No restaurante defina sempre a faixa de preço que pretende gastar com o vinho.
Quem gosta de vinho e está nas redes sociais já deve ter tomado conhecimento deste caso. Dois casais foram almoçar em um restaurante em Salvador-BA e pediram um vinho branco, aparentemente tiveram uma dificuldade de acessar o cardápio via QR Code, porque pensando que o vinho custava R$165,00, pediram duas garrafas do Pêra-Manca branco, mas a triste verdade veio junto com a conta. Cada ampola valia R$1650,00, 10 vezes mais.
Alguém errou nesta história?
RESTAURANTE: o estabelecimento só teria errado se o preço não estivesse bem identificado na sua carta de vinhos. Não foi o caso.
Em tempo: aceito a carta de vinhos na telinha do celular, mas a carta tem, vou repetir o TEM em maiúscula, TEM de estar 100% atualizada.
CONSUMIDORES: Aqui a resposta é um pouco mais complexa. Primeiro ninguém tem a obrigação de conhecer vinhos e ter noção dos seus preços, mesmo que sejam rótulos muito famosos.
Encomendei uma pesquisa totalmente científica e independente ao Instituto Data Eu Mesmo, perguntando na Internet “como escolher o vinho em um restaurante”, e analisando as 10 primeiras respostas tivemos o seguinte resultado: dos sites pesquisados, 40%, também conhecidos como 4, não tratavam do tema preço. Os demais 6 até falavam, mas só duas matérias tocavam no foco mais importante, que é definir junto ao sommelier do restaurante qual é a faixa de preço que você pretender gastar. Esta é uma decisão totalmente particular, que só cabe ao consumidor. Não há razão alguma para se ficar com vergonha de tratar deste fator tão importante com o profissional do restaurante.
Nesta pesquisa encontrei um texto muito bom, dos que se preocupam com o preço do vinho, ao procurar o autor descobri que era do Sommelier Sérgio Pires.
Depois que a reação do grupo viralizou nas redes sociais o restaurante ofereceu um jantar de cortesia para amenizar um pouco a tristeza dos casais.
Consta que os vinhos embarcados nas caravelas da frota de Pedro Álvares Cabral, na descoberta do Brasil, eram originários da região onde hoje é hoje produzido o vinho Pêra-Manca. Está registrada na carta de Pero Vaz de Caminha a primeira degustação de vinho realizada por “dois homens da terra”: “Trouxeram-lhes vinho numa taça; mal puseram a boca; não gostaram nada, nem quiseram mais.” Eram degustadores profissionais.
Mancada com Pêra-Manca (não resisti), acontecendo desde 1500.
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