PEDRO GRIGORI
Visto como provável interlocutor na busca por apoio a Rodrigo Rollemberg (PSB) para eventual segundo turno, o número dois da chapa, Eduardo Brandão (PV), tenta, desde já, abrir diálogo com partidos progressistas que, hoje, encontram-se na oposição. O gesto de aproximação ocorreu nesta quarta-feira (05/09), em evento na Associação Brasileira de Enfermagem (Aben). Os 11 candidatos ao Buriti foram convidados para o encontro. Contudo, apenas quatro apareceram: Fátima Sousa (Psol), Antônio Guillen (PSTU), Júlio Miragaya (PT) e Alexandre Guerra (Novo).
Brandão, que participou do evento representando Rollemberg, destacou ter como maior qualidade a capacidade de dialogar e afirmou que terá como papel no governo a busca por uma convergência. O ex-secretário de Meio Ambiente fez discurso contra os retrocessos na saúde mental, como a volta dos manicômios. “A grande maioria dos candidatos aqui são de partidos progressistas. O que me preocupa, e nos preocupa, é construir uma política de estado que seja duradoura. Os partidos mais conservadores são os que estão capitaneando movimentos que não deveriam estar mais aqui, como de manicômios, que levam a um retrocesso”, afirmou.
Mas unir os partidos de esquerda no segundo turno pode não ser uma tarefa fácil para Brandão. Logo após discursar, ele recebeu retorno negativo dos candidatos ao GDF pelo Psol e PT. “O Brandão falou na questão da unidade das forças progressistas, mas eu queria ver esse discurso quando a Dilma foi caçada e o governador Rollemberg se associou aos golpistas. Eu queria ver esse progressismo quando o Lula foi colocado na prisão e o governador Rollemberg apoiou a prisão dizendo que ‘quem errou tem que pagar’. Esse que é o retrocesso que a gente vive”, disse Miragaya sobre o governador, eleito deputado federal em 2006 e senador em 2010 com o apoio do PT.
As críticas de Fátima foram em relação ao que Rollemberg fez e deixou de fazer no primeiro mandato. Após Brandão dizer que “não dá para resolver todos os problemas do DF em três anos e oito meses”, a candidata do Psol retrucou, afirmando que “Juscelino Kubitschek ergueu Brasília do meio do nada em praticamente três anos”. “O governador tem que proteger a população desde o primeiro dia”, atacou.
O foco nos partidos de esquerda se dá, também, pela dificuldade que Rollemberg teria em firmar parceria com Rogério Rosso (PSD) e Alberto Fraga (DEM). A relação com o primeiro é desgastada, principalmente, em razão dos embates entre o chefe do Buriti e o atual vice-governador e correligionário do pessedista, Renato Santana. Já com Fraga, a dificuldade viria pelo antagonismo dos campos políticos.
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