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A Caesb justificou que a Esplanada não pode parar e que o trecho é pequeno
Embora seja abastecida pelo sistema Santa Maria/Torto, a Esplanada dos Ministérios não participará do racionamento de água que começa a partir da próxima segunda-feira (27/2). Assim, ministérios, tribunais superiores, Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada e o Congresso Nacional não ficarão sem água. As informações são do presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice. A falta de água nos prédios federais era uma das principais dúvidas quanto ao rodízio, uma vez que coloca a crise hídrica em nível nacional. “O trecho é pequeno. Optamos por manter o abastecimento normal para não atrapalhar o funcionamento dos prédios públicos e das decisões nacionais”, explicou.
Entretanto, os prédios do governo local e os de embaixadas não serão poupados e devem obedecer ao cronograma proposto pela empresa.
A ampliação do racionamento começa a partir da próxima segunda-feira (27/2) e deve atingir cerca de 500 mil pessoas, fora a população flutuante que vem trabalhar na área central de Brasília. Somando com os moradores das regiões abastecidas pelo rio Descoberto – que já passa por corte de água -, serão 2,4 milhões de pessoas atingidas com o rodízio de água na capital do país.
A Caesb resolveu estender o rodízio de água ao sistema Santa Maria/Torto após resoluções da Agência Reguladora de Águas do DF (Adasa) que diminuíram a captação de água nos reservatórios do DF. De acordo com a Adasa, a medida fez-se necessária pela escassez de chuvas e a dificuldade de recomposição dos reservatórios para o período de seca.
Lago Norte, Varjão e condomínios serão as primeiras regiões a terem o racionamento; veja cronograma
A Companhia de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) informou nesta quarta-feira (22/2) que as regiões do Lago Norte, Varjão e os condomínios do Jardim Botânico e Lago Sul serão as primeiras a passarem pelo racionamento de água. O rodízio começa na próxima segunda-feira (27/2) nas cidades abastecidas pelo sistema Santa Maria/Torto.
O racionamento no Santa Maria/Torto vai funcionar como nas cidades abastecidas pelo Rio Descoberto, com um ciclo de 6 dias: 24 horas sem água, 48 horas para estabilização do serviço e 72 horas com o líquido nos canos e nas torneiras. As interrupções começam sempre às 8h da manhã e não há prazo para o término.
De acordo com o presidente da Caesb, Maurício Luduvice, a ampliação do racionamento foi necessária para atender as duas resoluções divulgadas pela Agência Reguladora de Águas do DF (Adasa) no início da semana. Pelas normas, a Caesb deve retirar menos água dos reservatórios, embora mantenha a mesma quantidade de clientes. Segundo a Adasa, a escassez de chuva prejudicou a recomposição dos reservatórios, por isso, é necessário manter a água existente para garantir a segurança hídrica na seca.
De acordo com Luduvice, o novo racionamento vai atingir 11 áreas de abastecimento. Ele explicou que a operação de rodízio no Santa Maria/Torto será mais complicada devido a idade do sistema. O Torto foi inaugurado em 1960 e o de Santa Maria, em 1970.
O presidente da companhia informou ainda que os setores hospitalares Sul e Norte não participarão do racionamento devido às características de atendimento à população.
>> Confira o cronograma:
27 de fevereiro (segunda-feira)
Interrupção: Lago Norte (SHIN e SMILIN, exceto Lotes de 1 a 13 do Trecho 13), Varjão, Granja do Torto, Saan, SOF Norte, Regimento de Cavalaria e Guarda (RCG) e condomínios do Jardim Botânico (San Diego, Jardim Botânico I e V, Solar de Brasília, Jardins do Lago, Condomínio Lago Sul, Mansões Califórnia, Estância Jardim Botânico, Mirante das Paineiras, Parque e Jardim das Paineiras, Portal do Lago Sul e Ville de Montagne)
28 de fevereiro (terça-feira)
Interrupção: Asa Norte e Noroeste
Religação e estabilização: Lago Norte (SHIN e SMILIN, exceto Lotes de 1 a 13 do Trecho 13), Varjão, Granja do Torto, Saan, SOF Norte, Regimento de Cavalaria e Guarda (RCG) e condomínios do Jardim Botânico (San Diego, Jardim Botânico I e V, Solar de Brasília, Jardins do Lago, Condomínio Lago Sul, Mansões Califórnia, Estância Jardim Botânico, Mirante das Paineiras, Parque e Jardim das Paineiras, Portal do Lago Sul e Ville de Montagne)
1º de março (quarta-feira)
Interrupção: Lago Sul (QLs 10 a 28, QIs 17 a 29 e QI 13, Conjuntos 1 a 3), Setor de Mansões Dom Bosco, Setor Habitacional Dom Bosco, Condomínio Privê Morada Sul, Paranoá, Itapoã, Lago Norte (apenas SMILIN, Trecho 13, Lotes de 1 a 13), Taquari, Condomínio RK, Império dos Nobres
Religação e estabilização: Asa Norte, Noroeste, Lago Norte (SHIN e SMILIN, exceto Lotes de 1 a 13 do Trecho 13), Varjão, Granja do Torto, Saan, SOF Norte, Regimento de Cavalaria e Guarda (RCG) e condomínios do Jardim Botânico (San Diego, Jardim Botânico I e V, Solar de Brasília, Jardins do Lago, Condomínio Lago Sul, Mansões Califórnia, Estância Jardim Botânico, Mirante das Paineiras, Parque e Jardim das Paineiras, Portal do Lago Sul e Ville de Montagne)
2 de março (quinta-feira)
Interrupção: Asa Sul, Lago Sul (QLs 2 a 8, QIs 1 a 15, exceto QI 13, Conjuntos de 1 a 3) e Jardins Mangueiral
Religação e estabilização: Asa Norte, Noroeste, Lago Sul (QLs 10 a 28, QIs 17 a 29 e QI 13, Conjuntos 1 a 3), Setor de Mansões Dom Bosco, Setor Habitacional Dom Bosco, Condomínio Privê Morada Sul, Paranoá, Itapoã, Lago Norte (SMILIN, Trecho 13, lotes de 1 a 13), Taquari, Condomínio RK, Império dos Nobres
3 de março (sexta-feira)
Interrupção: Sudoeste, Octogonal, Cruzeiro Novo, Setor de Indústrias Gráficas, Setor de Garagens Oficiais, Praça Municipal, Setor de Administração Municipal, Setor de Divulgação Cultural, Esplanada da Torre, Setor de Recreação Pública Norte e condomínios do Jardim Botânico (Jardim Botânico III e IV, Quintas do Sol, Quintas Bela Vista, Quintas Interlagos, Morada de Deus, Quatro Estações, Máxximo Garden, Belvedere Green, Chácaras Itaipú (exceto 80 a 84), Quintas Itaipu, Jardim da Serra e Solar da Serra)
Religação e estabilização: Asa Sul, Lago Sul, Jardins Mangueiral, Setor de Mansões Dom Bosco, Setor Habitacional Dom Bosco, Condomínio Privê Morada Sul, Paranoá, Itapoã, Lago Norte (SMILIN, Trecho 13, Lotes de 1 a 13), Taquari, Condomínio RK, Império dos Nobres
4 de março (sábado)
Interrupção: Estrutural, Cruzeiro Velho, Park Sul, SOF Sul, Setor Militar Urbano, SIA, Scia, STRC, SIN, SGCV, SMAS, SPO e Condomínios do Jardim Botânico (Verde, Chácaras Itaipu (de 80 a 84) e Ouro Vermelho I e II)
Religação e estabilização: Asa Sul, Lago Sul (QLs 2 a 8, QIs 1 a 15, exceto QI 13, Conjuntos de 1 a 3), Jardins Mangueiral, Sudoeste, Octogonal, Cruzeiro Novo, Setor de Indústrias Gráficas, Setor de Garagens Oficiais, Praça Municipal, Setor de Administração Municipal, Setor de Divulgação Cultural, Esplanada da Torre, Setor de Recreação Pública Norte e condomínios do Jardim Botânico (Jardim Botânico III e IV, Quintas do Sol, Quintas Bela Vista, Quintas Interlagos, Morada de Deus, Quatro Estações, Máxximo Garden, Belvedere Green, Chácaras Itaipu (exceto 80 a 84), Quintas Itaipu, Jardim da Serra e Solar da Serra)
5 de março (domingo)
Interrupção: Lago Norte (SHIN e SMILIN, exceto Lotes de 1 a 13 do Trecho 13), Varjão, Granja do Torto, Saan, SOF Norte, Regimento de Cavalaria e Guarda-RCG e condomínios do Jardim Botânico (San Diego, Jardim Botânico I e V, Solar de Brasília, Jardins do Lago, Condomínio Lago Sul, Mansões Califórnia, Estância Jardim Botânico, Mirante das Paineiras, Parque e Jardim das Paineiras, Portal do Lago Sul e Ville de Montagne)
Religação e estabilização: Estrutural, Cruzeiro Velho, Park Sul, SOF Sul, Setor Militar Urbano, SIA, Scia, STRC, SIN, SGCV, SMAS, SPO e condomínios do Jardim Botânico (Verde, Chácaras Itaipu (de 80 a 84) e Ouro Vermelho I e II), Sudoeste, Octogonal, Cruzeiro Novo, Setor de Indústrias Gráficas, Setor de Garagens Oficiais, Praça Municipal, Setor de Administração Municipal, Setor de Divulgação Cultural, Esplanada da Torre, Setor de Recreação Pública Norte e Condomínios do Jardim Botânico (Jardim Botânico III e IV, Quintas do Sol, Quintas Bela Vista, Quintas Interlagos, Morada de Deus, Quatro Estações, Máxximo Garden Belvedere Green, Chácaras Itaipu (exceto 80 a 84), Quintas Itaipu, Jardim da Serra e Solar da Serra)
Os detalhes sobre a operação de racionamento serão divulgados esta semana
O racionamento de água vai chegar a praticamente todas as residências do Distrito Federal. A Companhia de Saneamento do DF (Caesb) anunciou nesta terça-feira (21/2) que a partir da próxima segunda (27/2) o rodízio vai começar também nas regiões abastecidas pelo sistema Santa Maria/Torto. Os detalhes sobre a operação e os dias disponíveis para cidade serão divulgados na quinta-feira (23/2).
Também não está descartada a hipótese do corte ser ampliado e ocorrer dois dias por semana, tanto para o sistema Santa Maria/Torto quanto para a Barragem do Descoberto. As medidas ainda mais drásticas para contenção de consumo são reflexo de duas resoluções publicadas ontem pela Agência Reguladora de Águas (Adasa) que preveem redução da vazão a ser captada pela Companhia de Saneamento do DF (Caesb) tanto nos sistemas da Barragem do Descoberto quanto no de Santa Maria. Dessa forma, a Caesb terá menos água para oferecer à mesma base de clientes. A empresa tem até o próximo dia 6 para começar a operação com menos líquido.
Pela primeira vez na história, a Adasa reviu a autorização de retirada de água pela Caesb e determinou que as revisões do valor da captação podem ser mensais. Atualmente a Caesb pode retirar 6 mil litros por segundo. Entretanto, desde o início da crise hídrica, a companhia conseguiu diminuir a retirada para 3,8 mil litros/s. Agora, ela será obrigada a captar apenas 3,5 mil litros/s. Dessa forma, a redução chega a 41,6%. No Santa Maria, o decréscimo foi mais crítico – 66% – e a vazão passará a ser de 500 litros/s. Atualmente a autorização é de 1,4 mil litros/s e, desde o início da escassez, 800 litros/s estão sendo retirados.
A redução brusca na vazão média está forçando a Caesb a preparar o rodízio em áreas antes não afetadas, como Plano Piloto, lagos Norte e Sul, Sudoeste, Noroeste, Itapoã e Varjão. A companhia informou, via nota, que os técnicos estão analisando como serão feitos os cortes e que o anúncio de contenção ocorrerá com até três dias de antecedência. Embora impopular, a medida prevê a manutenção de quantidade de água suficiente para o período da seca. Além disso, pode sensibilizar na liberação do recurso pelo governo federal para a construção da captação de água do Lago Paranoá no valor de R$ 50 milhões. O Ministério da Integração Nacional deve dar a resposta do repasse até o início do próximo mês.
Simulações feitas pela Adasa mostram que, mesmo com a redução da captação e com regime normal de chuvas, o Descoberto deve chegar até o fim de maio com valores de 50% a 70% de sua capacidade, quando o normal é 100%. Em Santa Maria, a previsão para o mesmo período é de 50%, uma vez que este reservatório tem mais dificuldades para se recompor. “Ficar sem água é uma medida muito extrema. Vamos poupar agora enquanto está chovendo”, informou Paulo Salles, diretor-presidente da Adasa.
De acordo com a Adasa, não choveu como o esperado, assim como as chuvas ocorreram mais na parte norte do DF, longe dos reservatórios. Salles informou que as resoluções fixaram o prazo de 6 de março porque a situação hídrica é crítica. “Publicamos a resolução de escassez hídrica em novembro, somente em janeiro, a Caesb começou com o rodízio. Agora não dá para esperar”, explica.
Pesquisador em hidrologia, Marcelo Resende, professor e coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília afirma que a racionamento deveria ter atingido as cidades abastecidas pelo Reservatório de Santa Maria na mesma época que as do Descoberto. O professor ainda acrescenta que para o DF passar pela época da seca sem desabastecimento, será necessário medidas mais extremas no rodízio de água. “O corte no abastecimento vai ter que ser de mais de 24 horas nas cidades abastecidas pelo Descoberto, para dar conta da demanda”, argumenta.
Presidente do Comitê da Bacia do Lago Paranoá e pesquisador da Embrapa Cerrados, Jorge Werneck, acredita que o momento é de redução de demanda até que as obras necessárias sejam feitas e que haja redução da perda de água, atualmente em 35%, sendo 15% de líquido furtado. “Todo mundo sabia que seria um período difícil. Ninguém esperava que fosse tão ruim. Eu tento me colocar no papel do gestor público, se ele tivesse colocado medidas drásticas antes e os reservatórios fossem recompostos, ele também seria criticado. Agora é monitorar os vários cenários e diminuir as perdas”, conclui.