Cosette Castro
Brasília – Esta foi uma semana especial. Começou no domingo, dia 05, com o Globo de Ouro, recebido pela atriz e escritora Fernanda Torres pelo papel de Eunice Paiva no filme “Ainda Estou Aqui” (veja o trailer aqui). É o primeiro prêmio nos Estados Unidos, prévio ao Oscar, que Fernanda e o país recebem.
O Brasil, a memória de dolorosos acontecimentos da história recente, assim como o cinema nacional foram reconhecidos internacionalmente. O filme “Ainda Estou Aqui”, diferente do que andam espalhando as notícias falsas nas redes sociais, não recebeu recursos do governo federal via leis de incentivo à cultura. Apenas da iniciativa privada.
Na quarta-feira, dia 08, o país recebeu de volta as obras de artes destruídas há dois anos quando vândalos atacaram prédios públicos e tentaram dar um Golpe de Estado. Não satisfeitos com a destruição de edifícios que representam os três poderes e a Constituição brasileira, passaram a atacar obras de arte que pertencem a toda população. A todas e todos nós.
É emocionante ver o trabalho de restauração elaborado por técnicos e especialistas da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), da Presidência da República e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). E o trabalho das equipes de limpeza do Palácio do Planalto que recolheram caco por caco após o ataque para ajudar na reconstituição dos materiais (veja o vídeo aqui). Eles reconstituíram junto a história do país.
Ao todo, 20 obras foram restauradas entre pinturas, esculturas, vasos e outros objetos de arte. Uma delas, é o relógio de ouro trazido por D. João VI de Portugal para o Brasil que foi produzido por Balthazar Martinot e André-Charles Boulle, relojoeiros do rei francês Luís XIV. O relógio foi restaurado na Suiça sem ônus para o governo brasileiro.
Datado do século XVII, a obra exigiu um trabalho específico tanto de manuseio quanto de conservação, inclusive para voltar ao país. Todo o trajeto foi feito com o relógio em pé pela delicadeza das peças (Leia mais aqui).
Nem Tudo São Flores
Mas nem tudo são flores, apesar da palavra Democracia ter sido preenchida com flores na Praça dos Três Poderes na manhã da quarta-feira. As mesmas flores que, mais tarde, foram doadas às pessoas que estiveram no ato público em Brasília.
Um dia antes, 07/01, Mark Zuckerberg, proprietário do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, as redes sociais digitais mais utilizadas no mundo ocidental e no Brasil, anunciou que vai mudar a política de moderação nas redes sociais. Exatamente como fez Elon Musk, o dono da rede social X, antigo Twitter, em 2024 ao anunciar apoio a Trump.
Os dois megaempresários (Musk e Zuckerberg) estão entre as três maiores fortunas do mundo e, juntos, detém o controle das maiores redes socais digitais do mundo ocidental. Algumas pessoas podem se perguntar: O que isso tem a ver com as pessoas que cuidam de familiares, já que eles moram nos Estados Unidos?
Como o WhatsApp, o Facebook, o Instagram e o X estão presentes em todo mundo ocidental e são os donos das empresas que determinam como elas vão funcionar em todos os países, isso significa a liberação de qualquer tipo de notícia sem checagem previa sobre sua veracidade e sem responsabilização de seus autores.
Ou seja, é a extinção do programa de
checagem de fatos para substituí-lo pela
“auto-regulamentação dos usuários”. Isso inclui a liberação de fotos, vídeos, memes e textos sobre pornografia infantil, incentivo à violência contra as mulheres, materiais preconceituosos sobre pessoas idosas, sobre pessoas com deficiência e pessoas doentes ou estímulo ao racismo.
Também inclui a proliferação de notícias falsas sobre saúde e outros temas que geram dúvidas, podem incutir medo ou induzir a procedimentos perigosos na população. Um exemplo recente é a notícia falsa, fake news em inglês, que circula sobre a taxação do Pix, do dólar e até sobre cachorros de estimação. (Leia aqui)
Não é por acaso que ao defender uma Sociedade do Cuidado e a Política Nacional de Cuidados, o Coletivo Filhas da Mãe incluiu o direito à informação (notícias checadas, verdadeiras e transparentes) como um direito humano, ao lado do direito a cuidar, a ser cuidada e ao autocuidado. Direito que precisa de legislação e implementação urgente sobre o mundo digital no Brasil.
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