Caesb faz operação em caixa’água e desliga sistema da Secretaria de Fazenda

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Técnicos da estatal desativaram as torres de transmissão da Fazenda erroneamente; serviços estão suspensos em agências de atendimento

Caixa d'água de Ceilândia tinha torres de transmissão irregulares. Foto: Bruno Peres/CB/DA Press
Caixa d’água de Ceilândia tinha torres de transmissão irregulares. Foto: Bruno Peres/CB/DA Press

O atendimento nas agências da receita de Taguatinga, Ceilândia, Brazlândia e Gama e no posto de fiscalização tributária da BR-060 está interrompido desde a manhã desta segunda-feira (8/3). A causa da suspensão do serviço é um tanto quanto inusitada: ele parou após uma ação da Companhia de Saneamento Ambiental de Brasília (Caesb). A estatal fez uma operação para retirar torres de transmissão irregulares sobre a caixa d’água de Ceilândia, entretanto, os técnicos acabaram removendo acidentalmente o equipamento da Secretaria de Fazenda e paralisando todo o sistema.

Segundo informações da Secretaria de Fazenda, a previsão é a de que o serviço esteja normalizado até próxima quarta-feira (14/3). A recomendação da pasta é a de que os contribuintes busquem atendimento em outras unidades, na internet ou em um dos postos do Na Hora Cidadão.

As lojas do BRB Conveniência atendem operações simples, como a emissão de 2ª via de impostos, certidão negativa, consulta de débitos, dentre outros.

Para mais informações, basta ligar para a Central Telefônica 156, opção 3.

Caesb renegocia dívidas de consumidores até 31 de dezembro

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Crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press.
Crédito: Carlos Moura/CB/D.A Press.

A Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) promove até o dia 31 de dezembro condições especiais para o pagamento de dívidas com a empresa. Entre as vantagens estão a possibilidade de negociação, com flexibilização do parcelamento e redução de juros. Os interessados devem ir a uma unidade de atendimento da Caesb e assinar um Termo de Reconhecimento de Dívida ou acessar o site da companhia. O programa é destinado a todas as categorias de clientes: residencial, comercial, industrial e pública, com faturas vencidas há mais de 120 dias.

Para ter acesso na internet, o usuário deve se cadastrar no site e, após validação do cadastro, acessar o link “Negociação de Débitos”. Assim como acontece no atendimento presencial, é requerida uma entrada mínima de 10% do débito ou 20%, quando se tratar de dívida negociada anteriormente. As contas com tarifa de contingência não podem ser parceladas, elas deverão ser somadas à entrada do parcelamento.

A negociação online não poderá ser realizada nos casos de débitos objeto de cobrança judicial; parcelamentos para condomínios e inscrições agrupadoras de condomínios individualizados.

Mais informações podem ser obtidas pela Central 115 ou no Caesb Online.

Tira-dúvidas:

1) O que é o Programa de Negociação de Débitos?
É um Programa de Negociação de Débitos com redução gradativa dos jutos moratórios e juros dos parcelamentos incidentes sobre o saldo devedor, incluindo aqueles integrantes de demandas judiciais.

2) A quem se destina?
A todas as categorias de usuários da Caesb: residencial, comercial, industrial e pública, na qualidade de pessoas físicas ou jurídicas, com faturas vencidas há mais de 120 (cento e vinte) dias.

3) Quando acontecerá?
A vigência do programa será de 20/11 a 31/12.

4) Como é o programa?
Os débitos do PND serão negociados considerando as seguintes proporções:
1. 99% (noventa e nove por cento), para pagamento à vista;
2. 90% (noventa por cento), para pagamento em até 06 (seis) parcelas mensais, incluindo-se a entrada;
3. 80% (oitenta por cento), para pagamento entre 07 (sete) e 12 (doze) parcelas mensais, incluindo-se a entrada;
4. 70% (setenta por cento), para pagamento entre 09 (nove) e 18 (dezoito) parcelas mensais, incluindo-se a entrada;
5. 60% (sessenta por cento), para pagamento em entre 19 (dezenove) e 24 (vinte e quatro) parcelas mensais, incluindo-se a entrada.

O parcelamento está condicionado ao pagamento de uma entrada mínima de 10% (dez por cento) do valor da dívida atualizada. No caso de reparcelamento, a entrada mínima será de 20% (vinte por cento) do valor da dívida atualizada. Os descontos oferecidos incidirão somente sobre os juros moratórios e de parcelamento, mantendo-se inalterados os valores originais faturados atualizados. Os valores relativos à tarifa de contingência que compõem os débitos a serem parcelados, bem como de multa por atraso, juros e atualização monetária decorrentes dessa tarifa, deverão ser adicionados à parcela de entrada da negociação, sendo que não incidirá desconto sobre os juros relativos à tarifa de contingência.

5) O que é necessário para adesão?
Assinar, em uma unidade de atendimento da Caesb, um Termo de Reconhecimento de Dívida.

6) Qual a documentação exigida?
Documento de propriedade, posse ou ocupação do imóvel e documentos pessoais.

7) O consumidor pode escolher a(s) fatura(s) para pagamento através do programa?
Havendo mais de uma fatura pendente de pagamento, é facultado ao usuário, no ato de adesão ao PND, a indicação da(s) fatura(s) que será (ão) incluída(s) no Programa, no caso de pagamento à vista. Se for parcelado, serão incluídas todas as contas pendentes de pagamento.

8) É possível desistir do programa?
Não, uma vez que a adesão ocorre com o pagamento do débito.

9) É necessário alguma garantia para adesão ao programa?
Não. A ideia é facilitar ao máximo, dentro da lei e do regulamento do programa, a regularização das dívidas. Portanto não há necessidade de avalista, fiador ou garantias reais mobiliárias e imobiliárias.

Crise hídrica deve impulsionar preço da água no DF

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Caesb é uma das empresas mais caras do país

Crédito: Pedro Ladeira/Esp. CB/D.A Press
Crédito: Pedro Ladeira/Esp. CB/D.A Press

Os custos da crise hídrica vão chegar ao consumidor a partir de junho. A Caesb está em fase de elaboração da planilha para pedir a revisão anual de tarifa. Como o racionamento tem elevado o gasto de operação da empresa, ele deve ser um dos principais pesos na composição do reajuste. As horas extras de funcionários, a manutenção das interrupções e o rompimento das redes por causa do rodízio são os principais responsáveis pela elevação do preço, segundo o presidente da Caesb, Maurício Luduvice. “Todos esses custos precisam ser considerados na revisão tarifária. A Caesb precisa sobreviver como empresa”, afirma.

A companhia ainda não sabe mensurar quanto está gastando a mais com a operação crise hídrica e quanto será necessário subir o valor da tarifa para manter as contas da empresa saudáveis. A Agência Reguladora de Águas (Adasa) informou que vai analisar os dados enviados pela Caesb e se, necessário, concederá o aumento, desde que justificado.

Em 2016, o reajuste foi de 7,98% para consumidores residenciais. Desde 2010, a Caesb subiu 79,8% o preço do m³ de água, o que a deixa entre as 10 empresas mais caras do país. “Oferecemos água de excelente qualidade e com ótimo padrão de atendimento. Tem cidade brasileira que todo dia falta água e não é por escassez hídrica”, explica Maurício Luduvice.

A tarifa de contingência também será usada para os gastos com a crise hídrica. Entretanto, o dinheiro ainda está em uma conta sem uso porque falta regulamentação de como a verba pode ser usada. O valor acumulado está em R$ 9,3 milhões. Esta semana haverá uma audiência pública para discutir a minuta da resolução que já está disponível no site da Adasa. Após esse rito, o dinheiro pode ajudar a custear os gastos com a crise.

Racionamento chega ao Plano Piloto; entenda como funciona o rodízio em todo o Distrito Federal

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Veja como será o racionamento no Plano Piloto e em outras regiões do DF

Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press
Arthur Menescal/Esp. CB/D.A Press

Na segunda-feira (27/2) começou a ampliação do racionamento de água no Distrito Federal para as regiões abastecidas pelo sistema Santa Maria/Torto. Agora, são 26 regiões atingidas pelo corte de água. Confira o tira-dúvidas de como vai funcionar a interrupção na capital do país:

Quem terá que racionar água no Distrito Federal?

Moradores de 26 regiões abastecidas pelos dois principais reservatórios da cidade: o Descoberto e o Santa Maria/Torto. Juntos, eles são responsáveis por levar água à 82% da população do DF, ou seja, 2,4 milhões de pessoas.

Por que terei que racionar água?

Desde novembro, a Agência Reguladora de Águas do DF (Adasa) autorizou a Caesb a fazer um plano de racionamento caso o volume dos reservatórios ficassem abaixo de 20%. Em janeiro, a Barragem do Descoberto atingiu a marca de 18,69% e, para conter o rebaixamento, a Caesb colocou o plano em ação nesse reservatório. Em fevereiro, a Adasa diminuiu a vazão da captação da Caesb, ou seja, a empresa não pode tirar água do rio na mesma quantidade que tirava antes. Por isso, a empresa optou por fazer racionamento também para os abastecidos pelas águas do Sistema Santa Maria/Torto. A ideia é economizar 12% de água com a medida, no Sistema Santa Maria/Torto. No Descoberto, em janeiro, a economia chegou a 14%.

Quem está de fora do racionamento?

A Esplanada dos Ministérios, Setores Hospitalares Sul e Norte e cidades abastecidas por sistemas isolados, de captação direto no rio ou por poços artesianos, é o caso de Sobradinho, Planaltina e São Sebastião.

Como vai funcionar o racionamento. Serei avisado com antecedência?

A Caesb montou um calendário com as datas em que cada região ficará sem água. A data de racionamento é publicada na edição impressa e online do Correio e no site da Caesb.

Por quanto tempo ficarei sem água?

O ciclo proposto pela Caesb dura seis dias. A interrupção dura 24h – das 8h às 8h. Em seguida ao religamento, o consumidor pode ficar com o serviço instável por até 48 horas. Depois, fica com água normal por 72 horas.

Continuo com a pressão das torneiras reduzidas das 7h às 19h?

Sim. A redução de pressão da água pelos canos não foi interrompida por causa do racionamento.

Continuo pagando tarifa extra para consumo acima de 10 mil litros mensais?

Sim. Todas as medidas de contenção de consumo continuam em vigor.

 

Quanto tempo vai durar o racionamento?

Ainda não há prazo para o fim da medida. Vai depender da recuperação dos manaciais do Descoberto e do Santa Maria/Torto de modo que eles se recomponham para garantir o abastecimento no próximo período de seca.

Como devo me preparar para o racionamento?

A Caesb indica que todas as casas, prédios e comércios tenham reservatórios como caixas d’água. Eles devem estar preparados para o dia de interrupção do serviço.

Os serviços públicos funcionarão nas regiões sem água?

Sim. Hospitais, delegacias e escolas serão abastecidos por caminhões-pipa, caso a água das caixas d’águas não seja suficiente.

Mais dúvidas? Envie para flaviamaia.df@dabr.com.br ou pelo Whatsapp:

Celular

Esplanada dos Ministérios está fora do racionamento de água

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A Caesb justificou que a Esplanada não pode parar e que o trecho é pequeno

Crédito: Carlos Silva/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF.
Crédito: Carlos Silva/CB/D.A Press. Brasil. Brasília – DF.

Embora seja abastecida pelo sistema Santa Maria/Torto, a Esplanada dos Ministérios não participará do racionamento de água que começa a partir da próxima segunda-feira (27/2). Assim, ministérios, tribunais superiores, Palácio do Planalto, Palácio da Alvorada e o Congresso Nacional não ficarão sem água. As informações são do presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Maurício Luduvice. A falta de água nos prédios federais era uma das principais dúvidas quanto ao rodízio, uma vez que coloca a crise hídrica em nível nacional. “O trecho é pequeno. Optamos por manter o abastecimento normal para não atrapalhar o funcionamento dos prédios públicos e das decisões nacionais”, explicou.

Entretanto, os prédios do governo local e os de embaixadas não serão poupados e devem obedecer ao cronograma proposto pela empresa.

A ampliação do racionamento começa a partir da próxima segunda-feira (27/2) e deve atingir cerca de 500 mil pessoas, fora a população flutuante que vem trabalhar na área central de Brasília. Somando com os moradores das regiões abastecidas pelo rio Descoberto – que já passa por corte de água -, serão 2,4 milhões de pessoas atingidas com o rodízio de água na capital do país.

A Caesb resolveu estender o rodízio de água ao sistema Santa Maria/Torto após resoluções da Agência Reguladora de Águas do DF (Adasa) que diminuíram a captação de água nos reservatórios do DF. De acordo com a Adasa, a medida fez-se necessária pela escassez de chuvas e a dificuldade de recomposição dos reservatórios para o período de seca.

 

Rodízio de água em regiões como Plano Piloto, Lagos, Itapoã e Varjão começa na segunda, anuncia Caesb

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Os detalhes sobre a operação de racionamento serão divulgados esta semana

Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press.
Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press.

O racionamento de água vai chegar a praticamente todas as residências do Distrito Federal. A Companhia de Saneamento do DF (Caesb) anunciou nesta terça-feira (21/2) que a partir da próxima segunda (27/2) o rodízio vai começar também nas regiões abastecidas pelo sistema Santa Maria/Torto. Os detalhes sobre a operação e os dias disponíveis para cidade serão divulgados na quinta-feira (23/2).

Também não está descartada a hipótese do corte ser ampliado e ocorrer dois dias por semana, tanto para o sistema Santa Maria/Torto quanto para a Barragem do Descoberto. As medidas ainda mais drásticas para contenção de consumo são reflexo de duas resoluções publicadas ontem pela Agência Reguladora de Águas (Adasa) que preveem redução da vazão a ser captada pela Companhia de Saneamento do DF (Caesb) tanto nos sistemas da Barragem do Descoberto quanto no de Santa Maria. Dessa forma, a Caesb terá menos água para oferecer à mesma base de clientes. A empresa tem até o próximo dia 6 para começar a operação com menos líquido.

Pela primeira vez na história, a Adasa reviu a autorização de retirada de água pela Caesb e determinou que as revisões do valor da captação podem ser mensais. Atualmente a Caesb pode retirar 6 mil litros por segundo. Entretanto, desde o início da crise hídrica, a companhia conseguiu diminuir a retirada para 3,8 mil litros/s. Agora, ela será obrigada a captar apenas 3,5 mil litros/s. Dessa forma, a redução chega a 41,6%. No Santa Maria, o decréscimo foi mais crítico – 66% – e a vazão passará a ser de 500 litros/s. Atualmente a autorização é de 1,4 mil litros/s e, desde o início da escassez, 800 litros/s estão sendo retirados.

A redução brusca na vazão média está forçando a Caesb a preparar o rodízio em áreas antes não afetadas, como Plano Piloto, lagos Norte e Sul, Sudoeste, Noroeste, Itapoã e Varjão. A companhia informou, via nota, que os técnicos estão analisando como serão feitos os cortes e que o anúncio de contenção ocorrerá com até três dias de antecedência. Embora impopular, a medida prevê a manutenção de quantidade de água suficiente para o período da seca. Além disso, pode sensibilizar na liberação do recurso pelo governo federal para a construção da captação de água do Lago Paranoá no valor de R$ 50 milhões. O Ministério da Integração Nacional deve dar a resposta do repasse até o início do próximo mês.

Simulações feitas pela Adasa mostram que, mesmo com a redução da captação e com regime normal de chuvas, o Descoberto deve chegar até o fim de maio com valores de 50% a 70% de sua capacidade, quando o normal é 100%. Em Santa Maria, a previsão para o mesmo período é de 50%, uma vez que este reservatório tem mais dificuldades para se recompor. “Ficar sem água é uma medida muito extrema. Vamos poupar agora enquanto está chovendo”, informou Paulo Salles, diretor-presidente da Adasa.

De acordo com a Adasa, não choveu como o esperado, assim como as chuvas ocorreram mais na parte norte do DF, longe dos reservatórios. Salles informou que as resoluções fixaram o prazo de 6 de março porque a situação hídrica é crítica. “Publicamos a resolução de escassez hídrica em novembro, somente em janeiro, a Caesb começou com o rodízio. Agora não dá para esperar”, explica.
Pesquisador em hidrologia, Marcelo Resende, professor e coordenador do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Brasília afirma que a racionamento deveria ter atingido as cidades abastecidas pelo Reservatório de Santa Maria na mesma época que as do Descoberto. O professor ainda acrescenta que para o DF passar pela época da seca sem desabastecimento, será necessário medidas mais extremas no rodízio de água. “O corte no abastecimento vai ter que ser de mais de 24 horas nas cidades abastecidas pelo Descoberto, para dar conta da demanda”, argumenta.

Presidente do Comitê da Bacia do Lago Paranoá e pesquisador da Embrapa Cerrados, Jorge Werneck, acredita que o momento é de redução de demanda até que as obras necessárias sejam feitas e que haja redução da perda de água, atualmente em 35%, sendo 15% de líquido furtado. “Todo mundo sabia que seria um período difícil. Ninguém esperava que fosse tão ruim. Eu tento me colocar no papel do gestor público, se ele tivesse colocado medidas drásticas antes e os reservatórios fossem recompostos, ele também seria criticado. Agora é monitorar os vários cenários e diminuir as perdas”, conclui.

Tarifa extra na conta de água não tem prazo para acabar

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Mesmo com racionamento e alta nos reservatórios, a taxa vai continuar

Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF.
Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília – DF.

Desde novembro as faturas da conta de água chegam com um extra de até 40% para as residências que consomem acima de 10 mil litros do líquido por mês. Mesmo com um mês de racionamento, o aumento das chuvas e os reservatórios acima de 30% da sua capacidade, a Agência Reguladora da Águas (Adasa) informou que não tem prazo para cessar a cobrança.

De acordo com a agência, a tarifa de contingência fica vigente enquanto houver “situação crítica de escassez hídrica”, o que, segundo a agência, não tem um prazo definido, “mesmo com a chegada das chuvas e a elevação dos níveis dos reservatórios”. Por nota, a Adasa comunicou que a determinação da falta de prazo segue a resolução que instituiu a taxa.

Leia mais sobre crise hídrica

A tarifa extra conhecida como tarifa de contingência começou a valer em 25 de outubro de 2016, quando o nível do reservatório do Rio Descoberto chegou a 25%. Segundo os cálculos da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), os 40% são cobrados sobre o valor da água. Como a fatura é composta metade por água, metade por saneamento básico, o impacto no bolso do consumidor é de 20% na fatura total.

O valor adicional vem discriminado no boleto a ser pago, em modelo similiar às bandeiras tarifárias da energia elétrica. O dinheiro arrecadado é destinado para uma conta contábil e a quantia só pode ser usada para investimentos ou custos relacionados à crise hídrica.

O acréscimo de valor na conta de água devido à escassez é previsto na lei federal do Saneamento Básico. Estados como São Paulo e Ceará já fizeram uso do dispositivo.

>> Tira-dúvidas:

Quem vai pagar a tarifa de contingência?

Consumidores residenciais e comerciais que gastarem mais de 10 mil litros por mês.

Quando a tarifa vai ser cobrada?

A partir do momento que o reservatório do Descoberto chegar ao nível de 25% do volume.

Qual será o valor?

Contas acima de 10 mil litros terão acréscimo de 40% no valor cobrado pela água. Como a fatura é composta por água e esgoto, o impacto no preço final será de 20%.

Como vai vir na fatura?

O modelo será similar à cobrança das bandeiras tarifárias na energia elétrica. Ou seja, o consumidor vai saber quanto está pagando por consumir mais água. Porém, o valor será somado e pago no mesmo código de barras.

Quem tem isenção?

Consumidores que gastam menos de 10 mil litros de água por mês, hospitais, hemocentros, centros de diálise, pronto-socorro, asilos e presídios.

E os consumidores comerciais?

A tarifa comercial já é mais alta do que a residencial. Dessa forma, esse grupo pagará 20% a mais sobre o valor da água se consumir mais de 10 mil litros. Como a fatura é dividida com saneamento, o impacto na quantia final será de 10%.

Como a tarifa vai funcionar no caso dos condomínios sem hidrômetro?

Para composição da tarifa, a Caesb divide o consumo pela quantidade de unidades. Se o consumo por unidade for superior a 10 mil litros, o condomínio paga a tarifa.

 

Caesb anuncia plano de racionamento que deve afetar 1,8 milhão de moradores do DF

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Plano de racionamento foi anunciado após Descoberto atingir 18,94% de volume

Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF.
Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press. Brasil. Brasília – DF.

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) anunciou na tarde desta quinta-feira (12/1) o plano de racionamento de abastecimento de água. A medida vai afetar 1,8 milhão de moradores do DF. Ainda não há prazo para o fim da medida. Vale lembrar que as outras medidas como a tarifa de contingenciamento e a redução de pressão dos canos de distribuição em 15 regiões continuam.

A empresa comunicou que fez a escolha por causa do baixo volume da Barragem do Descoberto, que abastece 65% da população da capital do país e atingiu nível histórico mínimo de 18,94%. A Caesb tinha autorização da Agência Reguladora de Águas do DF (Adasa) desde novembro do ano passado para a execução do plano, entretanto, optou por fazê-lo agora por conta da pouca chuva registrada em janeiro de 2017.

O racionamento começa na próxima segunda-feira (16/1) às 8h nas cidades de Ceilândia, Recanto das Emas e Riacho Fundo II. O rodízio funcionará em um ciclo de seis dias: 24 horas sem água, 48 horas de estabilização do sistema e 72 horas com o serviço normalizado. Ou seja, o consumidor passará um dia sem água, dois dias com o serviço instável – aqui a pressão pode ficar menor e o fluxo da água mais lento – e três dias com o serviço normal.

“O racionamento é um grande esforço tanto para a população quanto para a empresa. Mas fez-se necessário”, explicou Maurício Luduvice, presidente da Caesb.

De acordo com a Caesb, 15 regiões administrativas passarão pelo rodízio: Águas Claras, Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires, Arniqueiras, Riacho Fundo I e II, Núcleo Bandeirante, Candangolândia, Guará, Samambaia, Recanto das Emas, Park Way, Gama Areal e Santa Maria. “A escolha foi técnica. Essas cidades são abastecidas pelo rio Descoberto”, explica Luduvice. Outras cidades como o Plano Piloto e os lagos Sul e Norte ficarão de fora do racionamento porque não são abastecidos pelo sistema Descoberto.

As regiões administrativas abastecidas pelo sistema Santa Maria/Torto sofrerão redução de pressão a partir do dia 30 de janeiro. Entretanto, a Caesb explicou que o detalhamento de como vai funcionar será comunicado após análises técnicas e aprovação da Adasa.

Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press.
Crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press.

Calendário

16 de janeiro (segunda-feira)
Interrupção: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II

17 de janeiro (terça-feira)
Interrupção: Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK e Residencial Santa Maria
Religação e estabilização: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II

18 de janeiro (quarta-feira)
Interrupção: Gama
Religação e estabilização: Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK, Residencial Santa Maria, Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II

19 de janeiro (quinta-feira)
Interrupção: Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste e Samambaia
Religação e estabilização: Gama, Vicente Pires, Colônia Agrícola Samambaia, Vila São José, Jóquei, Santa Maria, DVO, Sítio do Gama, Polo JK e Residencial Santa Maria

20 de janeiro (sexta-feira)
Interrupção: Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal e Riacho Fundo I
Religação e estabilização: Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste, Samambaia e Gama

21 de janeiro (sábado)
Interrupção: Águas Claras (zona alta), Concessionárias e Taguatinga Norte
Religação e estabilização: Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal, Riacho Fundo I, Águas Claras (zona baixa), Park Way, Núcleo Bandeirante, C.A. IAPI, Candangolândia, Setor de Postos e Motéis e Metropolitana, Vila Cauhy, Vargem Bonita, Ceilândia Leste e Samambaia

22 de janeiro (domingo)
Interrupção: Ceilândia Oeste, Recanto das Emas e Riacho Fundo II
Religação e estabilização: Águas Claras (zona alta), Concessionárias, Taguatinga Norte, Guará I e II, Polo de Modas, CABS, Lúcio Costa, SQB, CAAC, Taguatinga Sul, Arniqueiras, Areal e Riacho Fundo I

 

 

 

Sob intenso calor, Barragem do Descoberto registra o menor volume da história: 18,94%

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O baixo nível pode acelerar plano de racionamento


Por Flávia Maia e Priscilla Miranda, estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

A Barragem do Descoberto atingiu na manhã desta quinta-feira (12/1) o menor índice da história: 18,94%, segundo as medições feitas pela Agência Reguladora de Águas do Distrito Federal (Adasa). Até então, o volume mais baixo foi o de ontem (11/1) – 19,2%. A preocupação com o baixo volume deve-se ao fato de o reservatório abastecer 65% da população da capital do país. A última vez que a barragem chegou a ficar tão baixa foi em 19 de novembro de 2016 (19,3%). Embora tenha a autorização para implantar o plano de racionamento, a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb) informou que ainda não tem prazo para a execução e que deve informar a população com antecedência de três dias.

O calor excessivo e as chuvas abaixo do esperado para o período contribuem de maneira sistemática para a queda do reservatório. Segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no último dia 9, foi registrada a terceira mais alta temperatura do DF nos primeiros 10 dias de janeiro desde o início da série histórica, em 1969. Os termômetros chegaram a 32,2ºC. A meteorologista Ingrid Peixoto explica que a média climatológica para este período do ano no DF é de 26,9°C, mas, este ano, está em 30,9°C — o que significa um desvio de 4ºC.

“A associação entre o calor e a umidade disponível na atmosfera favorecerá a ocorrência de pancadas de chuvas de forte intensidade e curta duração para os próximos dias (até 19 de janeiro), com maior frequência entre a tarde e noite”, explica Ingrid. A quantidade de chuvas nestes primeiros dias de 2017 foi de 19,9mm — menor que o mesmo período do ano passado, quando o volume de água chegou a 64,4mm. “A chuva pode vir acompanhada de descargas elétricas, rajadas de vento e queda de granizo. É importante que o brasiliense acompanhe a previsão diária e a emissão de sinais de alerta”, complementa.

Com dias tão quentes, a população está demandando mais água e, consequentemente, houve desaceleração da economia do líquido. Segundo dados da Caesb, a retirada de água da barragem estagnou em 4,4 mil litros por segundo desde o fim de 2016, o que significa uma redução de 13,7% no consumo, quando a companhia esperava algo em torno de 15% a 20%. “Com o calor, as pessoas demandam mais água e acabam economizando menos”, explica Maurício Luduvice, presidente da Caesb.

Próximo de casa, a Água Mineral é o lugar perfeito para Fatiana Sabino de Arruda, 37 anos, divertir-se com os filhos neste período de férias. Mas, como nem sempre pode sair com os pequenos, a comerciante busca outras alternativas para aliviar o calor e, ao mesmo tempo, economizar. “As crianças querem tomar banho o tempo todo, então eu coloco um balde ou uma bacia com água para eles brincarem e, com o que sobra, lavo a área externa da casa” conta. Fatiana é dona de um pet shop em Sobradinho e, no trabalho, também fez mudanças. “Trocamos a mangueira por uma ducha para diminuir a pressão e a quantidade de água gasta. Passamos a lavar a loja apenas no fim de semana e utilizando baldes.”

Crédito: Minervino Junior/CB/D.A. Press.
Crédito: Minervino Junior/CB/D.A. Press.

Ontem, a Água Mineral estava lotada de pessoas em busca de refresco para os dias quentes. A artesã Evandirlei Celino de Sousa Oliveira, 55 anos, chegou cedo ao Parque Nacional, mas foi surpreendida. “Chegamos às 6h30 e já tinha gente na nossa frente.” conta. De acordo com a mulher, que fazia um passeio com as duas filhas e os três netos, essa foi a segunda tentativa de visita só esta semana. “Por conta do calor, a gente tentou vir ontem, mas estava lotado”, lamenta.

Medidas

O clima quente e seco também contribui para a evaporação mais significativa do espelho d’água, o que ajuda a entender a queda no volume apresentada nos últimos dias no Descoberto. “Temos ainda o fato de que muitos agricultores que usam a bacia fizeram as suas plantações contando com a chuva. Com a estiagem, a saída foi usar a irrigação para não perder o plantio”, explica Luduvice. A Secretaria de Agricultura, a Adasa e a Caesb estudam um plano de manejo na região de modo a priorizar o abastecimento humano.

A preocupação com a estiagem que assola o DF levou o governador Rodrigo Rollemberg a se reunir ontem com integrantes do Inmet, da Adasa, da Caesb e da Secretaria de Agricultura para tentar entender o comportamento das chuvas na capital do país e os impactos da crise hídrica. As respostas da meteorologia são preocupantes: por dois anos consecutivos (2015 e 2016) o nível de chuva foi abaixo da média esperado. Entre as explicações estão o aquecimento global e a massa de ar quente que se instalou sobre o DF desde 20 de dezembro de 2016.

Mesmo com o cenário de baixa no reservatório, aumento das temperaturas e pouca perspectiva de chuva, a Caesb informou que ainda não tem plano de colocar o racionamento em execução. “Estamos fazendo uma série de ações para evitar o racionamento porque ele mexe com o cotidiano do cidadão e tem toda a questão operacional para a empresa”, esclarece Luduvice.

A Adasa informou que a Caesb está autorizada a implantar o racionamento e tem liberdade para atuar. Para controlar o consumo, as resoluções da Adasa continuam valendo, como a proibição de novas outorgas, restrição de horário para captação de água por meio de caminhões-pipa, redução de vazão outorgada aos usuários de água subterrânea, como lava a jatos e postos de combustíveis do DF.

A Caesb informou que está tomando medidas para amenizar a crise hídrica e que a escolha pelo plano de racionamento será técnica. A empresa já gastou R$ 28 milhões em investimentos, que foram acelerados para conter a falta de água. Além disso, mantém outras políticas para forçar o contingenciamento do uso de água, como a tarifa extra para consumo acima de 10 mil litros por mês e a diminuição da pressão de água em 15 regiões administrativas. A empresa também tem feito obras para reduzir as perdas do sistema e aumentar os pontos de captação de água, de modo a depender menos do Descoberto.

Economia
Crédito: Helio Montferre/Esp.CB/D.A.
Crédito: Helio Montferre/Esp.CB/D.A.

Sentindo na pele o calor e a falta d’água, a população começa a tomar as suas próprias atitudes para ajudar na crise. Na casa da aposentada Mariuza Teixeira de Macedo Ramos, 64, e do marido, Zelino Ramos, 64, a economia é um fator importante. Zelino gosta de inventar engenhocas e, antes mesmo de a crise hídrica chegar ao DF, ele já guardava água da chuva em um reservatório subterrâneo. O morador do Cruzeiro Velho está preparando ainda um sistema de abastecimento que reciclará a água da máquina de lavar e levará o recurso para três pontos da casa: banheiro, tanques e retornando para a própria máquina.

O trabalho facilitará o que Mariuza já estava fazendo: a aposentada usava essa mesma água para limpar vários cômodos. “Toda a água utilizada para lavar roupa, eu reutilizo. Para enxaguar, eu ponho a primeira água, aquele que está com sabão, e, logo depois, descarto. As outras eu junto e uso para lavar a frente e dentro da casa”, explica. A economia hídrica influenciou diretamente no orçamento da família. A conta chegou a diminuir entre 40% e 50%.

Rodízio

Com o racionamento, regiões farão rodízio de abastecimento, ou seja, uma área fica 72 horas com água e 24 horas, sem. Para bloquear a chegada de água, a Caesb precisa fechar as grandes tubulações que levam o líquido às residências. Caminhões-pipa farão o abastecimento de prédios públicos, como escolas e delegacias.

Para saber mais

DF não tem volume morto

Se a crise hídrica se agravar, o Distrito Federal não pode contar com o volume morto dos reservatórios, como ocorreu em São Paulo. Segundo informações da Agência Reguladora de Águas (Adasa), a reserva existente na Barragem do Descoberto não seria suficiente para abastecer a capital do país nem por 30 dias, o que não justificaria os custos da obra para captação. Para retirar o volume morto, é preciso a instalação de bombas coletoras, porque não é possível fazer a retirada por gravidade. Em Cantareira, o sistema custou R$ 120 milhões e a obra demorou dois meses. No DF, não há previsão de custos. Também não há hipótese de utilizar a reserva do Santa Maria porque o reservatório está localizado em área de proteção ambiental.

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Volume morto do Descoberto garante apenas 30 dias de abastecimento; custo de captação não compensa

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Se a crise hídrica se agravar, o Distrito Federal não pode contar com o volume morto dos reservatórios como ocorreu em São Paulo. Segundo informações da Agência Reguladora de Águas (Adasa), a reserva existente na Barragem do Descoberto não seria suficiente para abastecer a capital do país nem por 30 dias, o que não justificaria os custos da obra para captação. Para retirar o volume morto é preciso a instalação de bombas coletoras porque não é possível fazer a retirada por gravidade. Em Cantareira, o sistema custou R$ 120 milhões e a obra demorou dois meses. No DF, não há previsão de custos. Também não há hipótese de utilizar a reserva do Santa Maria porque o reservatório está localizado em área de proteção ambiental.

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A estiagem prolongada e a redução do consumo em velocidade mais lenta do que o esperado preocupa os órgãos ambientais porque os reservatórios não conseguem se estabilizar e encher. Dessa forma, o uso do volume morto poderia ser uma alternativa no abastecimento, caso a tarifa de contingenciamento e o plano de racionamento não fossem suficientes para suprir a demanda de água. Entretanto, essa hipótese ainda não está entre as frentes de ação da Adasa e da Companhia de Saneamento do DF (Caesb).

“Em São Paulo, o volume morto era grande. No Descoberto é pequeno, não daria nem para 30 dias. O custo-benefício não compensa”, analisa Camila Campos, coordenadora de informações hidrológicas da Adasa. A Caesb informou, via nota, que “não tem o menor interesse de falar desse assunto no momento. Estamos preparando o plano de racionamento, que, esperamos, não haja necessidade de ser implantado”.

O volume morto do Descoberto é de 16% em relação ao total do reservatório – o que corresponde a 13,7 bilhões de litros. Em Cantareira é 23%, o que equivale a mais de 330 bilhões de litros. O volume morto é o local onde o ponto de captação de água não chega. A engenharia da obra de captação do Descoberto foi feita de uma maneira que a tomada fosse feita com profundidade, o que deixou pouco espaço para o volume morto.

A discussão sobre a possibilidade de uso dessa reserva surgiu por conta do baixo nível dos reservatórios do DF. O Descoberto atingiu 21,99% da capacidade e o Santa Maria, 41,77%. Dos dois pontos de tomadas de água existentes no Descoberto apenas uma está funcionando porque o outro está na zona seca. O plano de racionamento passa a vigorar quando um dos reservatórios atingir 20%. Entre as ações previstas estão o rodízio de água por região – os endereços ficariam 72 horas com água e 24 sem – e o abastecimento de escolas e delegacias por caminhão pipa.

Volume morto

A coordenadora de informações hidrológicas da Adasa, Camila Campos, explica que alto valor do uso do volume morto se dá porque é preciso investir em infraestrutura. Além das bombas de captação, a estação de tratamento de água não está preparada para a qualidade mais baixa da água da reserva. “Essa água é de qualidade inferior. Tem muitos sedimentos pela proximidade com o fundo. E o nosso sistema está adequado para tratar uma água mais limpa”, explica. Entretanto, Camila acredita que não será necessário usar o recurso. “Com as chuvas e o racionamento, os estudos da Adasa apontam que, em novembro, o Descoberto pare de esvaziar e retome a subida de nível”.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o volume morto começou a ser utilizado quando o Sistema Cantareira atingiu cerca de 8% da capacidade, em maio de 2014. Em dezembro de 2015, as reservas foram recuperadas e, desde então, o estado usa apenas o volume útil.

Para saber mais

Os reservatórios do Distrito Federal estão registrando os menores índices de volume da história em 2016. Por isso, a Caesb tenta diversificar os locais de captação. As apostas são a retirada de água no Lago Paranoá, Corumbá IV e Bananal. Essas obras podem aumentar em 57,8% a produção de água potável. Hoje a capacidade máxima diária é de 9,5 mil litros por segundo. Os três sistemas quando implantados em sua totalidade podem acrescentar mais 5,5 mil litros à vazão por dia. Esse incremento deve garantir a segurança hídrica até 2050, prevê a Caesb.