Consumidor deve viver mais 15 dias de instabilidade por causa da paralisação dos caminhoneiros

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O setor produtivo do Distrito Federal calcula que ainda vai demorar duas semanas para o abastecimento de produtos e a volta dos preços aos praticados antes do início da greve dos caminhoneiros. GDF extinguiu as atividades do comitê responsável por monitorar a situação

 

Moradores da Estrutural na fila para comprar gás. Crédito: Ed Alves/CB/DA Press
Moradores da Estrutural na fila para comprar gás de cozinha. Crédito: Ed Alves/CB/DA Press

 

Por Flávia Maia e Murilo Fagundes*

 

Mesmo com o término da paralisação dos caminhoneiros, o brasiliense deve sentir os impactos no bolso e na oferta dos produtos por, ao menos, mais 15 dias, segundo o setor produtivo do Distrito Federal. Este é o prazo médio para os preços voltarem à normalidade e os estoques serem recompostos. O segmento que deve demorar mais tempo para recuperar o fôlego é o de gás de cozinha. O produto ainda está em falta em algumas revendas, as filas para aquisição ainda existem e, segundo o sindicato da categoria, eles estão recebendo apenas 30% do que é comercializado normalmente.
As associações patronais e o governo não sabem precisar o impacto da greve na economia. O setor de comércio e serviços calcula que R$ 92 milhões de vendas deixaram de ocorrer nos dias parados. Na Centrais de Abastecimento (Ceasa-DF), a comercialização caiu de mil toneladas por dia para 300 toneladas/dia, o que provocou um prejuízo de R$ 10 milhões. A estatal opera em sua totalidade desde ontem.
Estudos do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas, calculam que o impacto do bloqueio nas rodovias por caminhoneiros será de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. No entanto, não há estimativas semelhantes para o DF. Para o secretário do Desenvolvimento Econômico, Valdir de Oliveira, o DF sentirá menos impacto do que o Brasil por causa da estrutura econômica. Como o PIB é composto essencialmente por serviços e comércio, menos afetados do que segmentos como indústria e agronegócio, a repercussão na economia é menor.
“A falta de cimento nos preocupou porque as obras ficaram paradas. Mas, em relação ao estoque, nós (governo) ficamos em contato com os atacadistas, que tinham estoque para 40 dias”, informou Valdir. Para ele, o impacto mais significativo que o consumidor deve sentir são os preços. “Como os produtos ficaram escassos, eles ficaram mais caros. Mas essa questão vai se reajustar com o tempo”, completou.
A diretora do Sindicato das Empresas Transportadoras e Revendedoras de Gás LP do Distrito Federal (Sindvargas), Cyntia Moura Santo, comenta que o segmento sentiu os 12 dias parados. “O revendedor terá que rever os custos, contabilizar os prejuízos. Para o setor de gás, não foi só os caminhoneiros abandonarem os bloqueios, tínhamos que esperar a carga chegar e conseguir reabastecer as revendas. Ainda estamos trabalhando somente com 30% da nossa capacidade”.
Na Ceasa-DF, algumas verduras e legumes ainda não recuperaram o preço anterior aos bloqueios. A batata-inglesa, por exemplo, custava R$ 80 a saca de 50kg. Chegou a R$ 220 no auge da paralisação e, agora, é vendida a R$ 130. “Alguns produtos como a banana, que vêm de outros estados e tem uma preparação antes da comercialização deverão demorar um pouco mais para chegarem ao preço natural da época”, explicou José Deval da Silva, presidente da Ceasa-DF.

 

A saca da batata inglesa triplicou de preço durante a greve Crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press. Brasil. Brasília- DF.
A saca da batata inglesa triplicou de preço durante a greve. Crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press. Brasil. Brasília- DF.

 

 

Segundo Antônio Tadeu Peron, presidente da Associação de Supermercados de Brasília (Asbra), o impacto no segmento foi muito grande e difícil de mensurar. “O que o consumidor deixou de comprar por causa da greve, ele não vai comprar. Foi prejuízo mesmo. O que a Asbra orientou aos lojistas é que não comprassem produtos com muita majoração”. De acordo com Peron, alguns supermercados ainda estão sem estoque de leite e açúcar.
Embora a indústria tenha participação de 5,4% na composição do PIB, o segmento foi bastante afetado, principalmente a construção civil e a indústria de bens de consumo imediato como alimentos. “Não temos conhecimento de nenhuma fábrica parada. Alguns produtos chegaram a ser escoltados pela polícia. Entretanto, como alguns insumos demoraram mais a chegar, vai demorar uns 15 dias para a normalização”, acredita Jamal Bittar, presidente da Federação das Indústrias do DF.

 

Fiscalização

 

O governo do DF encerrou as atividades do comitê responsável por monitorar a paralisação dos caminhoneiros. O grupo, formado por secretários e diretores de órgãos locais, reuniu-se ontem pela última vez e declarou a situação normalizada na capital federal. Para os próximos dias, o foco é a fiscalização. A Secretaria de Fazenda divulgará, por meio da internet, preços dos produtos comprados nas refinarias e nas distribuidoras. Além disso, o Procon-DF vai continuar fiscalizando os postos de gasolina e as revendas de gás.
O governador Rodrigo Rollemberg assegurou que, até o dia 30, o valor do litro de gasolina deve permanecer R$ 4,29, com o congelamento da base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o combustível. Ainda, o preço do diesel nas bombas começará a ser revisado pelo Instituto, devido à redução de R$ 0,46 por litro. Então, o trabalho será dobrado. Ao fechar o comitê de gestão da crise, o governo indicou que o problema da falta de gás ainda não foi completamente resolvido, já que os depósitos continuam sendo abastecidos em esquema diferenciado. “Estão sendo fornecidos 30 mil botijões diariamente, 10 mil a mais do que no consumo normal”, disse o chefe do Executivo. A expectativa é a de que, até amanhã, a situação seja normalizada.

 

 

*Estagiário sob supervisão de Renato Alves

Pousos e decolagens no aeroporto de Brasília estão restritos

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 Apenas aviões sem necessidade de abastecimento em Brasília poderão pousar no terminal

 

Credito: Minervino Junior/CB/D.A. Press
Credito: Minervino Junior/CB/D.A. Press

A Inframerica, administradora do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, comunicou que o terminal vai autorizar o pouso apenas dos aviões sem necessidade de abastecimento em Brasília. A concessionária informou que o combustível para a aviação é insuficiente para a manutenção da operação regular do terminal.

Desde o período da manhã, a concessionária havia avisado que só teria combustível estocado para as operações até o fim da tarde desta quarta-feira (23/5). A carga de querosene para abastecer as aeronaves está retida no Entorno do DF por conta do protesto dos caminhoneiros. O aeroporto de Brasília é o terceiro maior do país e o principal hub nacional.

 

A concessionária informou que “é fundamental a liberação dos caminhões para normalizar o atendimento no aeródromo” e que, até às 17h, não havia registro de atrasos ou cancelamentos relacionados à restrição de combustível.

 

De acordo com a Inframerica, a decisão foi tomada em conjunto com as companhias aéreas, empresas de fornecimento de combustível e órgãos responsáveis durante reunião convocada pela Inframerica na tarde desta quarta-feira. A empresa pede ainda que os passageiros procurem as companhias aéreas para informações sobre a situação dos voos.

‘O franchising está mais preparado para absorver a crise’, diz Cláudia Vobeto, da ABF

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Comandatuba (BA) – Brasília tornou-se a porta de entrada de franquias no Centro-Oeste. O eixo Brasília-Anápolis-Goiânia vem despertando especial interesse das mais variadas marcas brasileiras, que vêem nesse trecho oportunidades de negócios. A importância da região ganha fôlego pela logística – são cidades no centro do país e que podem contribuir para a integração Norte-Sul das marcas. Assim como tem um grande potencial de consumo – seja pelo funcionalismo público de Brasília ou pelo fluxo gerado no agronegócio goiano.

Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a presença das franquias na região cresceu tanto em unidades, como em quantidade de marcas. Brasília e Goiânia expandiram, cada uma, em 10% o número de unidades de franquias na comparação do primeiro semestre de 2016 com 2017. Em número de lojas, 17% cada uma. Com isso, a região Centro-Oeste já é responsável por 7,4% do faturamento do franchising nacional – somente no 1º semestre deste ano, o setor já acumulou R$ 5,5 bilhões.

Em entrevista ao Correio durante a 17ª Convenção ABF do Franchising, a diretora regional da ABF, Cláudia Vobeto, fala sobre o potencial de valorização da região, das vantagens do franchising em tempos de crise e da recuperação do segmento com a melhora dos indicadores econômicos nacionais. Cláudia é dona da marca Posé, franquia do segmento de beleza e estética, que tem lojas espalhadas por todo o Brasil.

Números do setor:

7,4%
É a participação do faturamento do Centro-Oeste no setor de franquias

R$ 5,5 bilhões
Foi o faturamento no primeiro semestre de 2017 do segmento de franquias

2.123
Lojas de franquia existentes em Brasília

436
Marcas atuam em Brasília

 

Claudia defende mais integração entre franqueado e franqueador na crise
Claudia defende mais integração entre franqueado e franqueador, principalmente em período de crise econômica

 

O crescimento da presença de marcas no Centro-Oeste cresceu 20% e em Brasília, 17%, em 2017. As franquias passaram a olhar mais para essa região com a crise?

A gente vem observando uma migração do eixo Rio-São Paulo para o eixo Brasília-Goiânia e para outras capitais que têm possibilidade de exploração do mercado.

Pelos dados da ABF, Brasília é uma das cidades brasileiras em que mais houve chegada de novas marcas. A capital é uma porta de entrada do franchising na região Centro-Oeste?

Brasília é a porta de entrada, a cidade já ocupou o quarto lugar no Brasil na presença de marcas. No entanto, desde 2016, a capital passou Belo Horizonte (MG) e ficamos em 3º lugar em relação a São Paulo e Rio de Janeiro. O eixo Brasília-Goiânia-Anápolis puxa o crescimento do franchising na região. Tem o favorecimento da logística, são cidades que fica mais fácil das marcas levarem os seus produtos e atingirem outras cidades.

Em número de unidades de franquias, Brasília cresceu 10% e o Centro-Oeste, 11%, na comparação do primeiro semestre de 2016 e o de 2017. Em tempos de crise econômica, podemos dizer que esse é um número significativo?

Esse é um número muito significativo. Embora Brasília esteja depois de São Paulo e Rio de Janeiro na quantidade de unidades, é um mercado importante. Cresce na mesma velocidade que cidades como Campinas (SP), que está do lado de São Paulo, onde está a maior concentração de franqueadoras. A gente observa que o movimento é de migração para Brasília e para o Centro-Oeste das principais marcas brasileiras.

O que atrai o franchising para a região Centro-Oeste e, em especial, Brasília? O poder aquisitivo, carência de serviços e produtos…

Eu não diria carência, digo que é oportunidade. A região tem um poder de consumo muito alto, concentrado e um número pequeno de presença de marcas se você comparar com o mercado São Paulo. E Brasília é uma gigante, tem uma enorme capacidade de absorção de novas marcas. Na região Centro-Oeste e mesmo em Brasília – em que a participação é pequena – , a gente vê que o agronegócio foi o único setor que apresentou crescimento. Isso impulsiona dinheiro no mercado. A gente percebe que as empresas estão aproveitando esse momento para expandir nessa região.

A crise do funcionalismo público – falta de reajuste, congelamento de concursos públicos – atrapalha a economia de Brasília?

Embora com toda a crise, Brasília ainda tem um assalariado com salário fixo, que não muda o cenário, essa população pode se endividar porque não tem medo do desemprego.

Apesar da crise, o setor de franquias conseguiu crescer, mesmo que com fôlego menor do que anos antes de 2014. Já o varejo tradicional colecionou quedas consecutivas. Qual foi o motivo para essa diferença de comportamento dos dois segmentos?

O franchising está mais preparado para absorver a crise. Se você vai consumir de um empresário pequeno que está lutando para sobreviver, que não tem uma marca por trás, provavelmente, este comerciante não inovou. Esse comércio não está, por exemplo, apresentando uma capacidade de ter programas de desconto, de bonificação para o cliente… Então ele está ali capengando. Enquanto no franchising a gente não vê isso.

O tempo de reação do franchising em relação a crise é mais rápido do que o varejo tradicional?

Muito mais rápido. O franchising está pautado na inovação. Se você observar, o franchising está trabalhando antes dos fatos. Quer um exemplo? A expansão de lojas no interior do Brasil. Antes de falar em crise, a gente já estava trabalhando com interiorização. O setor está sempre pensando novos modelos de negócios. Na nossa rede, por exemplo, começamos a implantar em 2014 novas modelagens que pudessem absorver uma demanda diferenciada no interior porque as capitais não tinham mais capacidade de expandir e levar para shopping era caro. Então, o que a gente fez? Criou negócios menores e que estão absorvendo uma demanda que estava reprimida porque não tinha quem oferecesse o serviço.

Os franqueados, que estão na rua, acabam sentindo a crise mais na ponta. Como está sendo para o franqueador manter os negócios de seus parceiros saudáveis?

O primeiro fator é que a nossa capacidade de negociação pelo volume das redes é maior com os nossos fornecedores do que em um comércio menor. Nós fizemos isso na nossa rede. Por exemplo, o nosso principal produto, que é a cera depilatória, nós oferecíamos, no início de 2016, a saca de 25 kg por R$ 487. A primeira atitude que a gente teve quando começou a ver indícios de problema financeiro no franqueado, foi chamar o fabricante e falar: “meu amigo, é o seguinte: você tem que garantir um desconto por um ano para o meu franqueado”. Aí conseguimos uma redução para R$ 250. O fornecedor trabalhou sem margem, mas manteve uma rede saudável, que agora tem fôlego para retomar as negociações e vender melhor, retomando o lucro que ele perdeu lá trás. Então, esse é um fator importante, a agilidade que a gente tem de identificar o problema.

Uma outra coisa que as redes vêm fazendo muito: elas estão procurando cada vez mais uma interação com o negócio do franqueado -não uma ingerência.

Então, com as crise, as redes passaram a ficar mais presentes no dia a dia do seus franqueados?

Isso. É preciso avaliar o demonstrativo de resultados (lucro) com o seu franqueado. A gente não observa somente se ele fatura bem, você pode ter um franqueado que está faturando R$ 100 mil e não consegue ter um resultado de R$ 5 mil. E você pode ter um franqueado que fatura R$ 30 mil e está tirando R$ 10 mil de lucro. É fundamental a gente olhar para a gestão do nosso franqueado, saber se ele está fazendo um bom trabalho. Se ele não faz, é o momento que a gente tem que interagir. As redes estão fazendo isso de forma automática…

Seria uma intervenção mais contínua…

Não chega a ser uma intervenção do franqueador no trabalho do franqueado… É dar o choque, para ele entender o que é importante. Hoje a gente vê um movimento interessante: o franqueado já nasce se qualificando. Muitas redes fazem programa de capacitação antecipado. Então, ao analisar o perfil, ele avalia se você tem mais habilidade operacional, mais habilidade de comunicação com o cliente, mais habilidade comercial, etc. Em seguida, a marca passa a desenvolver o franqueado nas fraquezas.

Essa interação não existia antes da crise?

Existe uma importância de se trabalhar junto. Por muito tempo se funcionou assim: um franqueado com expectativa alta demais e um franqueador buscando, sozinho, ter uma marca muito forte que fizesse que ele vendesse bem lá na ponta. Hoje não. Existem dois papéis bem claros: o franqueador cuidando da marca, cuidando do negócio em si, das negociações com os seus fornecedores e um franqueado que precisa ser barriga de balcão, que precisa estar todo dia a frente do negócio fazendo a gestão adequada. Dentro do franchising se qualifica muito também. Dificilmente uma franqueadora de qualidade dá a marca para uma pessoa que não tem capacidade.

A gente observa um movimento de desemprego, de Programas de Demissões Voluntárias em empresas públicas e privadas. O setor de franquias pode ser uma opção para esse grupo que tem dinheiro das rescisões e quer uma nova oportunidade de trabalho?

Existem perfis que podem empreender, que tem capacidade de aprender a ser um empreendedor. Agora, existem perfis que, quando mapeia, a gente identifica que aquela pessoa não nasceu pra isso. A própria franquia vai fazer a seleção e ajudar nesse processo. A gente tem hoje na ABF algumas ferramentas oferecidas pelo Sebrae. Além disso, a gente faz cursos, faz testes para ver se o futuro empreendedor tem essa capacidade.

Existe algum perfil mais adequado?

Geralmente se destacam aquelas pessoas que conseguem conviver com o instável. A pessoa não sai mais do seu trabalho sexta-feira 17h, fecha a porta, vai pra casa e o seu salário está garantido. É ela quem vai fazer o seu salário. Do outro lado, esse desafio de ter que correr atrás, possibilita que pessoas às vezes reprimidas dentro das empresas tradicionais mostrem o seu potencial. No plano público, dificilmente ela consegue desenvolver muitos projetos durante o trabalho dela. Muitas vezes ela tem uma capacidade grande e ali ela fica tolhida por um sistema, por toda uma dificuldade de burocracia das grandes empresas ou até do setor público e não consegue ir pra frente. E quando ela se torna empreendedora, põe as asas para fora: tem oportunidade de fazer o salário dela.

Tem algum segredo para se tornar um franqueado de sucesso?

A maioria das pessoas quando se tornam empreendedoras passam a absorver o negócio como parte da sua vida. Elas têm sucesso quando dizem “isso vai mudar a minha vida”, não quando dizem “isso é um bom negócio e eu vou ter bons lucros” porque ninguém consegue viver por muitos anos só com o lucro. As pessoas buscam coisas que têm afinidade.

A franquia passa essa ideia de segurança para quem está pensando em empreender pela primeira vez…

O franqueador precisa mapear no perfil do interessado se ele tem o perfil empreendedor e quais são as habilidades e competências necessárias para tocar aquele negócio. Não basta querer abrir um negócio, é preciso ter capacitação e afinidade com o mercado. Imagina uma pessoa fazer negócio de comida japonesa se ela gosta é de moda? Não adianta, não vai dar certo.

E a marca pode fazer esse alerta?

Sim. As marcas falam.

Glossário

Franqueador: É a empresa que detém a marca. Ela cede ao franqueado a autorização para explorar o modelo de negócio, a tecnologia e repassa uma série de informações estratégicas sobre a marca. Também é responsável por buscar aprimorar constantemente o negócio e por repassar conhecimento e treinamento à rede de franquias.

Franqueado: É a pessoa que adquire uma franquia e adota um modelo de negócio já estabelecido, buscando, com isso, obter renda e lucro. É quem fica na “ponta” do sistema, fazendo o negócio acontecer, gerindo, operando e implantando a franquia. Para obter a licença da marca, ele deve pagar uma taxa de franquia e também pagar um percentual do faturamento sob a forma de royalties, que servem para serem reinvestidos na manutenção e perpetuação da rede.

* A repórter viajou a convite da ABF

Por falta de dinheiro, Aneel suspende centrais de relacionamento com o consumidor

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Crédito: Aneel/Divulgação
Crédito: Aneel/Divulgação

A crise orçamentária no governo federal chegou no atendimento ao consumidor. Para conter custos, a partir desta sexta-feira (6/5), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) cortou canais de comunicação como o telefone 167, o chat online e o 0800. Dessa forma, os consumidores com problemas com a distribuidora de energia elétrica terão apenas a página da agência na internet para reclamar.

De acordo com a Aneel, para custeio das atividades, o orçamento total teria que ser de R$ 200 milhões. Entretanto, entre emendas e decretos, o valor destinado pelo governo federal à agência foi de R$ 44 milhões. Em nota, a agência informou que a situação é “emergencial e transitória” e espera a retomada dos trabalhos suspensos ainda em 2016.

“O contingenciamento implica restrições às principais atividades da agência, com prejuízo para a sociedade e o setor elétrico brasileiro. Diante do quadro é necessário descontinuar serviços, ainda que essenciais, como fiscalização, ouvidoria e informática, entre outros”, informou a Aneel, em nota.

Entenda como a crise brasileira pode colocar direitos dos consumidores em perigo

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O delicado momento político e econômico que o Brasil vive suscita dúvidas sobre os avanços na defesa do consumidor e possíveis retrocessos. Em tempos de incerteza institucional, a preocupação das principais entidades de defesa do país é sobre as questões em aberto e possíveis brechas para burlar direitos já conquistados. Além disso, os projetos favoráveis aos consumidores podem ficar engavetados. Atualmente são 1.467 projetos de defesa do consumidor na Câmara dos Deputados e 875 em tramitação. Há também as consultas públicas para mudar as resoluções das agências reguladoras.

O Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon) afirma que, a curto prazo, o momento é delicado e requer vigilância. “As mudanças propostas não são para beneficiar o consumidor. Em tempos de crise, a tendência é de limitação dos direitos do consumidor, como aconteceu na Europa”, defende Paulo Roque Curi, diretor do Brasilcon. O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também tem um postura crítica sobre a influência da situação política no avanço das relações de consumo. “Temas e assuntos estão sendo colocados na agenda ou pauta de votações – e às vezes delas retirados – como que num balão de ensaio, sem consequências práticas. A agilidade em julgar assuntos pendentes há décadas, para os quais já há jurisprudência favorável aos consumidores nos tribunais superiores seria um deles”, analisa Carlos Thadeu, gerente técnico do Idec.

Para Ricardo Morishita, professor e diretor do Departamento Nacional de Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça entre 2003 e 2010, em momento de crise, o acompanhamento da sociedade deve ser mais intenso sobre a proteção de direitos. Para ele, esse é o preço da democracia. “Quando há fartura e crescimento é evidente que a defesa do consumidor tende a ser aplicada de forma mais tranquila. Nos momentos de crise e escassez, esses direitos precisam ser observados e respeitados”.

Entre os temas que mais preocupam as associações de defesa é o endividamento dos brasileiros no momento de crise. Já são quase 60 milhões de inadimplentes em todo o país, segundo dados da Serasa Experian. Um dos projetos de lei de modernização do Código de Defesa do Consumidor (CDC) que está na Câmara dos Deputados prevê um limite para o endividamento de até 30% da renda familiar. “Ainda não temos legislação de proteção ao endividamento. Ela seria importante agora em uma crise que chega a um consumidor que foi incentivado pelo governo e pelos bancos a se endividar”, explica Paulo Roque, do Brasilcon.

As possíveis mudanças em regulamentações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também preocupam as associações de defesa. Uma consulta pública que vai até o próximo dia 10 propõe, entre outras medidas, o fim da assistência das companhias aos passageiros em caso de atraso ou cancelamento do voo. A ajuda pode ser suspensa em casos de força maior imprevisível (como mau tempo que leve ao fechamento do aeroporto) ou caso fortuito. Essa questão vem sendo pleiteada pelas companhias de aviação civil, que alegam altos custos para o cumprimento da norma atual.

A Proteste Associação de Consumidores se posicionou contra o regresso de direitos constituídos e entrou com uma reclamação no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo, para retirar a consulta pública em andamento. “Nessa crise política e econômica o consumidor está tendo perdas muito grandes. A consulta pública da Anac, por exemplo, a Proteste insurgiu contra porque ela está revogando direitos”, avalia Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.

Outro tema em andamento é o bloqueio da internet. Para os aparelhos móveis, há uma intensa briga judicial entre as operadoras e órgãos de defesa do consumidor. Por liminar, as companhias estão autorizadas a cortar o serviço após o consumo do pacote de dados. Mas para as associações, há desrespeito do CDC, por mudar o contrato vigente sem aviso prévio, além do descumprimento de regras da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Na mesma onda, as operadoras de serviço de internet banda larga também querem limitar as franquias e cortar o serviço. A Net, Oi e Vivo foram notificadas pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), do Ministério da Justiça, no último dia 23 para apresentarem justificativas do corte sem comunicado prévio ao consumidor. “Tudo que isso que acontece no Brasil prejudica o consumidor. A Proteste também entrou na Justiça contra a banda larga fixa. Essa situação atenta contra o Marco Civil da Internet”, afirma Maria Inês.

A retirada do símbolo “T” de transgênicos das embalagens também é outro importante assunto em aberto. O projeto de lei está no Senado e preocupa as associações que acreditam no cerceamento do direito à informação previsto no CDC. “O pior é que a resposta que a classe política tem dado às questões do consumidor não parece atender se não a interesses partidários ou de facções, seja para arrancar concessões de um governo federal fragilizado, seja para conquistar aliados no parlamento”, acredita Carlos Thadeu, do Idec.

DIREITOS EM RISCO:

>> Fim da assistência ao passageiro em caso de atraso ou cancelamento de voo:
Uma consulta pública na ANAC propõe o fim do direito material (comunicação, alimentação e acomodação) em caso de atraso de voos. A assistência pode ser suspensa em casos de força maior imprevisível (como mau tempo que leve ao fechamento do aeroporto) ou caso fortuito.

>> Limitação da banda larga fixa e da internet móvel
As operadoras de telefonia bloqueiam o serviço após o uso do pacote. O caso está na Justiça. Na última semana, a Secretaria Nacional do Consumidor, do Ministério da Justiça, pediu explicação às empresas de banda larga que estão cortando o pacote dos usuários nos moldes da internet móvel.

>> Transgênicos:
O projeto que retira a obrigação das empresas de colocar o T de transgênico nas embalagens está no Senado.

>> Endividamento:
O projeto de modernização do Código de Defesa do Consumidor está parado na Câmara dos Deputados. Entre os benefícios está a fixação de 30% do orçamento familiar para endividamento máximo.

 

Natal de presentes mais caros e de comércio desanimado

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O clima de crise chegou no Natal. Embora essa seja uma das datas mais esperadas pelo varejo, consumidores e comerciantes não estão animados com a chegada do Bom Velhinho. A intenção de compras dos clientes caiu quase 10% entre 2014 e 2015 – passou de 78,5% para 69,7%. Em resposta ao desânimo dos compradores, 54,6% dos lojistas acreditam que os negócios serão menores do que no ano passado e o faturamento deve cair em 7,28%.

Embora a intenção de compras tenha caído, os consumidores esperam gastar mais este ano. O custo médio com presentes vai passar de R$ 393,32 para R$ 425,41. Segundo a pesquisa informa, o gasto maior não é reflexo de mais presentes, mas sim, do aumento de preços e da inflação. Vestuário, calçados e perfumes serão as lembranças preferidas neste Natal.

Entre os consumidores que não vão fazer compras de Natal, os principais motivos são dificuldades financeiras e o desemprego – preocupação que não aparecia em pesquisas anteriores.

Em relação ao modo de pagamento, dinheiro e cartão de crédito são as formas preferidas. As lojas de rua e de shopping center também devem ser os principais locais de compra, uma vez que oferecem melhores condições de prazo e pagamento.

O retrato das expectativas de compra e venda de Natal fazem parte de duas pesquisas da Federação do Comércio do Distrito Federal, divulgadas nesta quarta-feira (11/11).