Quando publiquei o vídeo FECHANDO CICLOS, contribuição da leitora Claudia Sallaberry, outros dois leitores, Dalva Helena e Marcelo Sampaio, perguntaram pelo meu texto. Eu não costumo escrever acerca do que os leitores mandam, mas, diante de cobranças tão fofas, resolvi falar, não sobre o fechamento de ciclos e a saída da zona de conforto, mas o porquê de relutarmos e sofrermos tanto quando algo chega ao fim, mesmo o que está muito, muito ruim pra nós.
Acredito que o Universo seja regido por um conjunto de leis sábias, eternas e imutáveis que estão gravadas em cada ser. Uma delas é a Lei de Destruição, que turbina nosso processo evolutivo, criando mudanças que vão nos aprimorando. Porque é preciso que algo morra para tornar a nascer de forma renovada.
Essa Lei de Destruição também é conhecida como Lei de Transformação, um nome suave, leve, que chega a ser elegante, gracioso. Mas, por enquanto, vamos chamá-la Lei de Destruição, com todo o peso de tudo o que esse nome evoca, que passamos a vida tentando evitar.
Quando algo é destruído, alguém perde. E somos treinados, desde pequenos, para ganhar, para manter, muitas vezes a qualquer custo. Perder? Nem pensar! Entramos em pânico diante dessa possibilidade, mesmo da perspectiva de ficarmos sem o que está nos destruindo ou destruindo quem amamos.
Isso é tão poderoso e está tão arraigado em nós que pode nos levar a situações absurdas e nos fazer agir até de maneira perigosa para manter o que temos ou acreditamos ter. Ou a abrir mão de coisas e de pessoas só pelo medo de vir a perder. Mas perdas, mortes, destruição estão sempre nos rondando.
Lembram do filme O Sexto Sentido? Na história, havia um garotinho que via fantasmas apavorantes. Ele passou boa parte do filme tentando fingir que não os via ou fugindo deles. Mas nada adiantava. Até o dia em que ele, não tendo como se esconder de uma garota fantasma, encheu-se de coragem e perguntou o que ela queria. Ela disse e ele a ajudou. A partir daí, ela não o perturbou mais. E assim ele foi fazendo com outros fantasmas, dando fim a um ciclo de medo e iniciando um de coragem e solidariedade.
Como o garoto do filme, em vez de fazer de conta que o fantasma da perda, da morte, da destruição não existe, devemos encará-lo como parte da vida, como encerramento de ciclo. Dessa forma, sempre que ele nos alcançar, sofreremos, sim, mas haverá em nós espaço para aprender, crescer apesar da dor, recomeçar.
Todos conhecem o dito “Deus escreve certo por linhas tortas”, mas há a versão “Deus escreve certo por linhas certas”. Se há algo torto, é a nossa forma de ver. Nós é que enxergamos como torto tudo aquilo que não é ou não saiu como idealizamos. Isso é resultado do nosso imediatismo, da nossa visão acanhada, da nossa infantilidade, da nossa imaturidade espiritual.
Sei que é duro perder o que muitas vezes lutamos tanto para conquistar, para construir. Mas tudo tem um ciclo com início, meio e fim. E só entendendo o papel da destruição nas nossas vidas é que perderemos o medo e conseguiremos verdadeiramente ressignificá-la.
Só quando tivermos internalizado que é preciso morrer para renascer ainda melhor, que tudo o que vem, mesmo que triste, doloroso, vem para o bem, é que enxergaremos que a destruição não existe de fato, que a lei é de transformação.
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