Autor: Flávia Maia
Com o nível do reservatório do Descoberto em 24,97%, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) anuncia nesta segunda-feira (24/10) que passa a cobrar a tarifa de contingência dentro de 30 dias. Os consumidores receberão na próxima fatura uma mensagem alertando para a cobrança que virá somente no mês posterior ao do envio do comunicado.
A empresa desistiu de fazer o cálculo proporcional, assim, as unidades residenciais que consumirem mais de 10 mil litros pagarão 20% a mais na tarifa de água com o mês fechado. Antes, a Caesb tinha informado que faria as contas a partir do momento que o reservatório chegasse na porcentagem estipulada por norma. Vale lembrar que a conta de água é composta metade pelo líquido potável e a outra metade por saneamento, dessa forma, o impacto na conta será de 10% na quantia total paga. Os índices da resolução da Agência Reguladora de Águas (Adasa) eram de 40%, entretanto, por uma liminar, caíram pela metade.
Segundo cálculos da Caesb, 55% dos imóveis residenciais pagarão pelo acréscimo, pois, consomem mais de 10 mil litros de água por mês. Uma vez instituída, a cobrança vale até a edição de outra resolução da Adasa cessando a tarifa. O que significa que mesmo que o reservatório suba e saia dos 25%, a taxa continua valendo até a agência julgar necessário. Atualmente o DF consome 16 bilhões de litros mensais de água. A previsão da Adasa é que a tarifa de contingência gere uma economia mensal de 15%, ou seja, 2,4 bilhões de litros.
TIRA-DÚVIDAS
Quem vai pagar a tarifa de contingência?
Consumidores residenciais, comerciais, industriais e prédios públicos que gastarem mais de 10 mil litros por mês.
Quando a tarifa vai ser cobrada?
A partir de hoje ela será contabilizada, uma vez que o reservatório do Descoberto chegou a menos de 25% de volume. Entretanto, na próxima fatura virá somente o comunicado da taxa de contingência e, na conta seguinte, o valor em si. Ou seja, o boleto com a cobrança a mais virá a partir dos meses de novembro e dezembro.
Qual será o valor?
Contas acima de 10 mil litros terão acréscimo de 20% no valor cobrado pela água. Como a fatura é composta por água e esgoto, o impacto no preço final será de 10%.
Como vai vir na fatura?
O modelo será similar à cobrança das bandeiras tarifárias na energia elétrica. Ou seja, o consumidor vai saber quanto está pagando por consumir mais água. Porém, o valor será somado e pago no mesmo código de barras.
Quem tem isenção?
Consumidores que gastam menos de 10 mil litros de água por mês, hospitais, hemocentros, centros de diálise, pronto-socorro, asilos e presídios.
E os consumidores comerciais e industriais?
A tarifa comercial já é mais alta do que a residencial. O grupo pagará 20% a mais sobre o valor da água se consumir mais de 10 mil litros. Como a fatura é dividida com saneamento, o impacto na quantia final será de 10%.
Como a tarifa vai funcionar no caso dos condomínios sem hidrômetro?
Para composição da tarifa, a Caesb divide o consumo pela quantidade de unidades. Se o consumo por unidade for superior a 10 mil litros, o condomínio paga a tarifa.
Por Amanda Ferreira e Isabella Comte
Fazer compras com um simples clique, sem sair de casa, tem se tornado uma prática cada vez mais comum entre os consumidores. O comércio on-line, também conhecido como e-commerce, atrai adeptos por oferecer agilidade e comodidade, mas é preciso atenção: a prática pode não ter a segurança como um dos seus pontos fortes e, para evitar problemas na hora do pagamento e usar o serviço sem medo, existem inúmeros cuidados e detalhes, que às vezes passam despercebidos, a serem observados.
Quem já passou por maus bocados e tem histórias para contar é o empresário Carlos Almeida, 30 anos. O rapaz tem o costume de fazer compras pela internet, mas há 3 meses, depois de adquirir um jogo de videogame, começou a receber mensagens no celular de gastos indevidos e notou que o seu cartão de crédito havia sido clonado. O consumidor cancelou imediatamente o cartão e revela não perdido a confiança em pagamentos e compras online. “Esse tipo de compra é uma facilidade. Tive meu cartão clonado e, para mim, quem perdeu a credibilidade foi o site”. Carlos afirma que, por precaução, prefere comprar em sites maiores e mais seguros, na esperança de evitar outros problemas.
O especialista em segurança de rede Danilo Michelucci explica que nem sempre os sites acessados são responsáveis pelas transações financeiras. É comum que essas transações sejam direcionadas à terceiros e estes façam o processamento dos dados do cartão do consumidor. “É difícil julgar o momento em que uma clonagem de cartão é feita, por exemplo. Às vezes, o site da compra é seguro, mas o terceirizado responsável pelo pagamento tem falhas. É aí que o problema acontece”, adverte. Para Danilo, optar por sites que utilizem sistemas de pagamento conhecidos, como Pag Fácil e Paypal, pode ser uma garantia, uma vez que existem inúmeros requisitos de segurança a serem cumpridos por essas empresas. “Se a pessoa não se sente a vontade de maneira alguma, recomendo a opção dos boletos bancários”, completa.
Esse é o caso do estudante João Gabriel Assis, 22. Para ele, fazer pagamentos utilizando o cartão de crédito não é uma opção. O jovem só sente seguro gerando os boletos, forma de pagamento comumente disponibilizada em muitos sites. “Faço compras com frequência, mas prefiro não me arriscar. Apesar de um pouco trabalhosos, é algo fácil de resolver, que evita problemas”, diz.
Maria Inês Dolci, Coordenadora Institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) ressalta a importância do consumidor saber para quem está pagando. Ela recomenda que é preciso checar se os sites acessados são confiáveis e quais são as formas de pagamento disponíveis. “Além disso, o consumidor deve guardar os comprovantes de pagamento e observar as próximas faturas do cartão. É bom checar, também, se o fornecedor recebeu o pagamento e se não houve nenhuma falha na internet durante o processo”. Segundo a coordenadora, falhas na internet podem gerar pagamentos duplicados ou problemas durante as transações. Quanto a forma de pagamento, Maria Inês acredita que não existe diferença entre as opções. “Cada um tem sua disponibilidade para pagamentos. Em todas elas é necessário ter atenção e cuidado”, acrescenta.
Além de todas as precauções, o consumidor deve ter em mente que nem sempre o problema está no site acessado. As vezes, ele pode estar mais perto do que se imagina. Ter algumas ferramentas de segurança básicas no computador, como um bom processador antivírus, fazer uma pesquisa rápida antes da compra em sites como Reclame Aqui e Procon – DF e certificar-se se o servidor ou site acessado é verídico – para isso, a indicação do especialista de segurança é observar o pequeno cadeado ao lado do endereço de URL ou link. Se esse estiver verde, é mais um sinal da segurança do site – são sempre boas opções.
Para a estudante Juliana Carvalho, 20, nem todas as precauções a fazem ter segurança na hora de pagamentos pela internet. A moça tem medo do que pode acontecer e, por isso, não opta por boletos, cartões de crédito ou débito, mas sim, por lojas físicas. “Além do medo de clonagem e de acrescentarem gastos adicionais sem meu consentimento, eu tenho receio de fornecer os meus dados de pagamento pela internet”, explica. A jovem diz não se sentir segura com sites que salvam os dados pessoais dos clientes.
O analista jurídico do Instituto de Defesa do Consumidor do Distrito Federal (Procon – DF), Felipe Mendes, alerta que os consumidores desconfiem de ofertas muito vantajosas e de fornecedores que não ofereçam várias formas de pagamento. Outro ponto importante, para ele, é observar os sinais do site durante a compra, como as logos “verificado por…” ou “internet segura” e se o mesmo exibe os dados do fornecedor, como CNPJ, endereços de lojas físicas e o SAC.
>> Para evitar problemas na hora de compras e pagamentos online o Procon – DF dá algumas dicas. Fique ligado:
Buscar informações sobre o site, verificando se há reclamações no cadastro do Procon de seu Estado ou Município, e, ainda, coletando referências com amigos ou família
Verificar qual o endereço físico do fornecedor e se existe algum telefone ou e-mail para esclarecimento de eventuais dúvidas
Checar os procedimentos para reclamação, devolução do produto ou prazo para entrega
Verificar as medidas que o site adota para garantir a privacidade e segurança dos usuários
Não fornecer informações pessoais desnecessárias para realização da compra
Guardar todos os dados da compra, como nome do site, itens adquiridos, valor pago e forma de pagamento e número de protocolo da compra ou do pedido
Verificar se há despesas com fretes e taxas adicionais, bem como o prazo de entrega da mercadoria ou execução do serviço
Identificar o endereço físico da empresa e seus dados cadastrais, como CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica. O consumidor pode checar os dados cadastrais da empresa aqui
Exigir Nota Fiscal
De olho na Black Friday: veja quais são os 186 sites não recomendados para comprar
A Black Friday no Brasil não se resume mais a uma única sexta-feira. A partir de novembro consumidores começam a receber inúmeras ofertas relacionadas à promoção. Para evitar dor de cabeça, o Procon de São Paulo atualizou a lista dos sites de compras não confiáveis. De acordo com a fundação, 515 páginas já apresentaram problemas nas relações de consumo e os consumidores tiveram dificuldades de resolvê-los, por isso, o Procon não recomenda. Desses 515 endereços, 186 ainda estão ativos e vendendo.
Confira a lista dos sites que ainda vendem produtos:
adorocompraronline.com
aikade.com
amkg.com.br
anabolizantesmaromba.com
apetrexo.com.br
apostilaconcursos.com.br
aproveitex.com.br
armazemgames.com
atacadomix.com.br
ateliersonhosencantados.com
atelieruteharrison.com.br
atletika.com.br
auroramagazine.com.br
authenticgames.com.br
aventurasepicas.com.br
baratinhomesmo.com.br
baratoajato.com.br
baratomania.com.br
bazardevantagens.com.br
bazarimportado.com.br
bbarato.com
beloimports.com.br
bestinformatica.com.br
biehlarquitetura.blogspot.com.br
billbox.com.br
birobiro.com.br
blocosuperbateria.com.br
bluerobottech.com
bodytreino.com.br
bolsadevantagens.com.br
brothershape.com.br
buscaeletro.com.br
buscavantagem.com.br
capadesilicone.com.br
casasaurora.com.br
casaverdeeletronicos.com.br
celulardigital.com.br
cestacheia.com.br
chefboal.com.br
clubdaoferta.com.br
comoviversem.com
compra24horas.com
comprarcurtidas.com.br
comprasseguras.com.br
comprasuper.com.br
compredachina.com
comprepelanet.com.br
cosse.com.br
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curtiucompra.com
descontex.com
destinator.com.br
diamagazine.com.br
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digitalnex.com.br
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docolmoveis.com.br
economiadamulher.com.br
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Energia elétrica fica 4,61% mais cara para consumidores residenciais
A partir do próximo sábado (22/10), os consumidores residenciais e os pequenos comércios do Distrito Federal terão acréscimo de 4,61% na fatura de energia elétrica. Os industriais e grandes estabelecimentos comerciais como shopping centers pagarão 1,04% a mais. O aumento foi aprovado nesta terça-feira (18/10) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e faz parte da revisão tarifária anual da Companhia Energética de Brasília (CEB). Na média entre alta e baixa tensão, o reajuste será de 3,42%.
As contas com o valor a mais virão para 1,024 milhão de unidades, sendo que mais de 90% delas são residências e comércios. Para a composição da fatura do próximo mês, a empresa vai mesclar os dias com e sem aumento. Por exemplo, se a medição ocorre dia 25, o consumidor vai pagar três dias de acréscimo.
O reajuste deste ano é menor do que o de exercícios anteriores. Em 2015, o consumidor teve acréscimo de 18,36% na tarifa ordinária, mais 24,1% na extraordinária, em um total de 46,88% de aumento. Segundo a CEB, uma das explicações para o índice mais baixo é a inclusão das bandeiras tarifárias, o que contribuiu para diluir o aumento ao longo dos meses.
Baixa de preços de combustíveis na refinaria ainda não chegou nas bombas
Por Equipe do Correio
Apesar de a Petrobras ter anunciado corte de 3,2% no valor da gasolina nas refinarias, poucos postos de combustíveis diminuíram os preços no Distrito Federal. O custo mínimo encontrado no Plano Piloto se mantém em R$ 3,23, como na semana passada. Entre os revendedores que já cobravam menos que R$ 3,30, apenas três tiveram reduções, que variam de R$ 0,02 a R$ 0,04 a menos por litro. Muitos proprietários de postos alegam que ainda estão com os estoques altos e comprados antes da redução no valor nas refinarias.
Dos 22 postos visitados pelo Correio na tarde de ontem (17/10), sete tiveram redução. A maior queda foi de R$ 0,28 em um estabelecimento da Asa Sul, mas o custo cobrado anteriormente era superior a R$ 3,54. Os gerentes dos postos não souberam dizer se o recuo foi influenciado pela redução nas refinarias da Petrobras, mas garantem que a queda na distribuição será repassada aos consumidores.
Os novos valores nas refinarias estão em vigor desde sábado (15/10). As distribuidoras compram o combustível nos pontos de vendas da estatal e o repassam pelo preço desejado. “A Petrobras baixa lá na refinaria, mas os distribuidores finais podem reduzir ou não os valores. Isso depende das circunstâncias das operações, dos custos e da demanda”, explicou o consultor econômico Carlos Eduardo de Freitas.
A BR Distribuidora, vinculada à Petrobras, disse que não comenta a precificação final dos combustíveis, que é feita, informou, “a partir de variáveis como estrutura de custos fixos e variáveis, carga tributária, política comercial, concorrência etc”.
Leia aqui como é feita a composição do preço da gasolina
O brigadista Werley José Machado, 29 anos, diz que o preço justo da gasolina deveria ficar abaixo de R$ 3. “É um absurdo o produto custar R$ 0,94 na Venezuela e bem mais no Brasil, onde há maior consumo”, considerou. Ele e a família ficaram 35 minutos na fila de um posto que vendia gasolina a R$ 3,23 na Asa Norte. “O dinheiro que sobra eu coloco no cofrinho do meu filho, Matheus. Já consegui economizar R$ 400”, destacou.
Questionada se iria baixar os preços, a Rede Jarjour informou que o cenário em cada região é diferente, o que não garante uma redução igual na bomba em todo o país. “Em Brasília, estamos trabalhando com uma margem extremamente reduzida”, informou a empresa. O Correio não conseguiu contato com Rede Cascol, que está sob intervenção do Conselho Administrativo de Defesa Econômica. A Rede Gasolline não respondeu às perguntas.
A assistente social Maria Aparecida Gomes, 51 anos, sempre pesquisa preços antes de abastecer. Desde o início do ano, ela conseguiu economizar entre R$ 100 e R$ 150 com a queda nos valores, e espera por novas reduções. “Vamos ver se os postos vão reduzir o preço. Espero que sim”, disse.
Confira os valores do combustível no DF
Posto de combustível 14/10 17/10
Petrobras Quadra 300 Sudoeste 3,59 3,59
Petrobras Quadra 305 Sudoeste 3,59 3,59
Petrobras Quadra 1401 Cruzeiro Novo 3,27 3,23
Shell Eixo W Quadra 16 Sul 3,54 3,28
Petrobras Eixo W Quadra 14 Sul 3,35 3,34
Jarjour Eixo L Quadra 11 Sul 3,25 3,25
Petrobras Eixo W Quadra 9 Sul 3,39 3,39
Auto Lu’s Eixo W Quadra 7 Sul 3,44 3,38
Petrobras Eixo W Quadra 5 Sul 3,39 3,39
Petrobras Eixo W Quadra 3 Sul 3,44 3,44
Petrobras Eixo L Quadra 14 Norte 3,29 3,29
Ipiranga Eixo W Quadra 11 Norte 3,39 3,35
Shell Eixo L Quadra 11 Norte 3,39 3,39
Ipiranga Eixo L Quadra 10 Norte 3,25 3,23
Petrobras Eixo L Quadra 9 Norte 3,25 3,25
Jarjour Eixo L Quadra 7 Norte 3,25 3,25
Ipiranga Eixo L Quadra 5 Norte 3,66 3,66
Petrobras Eixo L Quadra 3 Norte 3,61 3,61
Ale SHCS 05 (Próximo à Torre de TV) 3,25 3,25
Petrobras QE 23 Guará II 3,38 3,38
Petrobras QE 36 Guará II 3,38 3,38
Shell Eixo W Quadra 9 Norte 3,25 3,23
Tarifa de contingência de água deve valer em 10 dias: entenda como vai funcionar a cobrança
A tarifa de contingência deve começar a compor a fatura de água do consumidor do Distrito Federal nos próximos 10 dias, prazo que a Barragem do Descoberto deve chegar a 25% do volume útil, porcentagem prevista pelo decreto local que instituiu a taxa. Segundo cálculos da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), 60% dos imóveis residenciais pagarão pelo acréscimo, pois consomem mais de 10 mil litros de água por mês. Uma vez instituída, a cobrança vale até a edição de outra resolução da Agência Reguladora de Águas (Adasa) cessando a tarifa.
O que significa que mesmo que o reservatório suba e saia dos 25%, a taxa continua valendo até a agência julgar necessário. “O término da cobrança ainda não está totalmente definido. Não dá para estipular um percentual porque uma chuva pode elevar o reservatório por um dia e, no seguinte, o volume continuar caindo”, explica Cássio Leandro Cossenzo, coordenador de estudos econômicos da Adasa. “Por isso, só deve acabar quando a Adasa julgar que não há escassez hídrica, a partir de novos estudos e parâmetros”, complementa.
Os 40% a mais no valor pago na conta de água valerá para todo o Distrito Federal, independentemente da unidade ser abastecida ou não pela Barragem do Descoberto, uma vez que o sistema é interligado. Atualmente o Descoberto é responsável por quase 70% da água que chega às torneiras das residências brasilienses. Ontem, a represa estava com 28,88% do volume e o ritmo de queda continua de 0,4% por dia. De acordo com o Instituto de Meteorologia (Inmet) não há previsão de chuva suficiente para encher o reservatório até o fim de outubro. As precipitações estão previstas para novembro.
Atualmente o DF consome 16 bilhões de litros mensais de água. A previsão da Adasa é que a tarifa de contingência gere uma economia mensal de 15%, ou seja, 2,4 bilhões de litros. Porcentagem de economia que não foi atingida pela população do DF desde o início da crise hídrica de 2016. “A gente espera que as pessoas economizem água, que os condomínios suspendam a lavagem de calçadas e outros desperdícios”, analisa Maurício Luduvice, presidente da Caesb.
Segundo Luduvice, o esforço deve se concentrar para evitar o racionamento, que será instituído quando o reservatório registrar 20% de volume. Ele explica que o plano de contingência está quase fechado. “Estamos trabalhando com a hipótese do Descoberto chegar a 20% e o nosso plano está em fase final”, adianta. Entretanto Ludovice vê a possibilidade como um grande problema. “O racionamento é complexo e não é barato. Vamos ter que fechar redes para abastecer uma região um dia e no outro não. O sistema não foi projetado para isso. Fora que temos que manter água para espaços públicos como delegacias e escolas, ou seja, todo um aparato de caminhões-pipa”, alerta.
Apesar dos índices registrados, o governo se mantém otimista. Segundo o secretário de Meio Ambiente, André Lima, o volume dos reservatórios têm baixado mas a uma velocidade constante. “Percebemos uma curva menor. Se a chuva em alguns pontos mantiver e começar a chover realmente pode ser que nem chegue nos 25%”, afirma.
A aposentada Silvia Mourão, 66 anos, é a favor do aumento. Ela divide uma casa no Cruzeiro com o marido, e pagou apenas R$ 68 na última conta de água. “Eu poupo muito, até os jardins da minha casa são aguados com água reaproveitada. O aumento por gasto é justo. Tem gente na minha rua que passa horas com a mangueira ligada pra regar jardim ou lavar o carro. Agora pesando no bolso, quem sabe a população se conscientize”, argumenta.
O acréscimo de valor na conta de água devido à escassez é previsto na lei federal do Saneamento Básico. Estados como São Paulo e Ceará já fizeram uso do dispositivo. O objetivo é forçar a redução do consumo. No DF, o volume do uso de água cresce a cada ano, assim como o consumo per capita.
Tira-dúvidas:
Quem vai pagar a tarifa de contingência?
Consumidores residenciais e comerciais que gastarem mais de 10 mil litros por mês.
Quando a tarifa vai ser cobrada?
A partir do momento que o reservatório do Descoberto chegar ao nível de 25% do volume.
Qual será o valor?
Contas acima de 10 mil litros terão acréscimo de 40% no valor cobrado pela água. Como a fatura é composta por água e esgoto, o impacto no preço final será de 20%.
Como vai vir na fatura?
O modelo será similar à cobrança das bandeiras tarifárias na energia elétrica. Ou seja, o consumidor vai saber quanto está pagando por consumir mais água. Porém, o valor será somado e pago no mesmo código de barras.
Quem tem isenção?
Consumidores que gastam menos de 10 mil litros de água por mês, hospitais, hemocentros, centros de diálise, pronto-socorro, asilos e presídios.
E os consumidores comerciais?
A tarifa comercial já é mais alta do que a residencial. Dessa forma, esse grupo pagará 20% a mais sobre o valor da água se consumir mais de 10 mil litros. Como a fatura é dividida com saneamento, o impacto na quantia final será de 10%.
Como a tarifa vai funcionar no caso dos condomínios sem hidrômetro?
Para composição da tarifa, a Caesb divide o consumo pela quantidade de unidades. Se o consumo por unidade for superior a 10 mil litros, o condomínio paga a tarifa.
Seca atinge plantações e alimentos chegam até 100% mais caros para os consumidores
Por Flávia Maia e Rafael Campos
O amarelado da seca em outubro tornou-se uma coloração nova para a propriedade do agricultor Rodrigo Barzotto Werlang, 38 anos, localizada em Planaltina. Acostumado a ver pés de milho altos nessa época do ano, ele espera o aval de São Pedro para começar uma outra safra. “Se estivéssemos em um ano normal, todo esse terreno estaria verde”, garante. Rodrigo e outros milhares de agricultores do Distrito Federal são personagens da história da mais expressiva crise hídrica vivida na capital do país. Os produtores sofrem duas pressões: a falta de chuva e a redução da captação de água para as plantações no intuito de não atrapalhar o abastecimento nas residências. Nesta semana, os principais reservatórios da capital do país – Barragem do Descoberto e Santa Maria – chegaram aos volumes mais baixos da existência. Há previsão de que o Descoberto chegue a 25% e se inicie a cobrança de um valor a mais na fatura mensal de água.
Na gestão do escasso recurso hídrico, os produtores tiveram que aprender a revezar a água, a deixar campos sem plantação e a abrir mão da safrinha. Segundo dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater), na seca de 2016 houve queda de 70% na produção de grãos e diminuição de 30% da área plantada. As produções de milho e feijão foram as mais afetadas, assim como as hortaliças sentiram o peso da falta de água. O resultado começa a refletir no preço de itens da feira, como tomate, milho, chuchu e batata que chegaram a subir até 100%.
Leia mais sobre a crise hídrica no Distrito Federal
A situação está tão alarmante que, pela primeira vez na história do DF, um canal rural teve que ser fechado para evitar desabastecimento de água ao consumo humano. O acesso fica na região do Descoberto e a água era usada para cultivo de plantas de paisagismo. “Com a baixa do reservatório, priorizamos o abastecimento das casas e as plantações destinadas à alimentação”, explica Hudson Rocha de Oliveira, coordenador de fiscalização da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa).
Outros canais agrícolas, como o Santos Dumont, no Pipiripau, em Planaltina, e o Roteador, na Bacia do Descoberto, próximo a Ceilândia e Águas Lindas (GO), tiveram as vazões reduzidas, dessa forma, os produtores estão com menos acesso à água. No Santos Dumont, a quantidade do líquido disponível para a agricultura caiu pela metade e no Roteador a queda foi de 30%. A saída encontrada pelos agricultores foi o revezamento – a propriedade fica 24 horas com acesso a água e 48 horas sem. Nas fazendas localizadas na região do Rio Preto, em Planaltina, onde há propriedades maiores e com uso de pivô, a solução foi mais radical: como a vazão do Ribeirão Extrema estava baixa, todos os grandes produtores suspenderam as plantações desde julho para não ligar os equipamentos de irrigação e abriram mão da safrinha.
Para evitar que as estiagens prejudiquem a produção de alimentos no futuro, a estratégia traçada pela Adasa consiste em combater as perdas no transporte da água. No Santos Dumont, por exemplo, nos 20 quilômetros de extensão, a perda é de 40%, esse volume de água dissipada seria suficiente para abastecer cidades com o porte como o de Planaltina e Brazlândia. Por isso, a agência tem projetos para transformar os canais que correm a céu aberto em tubulações para diminuir a perda de água no trajeto do rio à propriedade.
Enquanto os órgãos públicos pensam na melhor gestão para que os recursos sejam suficientes para todos, os produtores começam a se adaptar a escassez vivida na pele. “A falta d’água começou a ser sentida em outubro de 2015, porque choveu pouco. Até então, os reservatórios estavam normais. Mas, em abril deste ano a situação foi se agravando e começamos a ter pouca água para os sistemas de irrigação”, comenta o produtor Rodrigo Werlang, que vive no PADF, em Planaltina. “Perdi entre 30% a 40% na safra que ainda nem foi plantada, porque, como ainda não pude começar, vou plantar atrasado. Na passada, tivemos perdas que chegaram a 80% por falta de água”, garante Werlang, que está há 34 anos na região e diz que jamais viu uma situação tão crítica.
A 70km dali, o drama se repete. Desde 1970, a chácara na Estrutural em que vive o pai do agricultor Eurípedes Ferreira da Silva, 54 anos, tem uma cisterna. “Nunca ela havia ficado sem água. Este ano, secou pela primeira vez”, relata. Desde que começou a plantar em seu próprio terreno, em 1986, tem no cuidado com as nascentes um dos seus objetivos como produtor. “Mas essa atitude é de poucos. Estão destruindo nascentes, cavando poços e ninguém preserva nada. A água da minha chácara não está contaminada pelo Lixão (da Estrutural) porque eu cuido”. Eurípedes, que produz, entre outros vegetais, mandioca e quiabo, diz que, caso a situação se repita no ano que vem, ele vai desistir da lavoura. “É triste, mas sem água não é possível”.
Segundo dados do Instituto de Meteorologia, o ano de 2016 ainda sofre as consequências das pouca chuva e das altas temperaturas do ano passado. Em 2015 chouve 19% a menos do que a média. Neste ano, nos nove primeiros meses choveu mais do que no mesmo período do ano anterior. Entretanto, não foi o suficiente para recompor a perda.
Itens mais caros na feira
O reflexo da escassez de água na agricultura começa a chegar na feira e nos supermercados. Produtos mais dependentes de água como milho, quiabo, chuchu, abóbora, batata-doce e tomate estão mais caros, segundo o índice semanal divulgado pela Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF). O impacto nos preços só não está mais expressivo por conta da crise econômica que o país vive, que levou a diminuição do consumo de alimentos e formação de estoque. “Mas se a produção estivesse normalizada, certamente, o preço dos alimentos estariam mais em conta”, analisa Adalmyr Morais Borges, coordenador de operações da Emater.
O tomate chegou a subir 100% em setembro. O quiabo, 43,37% na primeira semana de outubro, assim como o chuchu chegou a 26,46% e a batata, 22%. O milho também subiu e impacta na criação de animais, uma vez que o grão é o principal elemento da ração. Assim, leite, ovos e carne também sofrem com a queda de produção.
O economista da Ceasa-DF João Bosco Soares Filho explica o peso da crise econômica para composição dos preços. “Você tem de olhar produtos específicos porque a cesta, no geral, não tem recuperado seu valor de mercado”. A cesta que ele cita é a seleção de produtos analisada mensalmente pelo setor de estatística da Ceasa.
Marcos Franco, engenheiro agrônomo da Ceasa, explica, no caso do mercado do DF, a crise hídrica local e nacional influenciam no preço dos produtos. “Apenas 25% do que é comercializado na Ceasa é produzido no DF, o restante vem de fora”.
Presidente do Sindicato dos Produtores Orgânicos do Distrito Federal (Sindiorgânicos), Éder Diniz, lembra que mesmo com esse tipo de plantação, com manejo sustentável da água, a crise hídrica tem causado prejuízos. “Há culturas que, antes, recebiam duas regas diárias e agora só recebem uma”, conta. O especialista garante que os itens de ciclos longos, como as frutas, sentirão o impacto da falta d’água em 2017. “Por isso, temos intensificado o uso racional dos mananciais, inclusive conversando com quem não trabalha com orgânicos.”
Crise hídrica avança e consumidores estão preocupados com valor a mais na fatura de água
Por Flávia Maia e Pedro Grigori
Os principais mananciais de abastecimento de água do Distrito Federal – a Barragem do Descoberto e a represa de Santa Maria – atingiram os menores níveis registrados desde o início da série histórica, que começou há 28 anos. No Santa Maria, o volume está em 45,64% e no Descoberto, 30,25%. A situação acendeu o alerta às autoridades e a estimativa é que a Tarifa de Contingência – que vai aumentar a fatura da água em até 40% – comece a vigorar dentro de 15 dias. A perspectiva é que os reservatórios comecem a se recompor somente a partir de dezembro, se as chuvas vierem.
Segundo cálculos da Agência Reguladora de Águas do DF (Adasa), o Descoberto vem perdendo 0,4% de volume ao dia. Dessa forma, se não chover e o consumo não cair, em duas semanas, o nível do reservatório deve chegar a 25%, índice estabelecido pela resolução da Adasa para início do acréscimo no boleto mensal enviado à residência do consumidor. As normas da cobrança adicional foram publicadas na segunda-feira no Diário Oficial do DF. O adicional será cobrado para as residências que ultrapassarem o consumo mensal de 10 mil litros por mês. “Os 40% serão cobrados sobre o valor da água. Como a fatura é composta metade por água, metade por saneamento básico, o impacto no bolso do consumidor será de 20% na fatura total”, explica Cássio Leandro Cossenzo, coordenador de estudos econômicos da Adasa.
O valor adicional virá discriminado no boleto a ser pago, em modelo similiar às bandeiras tarifárias da energia elétrica. O dinheiro arrecadado pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) será destinado para uma conta contábil e a quantia só poderá ser usada para investimentos ou custos relacionados à crise hídrica. “A conta da Tarifa de Contingência será separada para melhoria no sistema como redução das perdas de água e outras fontes de captação, como estamos fazendo no Bananal. O dinheiro não pode ser usado para custeio da empresa”, afirma Maurício Luduvice, presidente da Caesb.
O acréscimo de valor na conta de água devido à escassez é previsto na lei federal do Saneamento Básico. Estados como São Paulo e Ceará já fizeram uso do dispositivo. O objetivo é forçar a redução do consumo. No DF, o volume do uso de água cresce a cada ano, assim como o consumo per capita. Em seis anos, 25 bilhões de litros passaram a ser consumidos a mais – em 2010 foram 158 bilhões de litros e a previsão da Caesb para 2016 é de 183 bilhões.
Dessa forma, o crescimento populacional e o aumento de consumo de água por pessoa reforçam o quadro crítico causado pela estiagem. Informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) apontam que, até outubro, 2016 não pode ser considerado o ano mais crítico de chuvas da década. De acordo com a meteorologista Morgana Almeida, o reflexo da escassez atual está relacionado a forte seca de 2015, em que houve queda de 19% na quantidade de chuvas. “O El Niño, que deixou as temperaturas mais altas e diminuiu as chuvas no ano passado não está influenciando em 2016. Em outubro de 2015, nos primeiros dez dias as temperaturas estavam acima de 32º, o que não está acontecendo agora”.
Consumidores preocupados
Enquanto as chuvas não são suficientes para subir o nível dos reservatórios e o consumo de água diminui em ritmo lento, a Tarifa de Contingência preocupa os consumidores. A moradora do Cruzeiro, Candida Ribeiro, 64 anos, não sabe de onde poderá tirar dinheiro para pagar mais na conta de água. “Tento economizar o máximo que posso, mas pago por mês cerca de R$170 em uma casa de três pessoas. Não acho que a crise esteja sendo causada pelo consumo da população de classe média. Deveriam aumentar a conta de empresas que gastam muita água e das mansões que têm piscina”, opina.
No lote de Renata Coelho, 35, vivem três famílias, que juntas totalizam oito pessoas. Por dividirem o mesmo relógio, as contas de água chegam ao valor médio de R$ 300, número que subirá para R$360 com o aumento. “Existem modos mais eficazes de diminuir o consumo, não dá pra colocar um limite nos gastos, pois existem famílias maiores como a minha. Terei que tirar o dinheiro utilizado em atividades básicas para pagar um aumento na conta”, relata.
Colaborou Camila Costa
Levantamento feito pelo Procon de São Paulo mostra que apenas 12,82% dos veículos fizeram recall conforme pedido pelas fabricantes no primeiro semestre de 2016. Na análise do órgão, o brasileiro dá pouca importância ao procedimento e a prova disso é o baixo índice de comparecimento.
Para o Procon, a situação é preocupante porque, em muitos casos, os riscos da não substituição das peças defeituosas são graves, como possibilidade de incêndio do veículo, perda do freio e da dirigibilidade e até lançamento de fragmentos metálicos nos ocupantes podendo causar ferimentos graves e a morte. “Os recalls somente são realizados em casos de defeitos que colocam em risco a saúde e a segurança do consumidor”, diz a nota do órgão.
Dos recalls realizados desde 2002, apenas 50% dos proprietários compareceram para os reparos. No período de 2002 à 2015 foram chamadas 724 campanhas de recall, totalizando 11.302.987 veículos. Destes, praticamente a metade, 5.575.770 não responderam aos chamados.
Um dos motivos apontados pelo órgão para a baixa procura se deve às fracas campanhas realizadas pelas montadoras e a falta de informação dos consumidores em relação ao recall. “As campanhas dos chamamentos são curtas e pouco divulgadas e mesmo com o envio de cartas pelas concessionárias aos clientes, se mostra pouco eficaz, pois muitos não são localizados por terem mudado de endereço ou vendido o carro”, alerta o Procon.
Recall
A prática é prevista no Código de Defesa do Consumidor e, o fabricante deve fazê-la assim que detectar a possibilidade de risco ao cliente. O problema poderá ser solucionado por meio de conserto, troca do produto ou mesmo a devolução do valor pago pelo consumidor, quando o reparo do defeito não for possível. O reparo ou troca é totalmente gratuito e não há limite de prazo para ser realizado.
Os clientes do Banco Santander estão recebendo em suas caixas de e-mail uma suposta mensagem da instituição pedindo o recadastramento imediato para evitar fraude. O informe diz que: “o motivo do nosso contato é informar que o seu dispositivo de segurança encontra-se desabilitado” e avisa de uma multa de R$ 40 para quem não fizer o novo registro em 24 horas.
Entretanto, de acordo com o banco, o e-mail é falso e não partiu da tecnologia do grupo espanhol. A orientação é que os consumidores enviem um e-mail para a instituição e, em seguida, os deletem. Além disso, o Santander sugere que o cliente não forneça senhas, não acate solicitações para envio de fotos com os dados do cartão de segurança, não preencha dados pessoais ( CPF, RG, endereços), não clique nem links enviados por e-mails ou torpedos e, por fim, não acesse o site do banco a partir de sites de busca.