Na tentativa de amenizar a crise que o comércio vive no Distrito Federal, a Câmara Legislativa instaurou uma Frente Parlamentar em Defesa do Comércio Varejista na tarde desta segunda-feira (27/6). A ação ocorre após um ano e meio do início dos mandatos dos distritais e como consequência de uma forte pressão dos sindicatos dos empresários, em especial, o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista-DF).
A ideia da frente é que a Casa Legislativa se sensibilize com os indicadores negativos do varejo local – 3,2 mil lojas fechadas e 15 mil postos de trabalho a menos do que no mesmo período do ano passado. Durante o evento de lançamento, representantes do setor reclamaram da dificuldade em conseguir documentos oficiais, como o Habite-se e alvarás de funcionamento. “No DF, o inimigo não é a crise econômica, mas sim, a burocracia”, disse Álvaro Silveira Júnior, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do DF (CDL-DF). “As exigências do DF são muitas e não seguem um padrão, por exemplo, se vou abrir um comércio no Plano Piloto, ou no Lago Sul, ou em Taguatinga, cada região pede documentos diferentes”.
O discurso foi engrossado por outros representantes do segmento, por parlamentares e por Joe Valle, secretário do Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. “Eu sou empresário e a gente costuma dizer que, se o governo não atrapalhar, já está bom. Mas a questão é que o governo está atrapalhando. Temos que trabalhar pela efetividade da frente parlamentar”.
Embora no ano passado tenha sido criada uma frente parlamentar pelo setor produtivo, para Edson de Castro, presidente do Sindivarejista-DF, era preciso um trabalho mais específico com o comércio. “Pouca coisa andou desde a criação da frente parlamentar pelo setor produtivo. Percebemos que ela estava mais voltada para grandes empresas, como construção civil, e 96% dos estabelecimentos de comércio são pequenos. Por isso, precisamos de políticas efetivas para esse grupo”, afirmou.
Para Antônio Valdir de Oliveira, superintendente do Sebrae-DF, a frente parlamentar é uma tentativa de diálogo com o setor. “Todo diálogo é bem vindo. Para nós, o governo precisa investir em desburocratizar, em crédito e nas compras governamentais”. A deputada Sandra Faraj (SD), presidente da frente, ressaltou a importância do comércio na economia local e disse que vai trabalhar com projetos de lei que viabilizem o bom desenvolvimento do varejo local. “A frente será um canal de comunicação entre o setor produtivo, o Executivo e o Legislativo, no combate à burocracia. É um absurdo que uma loja feche ou que nem chegue a abrir porque não consegue uma licença ou um alvará”.