, transformação e os limites físicos e emocionais da juventude.
Emmanuelle
Inspirado no drama erótico de 1967, o remake de 2025 revisita a história ao atualizar elementos hoje considerados datados, mantendo, porém, a essência do filme original. Assim como no primeiro longa, a narrativa acompanha Emmanuelle em sua exploração do próprio prazer, com cenas de sexo explícitas que dialogam com o soft porn. Agora sob a direção de Audrey Diwan, o clássico francês retorna repaginado, com diversas sequências de intimidade e corpos em evidência, mas com uma abordagem que desloca o foco do olhar masculino. Mais do que provocar excitação, o filme propõe uma reflexão sobre prazer, autonomia e fantasia a partir de uma perspectiva feminina contemporânea.

