Eu atendo adultos, independentemente do sexo ou da orientação sexual. Mas, de tanto trabalhar com mulheres que vivem relacionamentos tóxicos, abusivos, terminei sendo conhecida como a psicóloga das mulheres que amam demais. Assim, estou sempre recebendo paciente que ou está desesperada porque não consegue esquecer seu grande amor, que não a quer mais, ou que está desesperada porque não consegue esquecer quem ela entendeu que foi um tremendo erro e mandou embora, mas que um dia foi seu grande amor.
As falas são mais ou menos as seguintes: “Eu preciso esquecê-lo porque ele não me quer mais. Só que tenho a sensação de que minha vida está acabada. Sem ele, eu mal respiro e não consigo nem me imaginar me relacionando com outra pessoa porque comparo a ele todos os que de mim se aproximam e nenhum chega aos seus pés.”; “Eu preciso esquecê-lo, arrancá-lo da minha vida, virar esta página. Enquanto eu não conseguir, minha vida continuará paralisada. Sei que ele foi um erro, mas, apesar de tudo o que ele me fez sofrer, a saudade é grande demais”.
Muitas dessas mulheres chegam ao consultório após anos de estresse, exaustas fisicamente, mentalmente, emocionalmente, financeiramente, e em depressão. E, quando percebo que é necessário, oriento-as a procurar um psiquiatra, o profissional certo para prescrever a medicação indicada para cada caso, já que existem diferentes tipos de depressão. Sem isso, a paciente terá enorme dificuldade para se beneficiar da psicoterapia, com grande risco de fazer bobagem e até mesmo de desistir do tratamento.
Após umas duas, três semanas do medicamento e do acompanhamento psicológico, aquele desespero vai cedendo lugar à tranquilidade, à clareza de raciocínio. E elas começam a enxergar outras coisas no mundo além do seu grande amor. Aliás, não é raro que deixem de pensar naquela pessoa como um grande amor. E é comum que, ao olharem para trás, achem que deveriam estar loucas ou possuídas por terem insistido tanto em algo que lhes trouxe tanto sofrimento, mas que, agora, nem faz sentido. Já cansei de ver príncipes se transformarem em sapos que estavam apenas encantados por nós mesmas. E, cá entre nós, há grandes amores que não sobrevivem a uma caixa de antidepressivo.
Dali pra frente, é buscar, no processo psicoterapêutico, entender o que de fato aconteceu com aquele relacionamento, que pode ter começado como um sonho, mas terminou se transformando num pesadelo para ela ou para os dois. Esse trabalho ajudará a mulher a enxergar o problema como um todo, os porquês de tudo aquilo, a sua responsabilidade no que aconteceu e, finalmente, a entender que a nossa vida é muito maior do que conseguirmos ou não conseguirmos esquecer um amor que não deu certo.
E aqui deixo uma dica. Quando você quiser esquecer alguém ou algum acontecimento, o pior a se fazer é justamente se empenhar em esquecer. Isso traz a pessoa ou a situação para o centro da sua vida, dando-lhe destaque, iluminando-a com fortes holofotes. A vida da gente não é feita só de um relacionamento, tenha ele dado certo ou não. Então, o pulo da gata é nos empenharmos no que é realmente bom para nós, no que nos dá alegria, no que nos dá prazer, no que nos faz crescer sem sofrimento, deixando que o tempo coloque as outras coisas nos seus devidos lugares. Ele nunca falha.
Sei que a dica é simples, mas não é fácil de ser colocada em prática. Só que, depois que a gente começa, a coisa flui. Até que, num belo dia, nossa ficha cai e percebemos que aquilo que ocupava a sala de visitas da nossa mente está esquecido no porão, junto com outras coisas que também foram importantes, mas não estão mais com essa bola toda.
Aí sim – página bem lida, página virada! Graças a Deus!
Gostou da mensagem que este texto traz? Então compartilhe-o! Você pode ajudar a salvar vidas!
Você também pode comentar este texto logo depois dos anúncios, mesmo que você não seja assinante do jornal. Ou pode mandar um comentário para mim por WhatsApp no (61)991889002, para que eu o publique. Você também pode me enviar um texto que considerou interessante e que combina com este blog. Aguardo seu contato. Valeu!
No último dia 5, recebi de um amigo, Madison Almeida, o seguinte texto por ele…
Adoro quando os leitores fazem contato comigo para comentar algum texto, para uma rápida consulta.…
Dificilmente alguém fica indiferente quando ouve falar de um casal que tem uma relação aberta,…
Recebi, de um leitor muito especial, o link para uma matéria postada por Helena Dornelas,…
O que está acontecendo no Rio Grande do Sul não era inimaginável. E, mesmo não…
Todos já ouvimos que, quando nasce um filho, nasce uma mãe. Acho isso lindo, de…