Ana Viriato
Em ano pré-eleitoral, vale tudo para ampliar o campo de atuação e conquistar a afeição da população — ainda mais quando se deseja voar solo no próximo pleito. Pensando nisso, o vice-governador Renato Santana (PSD), que mira uma candidatura como deputado federal, caiu na pista com moradores da Ceilândia, durante uma confraternização da Executiva Regional do partido, em julho. O correligionário e secretário de Justiça e Cidadania, Arthur Bernardes, também estava no evento.
Apesar de o rompimento do pessedista com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não ser publicamente assumido, nos bastidores, é quase certo que a formação que conquistou o Palácio do Buriti em 2014 não se repetirá no próximo ano.
A relação entre os dois gestores azedou há meses — os sinais estão por todos os lados. No réveillon deste ano, por exemplo, Santana esteve na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro). Minutos antes da meia-noite, o vice-governador divulgou um vídeo com críticas às instalações e parabenizou o trabalho dos policiais.
No dia seguinte, o posicionamento ferrenho se manteve. Durante a cerimônia de posse da Mesa Diretora, encabeçada por Joe Valle (PDT), o vice condenou o reajuste das tarifas do transporte público brasiliense, anunciado em 30 de dezembro por Rodrigo Rollemberg. Dois dias depois, o governador o exonerou do posto de administrador regional de Vicente Pires, sua vitrine política.
Entre faíscas, Rollemberg e Santana traçam, aos poucos, trajetos diferentes na caminhada pelo pleito de 2018. Desenvolto, o vice-governador aposta no corpo a corpo, todos os dias, em diferentes cidades, para cair nas graças do eleitor e traçar uma pré-candidatura sólida.