Antecedência na contratação, pagamento parcelado e discriminação de todos os serviços e produtos comprados são as dicas dos especialistas para evitar problemas na ceia de Natal
Por Amanda Ferreira
O final do ano está próximo e, com ele, todas as datas comemorativas. Como de costume, famílias e amigos se reúnem à mesa para celebrar os momentos especiais com quitutes e pratos típicos do Natal. Entretanto, o que parece corriqueiro, exige atenção: o consumidor deve se preparar com antecedência e estar atento às dicas para evitar surpresas durante as encomendas ou compras de alimentos para a ceia.
Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) lembra que o consumidor pode, ao mesmo tempo, economizar e oferecer alimentos saborosos e saudáveis durante a ceia. “É importante fazer uma pesquisa e decidir um pouco antes com o que gastar. O número de participantes no jantar também é importante. O planejamento é essencial”, ressalta. Entre os itens que o cliente deve ficar de olho são os prazos de entrega e as condições de quitação. Outra dica é evitar o pagamento integral do serviço antes de recebê-los. “Quem encomenda deve dar um sinal, mas nunca fazer o pagamento inteiro antes de receber o produto. Para compras parceladas, é importante lembrar que além do Natal, existem as comemorações do ano novo e os gastos se repetem”, recomenda.
Os servidores públicos Marcelo Ferreira, 36 anos e Vânia Mazocato, 33, encomendam a ceia de Natal há três anos. Para o casal, a praticidade é o principal motivo da escolha. Vânia conta que um dos critérios que adota para evitar dor de cabeça é privilegiar espaços tradicionais, que ela conhece. Segundo ela, o local costuma pedir um sinal de 50% no momento em que a encomenda é feita. “Fazemos o pagamento com o cartão de crédito e preferimos assim. Temos a garantia de um serviço sem que a gente precise se desgastar cozinhando para muitas pessoas”, revela. Para este Natal, os preparativos começaram.
Para o diretor do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasilcon) Marlus Riani uma boa forma de precaução é exigir do fornecedor um documento que comprove todos os pedidos feitos, discriminando preços e condições de pagamento. Outra dica importante é solicitar que os produtos perecíveis sejam entregues com a data de validade mais extensa possível, para que não haja perda econômica pelo não consumo. Quem costuma seguir essas recomendações é a servidora pública Tereza Orlandi, 50. Ela encomenda a ceia há cinco anos e diz nunca ter passado por problemas. “Pesquiso preços e exijo algo que comprove os pedidos que fiz”, garante. Para Tereza, o Natal é um evento importante e as comidas precisam ser mais elaboradas. “Para economizar, escolho o que vou encomendar e reservo um tempo para fazer outras coisas por conta própria”, afirma.
Comprar em lugares conhecidos, visitar o estabelecimento para constatar as condições de higiene e os produtos expostos à venda, ajustar as condições de pagamento e adquirir somente o necessário para evitar sobras desnecessárias são algumas dicas para quem quer fazer alguma encomenda especial para a ceia. Para o consumidor que quer evitar trabalho, como é o caso da servidora pública Ana Valéria, 45, a opção pode valer a pena. Ana começou a fazer as encomendas há cinco anos, quando sentiu a necessidade de alimentos mais bem preparados. “Me desgastava muito cozinhando e durante a noite estava cansada. As encomendas foram a minha salvação” relata. A moça costuma ter problemas com atrasos na hora da entrega, mas admite só efetuar pagamentos depois de receber e conferir todas as encomendas.
Segundo o Brasilcon, a falta de cumprimento do prazo de entrega está entre os principais problemas nessa época de encomendas. O instituto aconselha que o consumidor exija do fornecedor um turno – manhã, tarde ou noite – para a entrega dos produtos. “O descumprimento à oferta gera a rescisão do contrato, além das perdas e danos sofridas pelo consumidor”, explica o diretor. Outro problema está relacionado a entrega de produtos impróprios ao consumo – o Código de Defesa do Consumidor caracteriza como sendo: prazo de validade vencido, produtos deteriorados, alterados ou adulterados. Em situações como essa, Marlus Riani orienta que o consumidor confira todos os produtos solicitados e, em caso de algum problema, solicite a substituição do alimento ou abatimento proporcional do preço. Caso seja constatado algum problema quando a ceia for servida, é importante tirar fotos que possam comprovar tais alegações.
>> Oriente-se
A Proteste dá dicas para evitar imprevistos e ter uma ceia de natal saudável e econômica. Fique atento:
Quem organiza a ceia de fim de ano para a família e os amigos deve ter uma ideia, em primeiro lugar, de quantas pessoas irão participar da festa.
Monte o cardápio e, depois, faça uma lista com os ingredientes necessários para a preparação de cada receita para a ceia.
Pesquise os preços das bebidas e de produtos antes de decidir onde comprá-los.
Fique atento à conservação dos alimentos
Ao comprar frutas, verduras e legumes, evite aqueles que estejam amassados e manchados.
Opte por frutas frescas da estação, como manga, pêssego, ameixa e uva, que, além de menos calóricas, são mais baratas.
Observe atentamente as condições da embalagem e não compre produtos com rótulos danificados ou pouco legíveis.
Verifique sempre os prazos de validade e as recomendações dos fabricantes quanto à conservação e manipulação adequadas dos produtos.
Fique atento às condições de higiene do estabelecimento e dos funcionários.
Exija e guarde a nota fiscal, pois ela é o documento que comprova a relação de consumo e garante que os direitos do consumidor sejam cumpridos.