BRB aumenta lucro, mas reduz carteira de crédito

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Resultados do BRB foram divulgados nesta terça-feira (15/8)

O Banco de Brasília (BRB) apresentou  lucro líquido de R$ 90,4 milhões no primeiro semestre de 2017, volume 118,3% maior do que no mesmo período do ano passado. A redução de despesas em 20% foi um dos principais responsáveis pelo desempenho. O corte de pessoal contribuiu com a queda, uma vez que o banco fez um Programa de Demissão Voluntária cujo efeito começa a aparecer agora no balanço. Os números semestrais foram divulgados nesta terça-feira (15/8).

Embora o resultado seja positivo, o banco teve queda em importantes indicadores financeiros como a carteira de crédito (-4,3%) e na receita de intermediação financeira (-5,1%). O que significa que a quantidade de dinheiro emprestado recuou, assim como a entrada de caixa no banco.

O presidente da instituição, Vasco Cunha Gonçalves, explica que um dos motivos para a diminuição da carteira de crédito foi porque o volume de dinheiro emprestado a empresas caiu diante da crise. Além disso, o BRB focou em otimizar os serviços e conter as despesas para conseguir enfrentar a crise econômica local e nacional. O banco fez ações para diminuir a inadimplência e o superendividamento e tornou-se mais criterioso nas avaliações de crédito.

Para o segundo semestre, o BRB deve aprimorar os serviços tecnológicos, em principal, os oferecidos para celular e internet banking. O que, segundo o presidente, é a principal demanda dos clientes.

 

 

Golpe no BRB: Polícia acredita que dinheiro pode estar no exterior

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As investigações da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) da Polícia Civil do Distrito Federal apontam que outros empresários do Gama estão envolvidos no esquema milionário de fraudes contra o Banco de Brasília (BRB). Os agentes da Operação Revés trabalham na busca desses novos suspeitos da trama que causou um prejuízo estimado de R$ 3,5 milhões à instituição. Segundo o delegado-chefe da DRF, Fernando Cesar Costa, até a próxima semana novas prisões devem ser decretadas. A Polícia não descarta também a hipótese do dinheiro ter sido enviado para fora do país.

Os investigadores fizeram diligências ontem em Goiânia (GO) para prender mais uma pessoa envolvida. Até agora são 37 mandados de prisão expedidos pela Justiça e 23 foram cumpridos. Responsável pelas investigações, Fernando Cesar, comunica que, neste momento, a polícia está analisando o caminho do dinheiro. “Estamos trabalhando para identificar outros empresários que também utilizavam o mesmo esquema. São redes de lojas do Gama. A gente espera ter outras prisões decretadas na próxima semana”, avisou.

Entre os envolvidos que continuam presos estão Ramon Carvalho Maurício, proprietário do correspondente bancário do BRB onde a fraude ocorria, e o empresário e candidato a deputado distrital nas eleições de 2014, pelo PPS, Luiz Carlos dos Reis, conhecido como “Iti”. Alguns envolvidos foram liberados pela própria Polícia após prestarem os devidos esclarecimentos.

O advogado de Luiz Carlos dos Reis, João Rodrigues Neto, comunicou ao Correio que pediu o relaxamento da prisão temporária contra o seu cliente. Entretanto, até o fechamento dessa edição, o documento não tinha sido expedido. De acordo com João Rodrigues Neto, Luiz Carlos assumiu em depoimento à Polícia Civil a participação no esquema, o empresário contou que era responsável por emitir boletos para Ramon quitá-los. “O Luiz Carlos assumiu a responsabilidade, reconheceu o erro e vai pagar na forma da lei. Achei bonita a conduta dele. Por isso, a prisão dele deve ser relaxada”, comunicou. O Correio não conseguiu localizar a defesa de Ramon Carvalho.

O Partido Popular Socialista (PPS), no qual Iti se candidatou na última votação, se manifestou dizendo que a atitude do candidato não condiz com os valores da legenda. “Ele veio em uma leva quando fundou o partido. Nem tem vida orgânica. Se ainda estiver filiado, vamos expulsar imediatamente”, disse o presidente do PPS-DF, Chico Andrade.

Por meio de nota, o BRB informou que o alto valor das transações realizadas no posto de atendimento do Gama chamou a atenção da área de correspondentes e de segurança da instituição. Por isso, a instituição comunicou à Polícia sobre a suspeita, que deu início às investigações. “Diversas ações foram realizadas para que o BRB tivesse o atual modelo de controle, que permite identificar ações como esta e tomar providências em tempo”.

Atenção especial

A fraude ocorreu em um posto de conveniência bancária do BRB, localizada dentro de uma loja de produtos automotivos chamada Gama Latas, no Setor Leste do Gama. Segundo as investigações, a ação ocorreu em menos de 12 horas, entre 8h30 e 18h30, em 19 de fevereiro. Documentos da polícia apontam a existência de uma “verdadeira organização criminosa, constituída para fraudar o BRB”.

As transações feitas fora do expediente bancário, os valores diários incomuns de movimentação e a responsabilidade de uma funcionário recém-contratado e sem qualificação para manusear malotes com quantias expressivas chamaram a atenção da Polícia. O suposto roubo do dispositivo de vigilância e de armazenamento de imagens fornecidos pelo BRB aos seus conveniados no mesmo dia que ocorreu a fraude “merece atenção especial”, conforme aponta a investigação.

A Polícia trabalha ainda com a hipótese de que o dinheiro desviado do BRB tenha sido lavado fora do país. Uma vez que um dos principais envolvidos, Ramon Maurício, viajou no mesmo dia da fraude para o Paraguai. “O que indica uma grande possibilidade dos valores subtraídos terem sido ‘lavados’ naquele país, ou utilizados para a perpetração de outros crimes”, analisa a Polícia.

Como funciona o esquema:
As investigações apontam que o esquema funcionou da seguinte forma: um funcionário fantasma, que utilizava o registro civil de uma vítima de roubo, autorizava as transações irregulares no correspondente bancário no BRB, no Setor Leste, no Gama. Ele fez 22 depósitos para diferentes empresas e pessoas físicas, em um total de R$ 102.100. Além disso, pagou, com recursos do BRB, boletos falsos em benefício de várias empresas, entre as quais postos de combustíveis, distribuidora de alimentos, companhia de serviços aeroportuários de transporte e agências de turismo. A Polícia contabilizou R$ 3,38 milhões em pagamentos.

Fraude desvia R$ 3,5 milhões do BRB

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Por Ana Maria Campos e Flávia Maia

Um esquema milionário contra o Banco de Brasília (BRB) foi desmontado pela Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), da Polícia Civil do Distrito Federal, na manhã de ontem. Os desvios somam mais de R$ 3,5 milhões e os integrantes do esquema usavam a emissão e o pagamento de boletos falsos para conseguir o objetivo. Entre os suspeitos está o candidato a deputado distrital nas eleições de 2014, pelo PPS, Luiz Carlos dos Reis, conhecido como Iti. O empresário do ramo de postos de combustíveis e o irmão José Carlos dos Reis são apontados como os principais beneficiários do esquema. Os dois foram presos por uma equipe da DRF.

A operação batizada de Reves ocorreu na manhã de ontem, autorizada pela 2ª Vara Criminal do Gama, que decretou a prisão temporária de 37 supostos envolvidos. A Justiça também determinou a busca e apreensão nas residências e empresas dos suspeitos de faturarem com os crimes praticados contra o BRB. Para chegar até eles, a Polícia fez escutas telefônicas e comparou documentos. Durante todo o dia, o delegado responsável pelo caso, Fernando Cesar Costa, chefe da DRF, fez oitivas de acusados e testemunhas.

A fraude ocorreu em um posto de conveniência bancária do BRB, em uma loja localizada dentro de uma loja de produtos automotivos chamada Gama Latas, na região administrativa do Gama. Segundo as investigações, a ação ocorreu em menos de 12 horas, entre 8h30 e 18h30, em 19 de fevereiro. Documentos da polícia apontam a existência de uma “verdadeira organização criminosa, constituída para fraudar o BRB”.

As investigações apontam que o esquema funcionou da seguinte forma: um funcionário fantasma, que utilizava o registro civil de uma vítima de roubo, autorizava as transações irregulares no correspondente bancário. Ele fez 22 depósitos para diferentes empresas e pessoas físicas, em um total de R$ 102.100. Além disso, pagou, com recursos do BRB, boletos falsos em benefício de várias empresas, entre as quais postos de combustíveis, distribuidora de alimentos, companhia de serviços aeroportuários de transporte e agências de turismo. A Polícia contabilizou R$ 3,38 milhões em pagamentos. O Iti e seu irmão José Carlos seriam donos de empresas que emitiram e receberam os valores dos boletos.

A fraude chamou a atenção dos investigadores e de auditores do BRB porque o volume de recursos das transações bancárias foi considerado incompatível com o movimento diário do posto de conveniência do Gama.

O empresário Ramon Carvalho Maurício e seus filhos também são citados no inquérito policial, eles são os proprietários do correspondente bancário onde a fraude foi executada. Os três tiveram prisão temporária decretada pela Justiça. O esquema também chamou a atenção de uma funcionária de um escritório que acompanhava a contabilidade da Gama Latas por causa da quantia de dinheiro movimentada.

Na tentativa de disfarçar a transação criminosa, o grupo distribuiu os pagamentos entre várias empresas. A capilarização dos pagamentos também ajudou a burlar os limites diários das operações permitidas pelo BRB. Por exemplo, para pagamento de boletos, o teto permitido era de R$ 5 mil. À empresa de serviços aeroportuários foram pagos 10 boletos no valor de R$ 4.990. Os documentos foram emitidos no dia 18 de fevereiro, com vencimento no dia seguinte, data em que a fraude foi executada. A rapidez do vencimento também chamou a atenção da polícia.
Durante os depoimentos, muitos dos suspeitos colaboraram com informações esclarecedoras. Dessa forma, a DRF representou pela revogação da prisão temporária de todos os envolvidos que ajudaram na elucidação dos crimes. Na oitivas, foi possível apontar também a participação de um outro suspeito, cuja prisão foi requerida pela Polícia Civil.

O Correio não conseguiu os contatos dos advogados dos suspeitos citados na matéria – Luiz Carlos dos Reis, conhecido como Iti, José Carlos dos Reis e Ramon Carvalho Maurício. A reportagem ligou ainda na Gama Latas e em um dos postos de combustíveis citados na investigação, mas ninguém atendeu. O BRB também foi procurado mas preferiu não se manifestar.

Baiano, morador da Asa Sul, Iti é dono de dois postos, entre os quais o Iticar, localizado no Aeroporto Internacional de Brasília. Ele foi candidato a deputado distrital em 2010 e 2014. Declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 6,6 milhões. Iti não se elegeu. Em 2010, concorreu à Câmara Legislativa pelo PHS. Nas últimas eleições, disputou pelo PPS. Ficou com 4.576 votos. À Justiça Eleitoral, Iti declarou vários bens localizados na região administrativa do Gama.

Colaborou Otávio Augusto