O VINHO NO IDIOMA PORTUGUÊS
Durante o Carnaval de 2025, no Rio de Janeiro, a escola de samba Unidos de Padre Miguel desfilou com o enredo que homenageava a trajetória de Iyá Nassô e o Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, e cantou o samba-enredo “Egbé Iyá Nassô”. Uma jurada alegou que a letra do samba tinha um uso “excessivo de termos em iorubá”, o que dificultava o entendimento da letra e descontou pontos na atribuição da nota.
“Iyá Nassô é rainha do candomblé
Awurê obá kaô, awurê obá kaô”
Imagino que ela tenha se esquecido que o nosso idioma não é uma língua estática, mas sim um organismo vivo que se transforma conforme a sociedade evolui, e que a língua portuguesa falada no Brasil tem uma forte influência das línguas africanas, especialmente do iorubá, quimbundo e quicongo, trazidas da África durante o período da escravidão. Muitos termos do cotidiano, especialmente os ligados à cultura, culinária, religião e música, têm origem africana.
Apenas do iorubá podemos lembrar, dentre muitos outros, de: axé, candomblé, samba, berimbau, acarajé, vatapá, caruru e dendê.
E o português vai e irá sempre sofrendo mudanças culturais, tecnológicas e sociais ao longo do tempo, incorporando palavras de diversas origens e esquecendo de outras. Criando gírias. Mudando a forma da pronúncia. Trazendo novos significados para antigas palavras, tais como meme, que de um conceito da biologia passou a significar imagens que viralizaram (outra palavra) na internet.
Muitas palavras relacionadas ao vinho vieram de línguas como o francês, italiano e o latim, mas já foram completamente absorvidas pelo português e fazem parte do vocabulário cotidiano dos apreciadores da bebida. Algumas, como menu, terroir e sommelier, ainda são usadas na forma original, mas outras, já estão plenamente aportuguesadas. Aqui estão algumas delas:
Hoje eu falo diferente de como meus avós e meus pais falavam, minha mãe tinha gírias que os filhos riam quando ela utilizava, “isso é muito xangai”. Hoje meus netos já falam diferente de mim, com muitas expressões que desconheço o significado. Imagino, quer dizer, não consigo imaginar, como o português será falado daqui a algumas décadas. Só me resta louvar essa flexibilidade e capacidade de adaptação no uso do nosso idioma. Para ele, nota 10! Com louvor!
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