Sexualidade Trans. Foto por Bernoch
Pessoas trans podem ter uma percepção divergente da sexualidade ao longo da vida devido a construções, comportamentos e dinâmicas sociais. A hipersexualização é um destes fatores, principalmente no Brasil que, pelo 15º ano consecutivo, é o país que mais consome pornografia protagonizada por pessoas trans, conforme relatório da organização TGEU, de 2023.
Em paralelo, o Brasil continua sendo o país mais letal para a comunidade, que tem expectativa de vida de 35 anos, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Neste contexto, o fotógrafo Bernoch, homem trans bissexual de 31 anos, enfatiza que a sexualidade de ninguém deveria ser um tabu. E datas como o Dia nacional da visibilidade trans, neste 29 de janeiro, tem o objetivo de conscientizar sobre direitos, dignidade e respeito à comunidade.
“Não há jeito certo de fazer sexo. Pessoas trans, assim como as cis, transam de várias formas, cada uma com suas preferências e particularidades.”
Bernoch, fotógrafo
Para Bernoch, a adolescência foi um período de confusão ao saber que integrava a comunidade LGBTQIA+, mas não ter certeza de onde se encaixava.“Acho que eu já me sentia Bernardo e, de certa forma, sentia que era visto como, só não sabia nomear isso”, reflete.
Em uma sociedade falocêntrica, que defende a superioridade masculina, ele percebe que, às vezes, é visto como um homem incompleto, como se faltasse o “principal”. Alguns homens cis o procuram pressupondo a passividade pela presença da vagina, enquanto mulheres cis nem cogitam a relação por causa de estereótipos.
Para Violeta Andrade, pessoa não binária bissexual de 25 anos, o sexo está ligado com a intimidade, e, consequentemente, a se sentir seguro e confortável com outra pessoa. Por isso, Violeta prefere se relacionar com pessoas trans por imaginar um maior entendimento pessoal.
Antes do momento do sexo em si, Violeta já foi surpreendido com perguntas invasivas sobre a sexualidade: “Como pessoas trans transam? Você vai querer me comer ou eu vou te comer? E isso é independente da transexualidade, cada pessoa tem seu desempenho sexual e romântico.” Expectativas criadas em corpos trans, como a fetichização de travestis, são um desafio incômodo para Violeta.
Socializado como uma mulher por grande parte da vida, Violeta percebe padrões femininos impostos de agradar e dar prazer ao outro. A partir do diálogo sincero e fluido, Violeta constrói relacionamentos sem julgamento: “Minha forma de respeito e conforto é a escuta. Prestar atenção também para ver o que a pessoa curte ou não e não ter medo de dialogar durante o sexo.”
“Se cada um pensasse que sexo tem muito mais a ver com gostos pessoais do que com gênero e sexualidade, seria um babado muito mais bacana para construirmos”, Violeta completa.
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