Assisti ao show de Lulu Santos em comemoração dos seus 70 anos. Eu nem poderia não assistir. Sou fã de carteirinha dele. E suas músicas marcaram tudo o que vivi nos anos 80 e 90. Foi uma incrível viagem no tempo! E adorei quando ele explicou a razão para o show se chamar Barítono, quando disse que teve um despertar tardio para algumas questões fundamentais na busca do autoconhecimento e que, entre essas questões, estava a da sua tessitura vocal. Ele havia gasto muito tempo e energia buscando algo que não estava ao seu alcance, até que se descobriu um barítono leggero.
Um amigo meu que também assistiu ao show fez um comentário interessante, disse que se surpreendeu por Lulu, que se dedicou a vida inteira à música, inclusive como jurado e orientador de outros cantores, como no caso do programa The Voice Brasil, não conhecer bem a própria voz. E imagino que isso pode ter passado pela cabeça de muita gente.
Não entendo nada de música e não sei se Lulu demorou tentando ser um cantor agudo, como ele mesmo disse, por não ter conseguido se perceber logo ou por acreditar que deveria se esforçar nessa outra direção. Mas achei o máximo ele vir a público contar essa história, porque ele poderia simplesmente ter mudado a maneira de cantar, sem dar nenhuma explicação.
Lulu fez muito mais do que uma apresentação maravilhosa. Ele nos deu uma tremenda lição de vida. Um artista com uma carreira brilhante que não se acomodou com o sucesso, que seguiu procurando se conhecer melhor e se reinventou. Um exemplo, uma inspiração. Penso que ele foi respeitoso com todos, que não são poucos, os que admiram seu trabalho. É preciso coragem para rever o próprio percurso e refazer os passos. E isso aos 70 anos!
Mas ele não parou por aí. Como já havia feito, em pelo menos uma outra ocasião, alterou a letra de “Toda Forma de Amor”, substituindo “Eu sou teu homem, você é minha mulher” por “Eu sou um homem, você é o que quiser”. E em um mundo onde, muitas vezes, temos a impressão de não termos saído ou de estarmos voltando à Idade das Trevas, é extremamente importante que se propague a ideia de que as pessoas podem ser o que quiserem. Porque chegará o dia em que essas questões deixarão de ser questões. Chegará o dia em que as pessoas se ocuparão do bem, apenas do bem, quando entenderem que é justa toda forma de amor.
Por fim, ele nos apresentou “Orgulho e Preconceito”, em que declara amor por seu companheiro, Clebson Teixeira, quando diz “Esta canção é pra você nunca mais ter que sussurrar quando diz que me ama, pra te libertar de todo julgamento alheio, pra você poder dizer, sem receio, Eu te amo!”. Lindo demais! Jamais deveríamos precisar sussurrar o amor, que dever ser gritado, alardeado, comemorado. Porque só o amor existe de fato. Tudo o que não é amor não o é ainda, mas vai ser inexoravelmente. É o amor que sustenta o Universo, que o mantém em harmonia apesar de nós. Só o amor é real.
Lulu, você definitivamente não nasceu pra perder. Parabéns pelos 70 anos, por tudo! Vida longa a Lux!
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