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Você já imaginou viver sem sexo por opção? A prática caracteriza o celibato, quando relações amorosas não são prioridades na vida de uma pessoa, que muitas vezes se dedica a outras causas. Embora seja comum entre religiosos — como padres e freiras, que fazem o voto de forma permanente —, qualquer pessoa pode praticá-lo por razões pessoais ou espirituais.
Para Rê Choairy — autora de Mulher Sabática, idealizadora d’A Tenda Vermelha e do Celibato Intencional, onde combina sabedoria ancestral e práticas modernas de energia feminina —, viver o celibato intencional vai muito além de ficar sem sexo. A prática trata-se de “ficar consigo mesma”, retirando temporariamente da vida o foco em relacionamentos para redirecionar a energia do desejo e da busca por amor para a criação de propósito. Segundo a autora, relacionar-se exige energia, presença e emoção, e quando essa troca deixa de nutrir, é necessário “dar um tempo e fazer uma limpeza interior”.
Ao longo da história, a vida das mulheres muitas vezes se resumia ao casamento ou ao convento, mas para Rê, a segurança verdadeira hoje está na liberdade — financeira, emocional e espiritual — para ficar ou sair quando quiser. “O celibato é uma prática com início, meio e fim, que transforma a energia sexual, a mais criativa que possuímos, em potência de realização”, afirma. Ela descreve que a prática representa o fim da idealização do amor romântico e o início da maturidade emocional, transformando o desejo de ruído em direção e força.
Rê ressalta que o celibato é uma expressão de poder pessoal, não de controle: “Repressão é quando não há escolha, quando somos empurradas a negar o desejo por medo, culpa ou convenção. O celibato, ao contrário, é uma decisão consciente: é quando a mulher escolhe, de forma livre e lúcida, redirecionar sua energia vital para si mesma.” Ela diferencia o celibato intencional de períodos longos sem sexo ou sem parceiros, lembrando que sem consciência, pode se tornar repressão; com intenção, transforma a vida.
O impacto do celibato na relação com o corpo também é profundo. “O verdadeiro impacto está em silenciar o ruído externo para ouvir o próprio corpo com mais presença”, explica Rê. Ela cita que no feminino, o sexo possui natureza mais emocional, envolvendo conexão, vínculo e energia. Quando essa energia é canalizada para projetos, sonhos ou objetivos pessoais, o corpo se torna um templo de força e não apenas um instrumento de prazer.
A prática altera a forma como as mulheres se relacionam afetivamente. Para Rê, o celibato devolve discernimento: “Ajuda a perceber com quem vale a pena se conectar e o que realmente queremos compartilhar.” Para casais, o processo pode ser realizado conjuntamente, fortalecendo vínculos espirituais e emocionais. Para solteiros, funciona como um filtro natural, permitindo flertar e conhecer pessoas sem pressa de entrega, transformando o desejo em escolha consciente.
O celibato também interfere na maneira de sentir desejo e prazer. Rê destaca que o autotoque é uma ferramenta de autoconhecimento e reconexão: “Temos uma aula de Autotoque Tântrico que ensina práticas para despertar a sensibilidade, reconectar com o corpo e perceber que prazer também é energia de vida.” Segundo a especialista, o orgasmo fortalece as mulheres, enquanto nos homens a ejaculação dispersa energia, reforçando a importância de controlar e redirecionar a energia sexual.
Questionada sobre recaídas ou dúvidas durante o processo, Rê explica que são inevitáveis e fazem parte do aprendizado. “São testes sutis que perguntam se você realmente está comprometida com a decisão que tomou. Recaídas não são fracassos, são lembretes de que o caminho da consciência exige presença e decisão precisa todos os dias.”
O aspecto espiritual do celibato também é central. Rê contextualiza historicamente: “Durante milênios, o celibato foi praticado por monges, padres e freiras como caminho de ascensão espiritual e afastamento do prazer e das distrações mundanas.” Ela reforça que no Celibato Intencional, mesmo dentro de uma roupagem contemporânea, há rituais, propósitos e datas de início e término, conectando o corpo, mente e energia vital.
Entre os principais mitos que Rê procura desconstruir estão a ideia de que celibato é somente ficar sem sexo, que não se pode masturbar ou que exige isolamento total. O verdadeiro significado é o retorno ao autoamor e à força pessoal. “Se a mulher já está dispersando energia em muitos vínculos, o celibato ajuda a se centrar; se já vive fechada há muito tempo, talvez o aprendizado seja o oposto, flertar com a vida e testar o próprio magnetismo”, disserta.
O caminho pessoal de Rê também inspira o método. Ela conta que decidiu seguir o celibato após perceber ciclos de relacionamentos vazios e a sensação de desconexão com seu propósito. Em três meses de prática, conseguiu realizar grandes sonhos e transformar sua vida profissional e pessoal. Desde então, observa que a prática vem ganhando força no mundo todo, com movimentos similares nos EUA e na Coreia do Sul.
Vale lembrar que o celibato não reduz o desejo sexual, mas muda sua direção. Conforme Rê, “deixa de ser o centro da vida e passa a ser combustível para criar uma vida melhor”, transformando energia sexual em foco, produtividade e realização pessoal. O desejo continua pulsando, mas com propósito, e o prazer passa a residir na presença e na realização de metas e sonhos.
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