Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) calculou o reajuste médio anual dos planos de saúde, comparou com o índice de inflação e chegou à conclusão que se a porcentagem de aumento continuar subindo na velocidade dos últimos dois anos, o plano de saúde custará 70% da renda do trabalhador. Inviabilizando, portanto, a contratação do serviço.
De acordo com a associação, em apenas dois anos, o reajuste dos planos cresceu mais do que a inflação, de sete pontos percentuais.
A relação entre o reajuste dos planos de saúde individuais e familiares e a inflação (IPCA) acumulada entre 2002 e 2012 apresentou uma diferença de 38,12%.
Esse resultado indica que os planos de saúde continuam a ser corrigidos acima da reposição inflacionária, ampliando ainda mais o descasamento com a recomposição de renda do consumidor, feita pelo índice de inflação.
Segundo o Idec se essa diferença entre os índices se mantiver nos próximos 30 anos, o consumidor perderá a capacidade de pagamento dos planos de saúde porque as mensalidades serão corrigidas em 163,49% acima do IPCA.
Cálculos
Um consumidor que tem hoje, 30 anos, e que possui um plano individual em torno de R$ 210,07 – valor ilustrativo baseado no preço de uma grande operadora – com renda de R$ 3 mil por mês, compromete 7% do salário para pagar a fatura do plano.
Se forem mantidas as condições de reposição salarial e as regras atuais de reajuste das operadoras, quando este consumidor completar 60 anos, terá, primeiramente, mudado de faixa etária e o plano de saúde terá sofrido um acréscimo de 296,79%.
Além desse acréscimo, se aplicado o reajuste de 163,49% acima da inflação no período, seu plano passará dos R$ 210,07 para R$ 2.196,28, o que representaria 73,21% de sua renda, e inviabilizaria o pagamento do plano de saúde.