Algumas mulheres podem encarar a masturbação como um tabu, preconceito reforçado pela falta de diálogo livre sobre sexualidade feminina. Mas o ato de se tocar traz diversos benefícios comprovados à saúde mental e física.
A sexóloga e psicóloga Alessandra Araújo pontua que a masturbação promove o relaxamento ao liberar endorfina e ocitocina, hormônios associados ao bem-estar e à redução do estresse. “Hormônios liberados podem facilitar o sono; o relaxamento muscular uterino alivia cólicas menstruais; o assoalho pélvico é fortalecido; e alguns estudos até sugerem que o orgasmo aumenta a imunidade por estimular a circulação sanguínea”, argumenta.
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Ao conhecer o próprio corpo e o que lhe dá prazer, Alessandra destaca que a prática também pode melhorar a vida sexual da mulher, já que auxilia no conhecimento do próprio corpo e em descobrir o que lhe dá prazer. “Ao se masturbar, a mulher aprende sobre as zonas erógenas, o que a excita e como atingir o orgasmo, conhecimento que pode ser compartilhado com o parceiro, além de ajudar a manter a libido ativa”, explica. A inibição sexual também pode ser combatida com o autoconhecimento corporal.
Para a especialista, mitos como a masturbação ser só para quem não tem parceiro, causar problemas de saúde quando em excesso e afetar a fertilidade devem ser combatidos. “Ela (masturbação) complementa a vida sexual e não a substitui. Não há evidências científicas de que a masturbação cause danos físicos ou mentais, o ‘excesso’ é subjetivo. A masturbação é uma prática natural e não está relacionada à promiscuidade, é uma forma de autocuidado e autoconhecimento que melhora a saúde sexual e reprodutiva”, ressalta.
Entretanto, a compulsão, o uso de objetos inadequados ou práticas agressivas e a culpa pós-orgasmo devem ser observados com atenção para não se tornarem algo prejudicial. “O comportamento sexual compulsivo é tratado profissionalmente. Algumas mulheres, educadas com crenças negativas sobre sexualidade, podem sentir culpa e ansiedade com o ato, sentimentos tratados em terapia”, a psicóloga pontua.
Durante a menopausa, Alessandra disserta que muitas mulheres experimentam a diminuição hormonal, o que pode resultar em ressecamento vaginal e falta de libido. A masturbação é uma ferramenta poderosa no combate desses sintomas ao estimular a produção dos hormônios.
“A masturbação feminina é muito mais do que uma prática de prazer; ela é uma ferramenta poderosa para promover a saúde física e emocional. Através da liberação de hormônios como endorfinas, oxitocina, dopamina e estrogênio, ela ajuda a reduzir o estresse, melhorar o humor, fortalecer a saúde vaginal e promover o bem-estar geral. Além disso, contribui para o autoconhecimento e a autoestima, permitindo que as mulheres se conectem mais profundamente com seus corpos e suas necessidades”, completa a sexóloga.