Por Bianca Lucca e Arthur Monteiro* — Dedicado ao Dia do Beijo, comemorado em 13 de abril, o Blog Daquilo reuniu uma série de depoimentos sobre momentos inesquecíveis relacionados ao tema. Entre todas as confissões recebidas, uma coisa é certa: o primeiro beijo não é unanimidade.
Há os apaixonados, que treinavam nas mãos ou com o espelho e, mesmo com o bater dos dentes, guardam o momento como uma lembrança feliz. Já outros sucumbiram à pressão social, e as memórias, embora inevitáveis, são constrangedoras.
Beijo apressado e olho arregalado
A publicitária Laís Leda faz parte do segundo grupo. Sob a pressão de perder o “bv” (expressão usada para designar uma pessoa que tem a “boca virgem”) aos 13 anos, ela se lançou em uma busca durante a festa junina da escola, uma experiência que descreve como “tenebrosa”. Entre o “não” de um amigo e o “sim” de outro, ela acabou beijando um garoto de 15 anos. O susto foi tão grande que Laís não conseguiu fechar os olhos: “Fiquei de olhos arregalados o tempo todo”, relembra.
O beijo lá e o beijo cá
A intimidade pode surgir de formas inesperadas, como no caso de Thiago Silva, que teve o primeiro beijo aos 7 anos com a prima, quando descobriu a sensação de encostar as línguas. Hoje, casado há cinco anos com um homem, ele recorda o momento com bom humor. “Acho que foi instintivo; continuamos nos beijando por alguns anos depois disso”, ri.
Beijos e narizes
Como disse a colunista de sexo mais famosa do mundo — mesmo que fictícia — , Carrie Bradshaw, da série Sex and the city: “Nem todas as histórias de amor precisam ser um grande romance; algumas são apenas contos, mas ainda assim repletas de amor.” A citação representa a história de Arthur Ribeiro. Durante o intervalo entre as aulas, ele deu o primeiro beijo na namorada da época após ser interrogado por um amigo. O romance se desenrolou em dois atos: no primeiro, os narizes foram os protagonistas da cena; no segundo, após receber correções do amigo, o beijo finalmente aconteceu. “Namoramos por dez dias e depois cada um seguiu seu caminho”, conta.
Não beije irmãos!
Já para Pedro Henrique, o primeiro beijo não foi um momento memorável, mas situações posteriores o marcaram de forma cômica. Após se livrar do fantasma da primeira vez, Pedro decidiu curtir outras bocas. Em uma festa, já desinibido, avistou um homem atraente e o beijou. Depois da troca de saliva com o bonitão, colocou os olhos em uma mulher ruiva. “Eu estava pro crime (risos). Cheguei nela e falei ‘ei linda, vamos nos beijar?’. Ela recusou e eu perguntei o porquê de tanta resistência. Aconteceu que eu tinha acabado de beijar o irmão dela”, relembra.
Beijos e vingança
Em clima de retiro da igreja, a paixão da adolescência de Raíssa Kelly a beijou pela primeira vez na quadra de esportes do acampamento. Após um beijo desengonçado, o paixonite falou para os amigos que nunca namoraria Raíssa. Triste com a atitude do menino, ela convidou um amigo para ensiná-la a beijar propriamente, com direito a fotos enviadas para o dito cujo que a difamou. “O legal não é o primeiro beijo, mas sim a vingança”, conta em meio a risos.
Amor de carnaval dura
Na temporada de carnaval de 2022 ocorreu o beijo inesquecível de Yuri Tokitaka, quando convidou uma moça por quem estava interessado para ir em um bloquinho. Em meio a danças e bebedeiras, a pretendente de Yuri, que havia levado uma amiga, beijou a outra na frente do narrador da história. Em seguida, se virou para ele e o beijou. “Admito que gostei, mas o mais importante é que hoje eu namoro essa garota”, celebra.
Duas línguas?
Quanto ao beijo de pessoas com a língua bifurcada, Ícaro Asante — body piercer profissional — compartilhou experiências: “Consigo fazer mais coisas com a língua, explorar mais o beijo. Posso agora passar a língua nos dois lados da língua da outra pessoa ao mesmo tempo, como um abraço,” explica. Contudo, ele afirma que a sensação é a mesma, pelo menos depois do período de adaptação. Ícaro conta, com bom humor, sobre o tempo necessário para se acostumar: nos primeiros 7 a 10 dias, enquanto os pontos cicatrizam, a pessoa com a língua bifurcada não pode beijar com intensidade. No entanto, ele garante que ficou tranquilo só com as bitoquinhas, como diz. A parte mais difícil foi reaprender a controlar a força da língua, algo que exigiu prática e paciência. “No começo, sentia como se tivesse dois sashimis na boca, mas com o tempo você vai entendendo como funciona,” esclarece.
E você, lembra das histórias inusitadas com beijos?
*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes