Inadimplência cai em março

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A preocupação do consumidor com a diminuição do poder de compra está dando sinais. Um deles é a queda na inadimplência que caiu pelo terceiro mês consecutivo na comparação com o mesmo período do ano passado. O índice de março fechou em 4,7% – 0,6% a menos do que em 2013.

O mês de março fechou com 6.119 inadimplentes. No mesmo mês no ano passado, eram 7.404. Embora a queda da inadimplência seja um bom sinal porque indica que o consumidor está conseguindo quitar as dívidas, para o varejo, é uma evidência de que os clientes também estão reduzindo as compras. Esse pé no freio se dá por causa do endividamento já existente e da diminuição do ganho real nos salários.

Desde 2013, o desaquecimento do varejo é sentido por lojistas de todo o Distrito Federal. Nem mesmo datas comemorativas como o Dia das Mães e Natal foram suficientes para movimentar o segmento, que sente o endividamento das famílias. “Essa queda na inadimplência mostra o esfriamento generalizado do varejo. Os consumidores estão superenvididados por causa das políticas de consumo, como redução de impostos para os eletrodomésticos da linha branca, programas como a Minha Casa, Minha Vida; e viram que já comprometeram muito o orçamento doméstico, não dá para gastar mais”, analisa Álvaro Silveira Júnior, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Distrito Federal (CLD-DF).

Para Álvaro, a inflação está atrapalhando o consumo. Receosas com a mudança de preços e a instabilidade econômica que pode levar ao desemprego, as famílias estão preferindo pagar as contas em aberto e não comprometer mais o salário. “E no caso da classe média de Brasília essa inflação é maior do que a oficial, que está em 6,5%. Isso porque em Brasília os serviços são mais caros e quando sobe mais, pesa no orçamento”, defende Álvaro.

A inadimplência também caiu em comparação com fevereiro deste ano. Embora a diferença seja pequena, 0,2%, ela mostra que as famílias estão quitando as dívidas de começo de ano, como viagens, matrículas em escolas, material escolar e os impostos.