Tribunal de Justiça do DF tem primeira desembargadora negra

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Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos

A data não poderia ser mais emblemática. A magistrada Maria Ivatônia Barbosa dos Santos foi promovida por unanimidade ontem, na véspera do dia em que se comemora a consciência negra e o combate ao racismo, para o cargo de desembargadora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Em quase 60 anos de história, será a primeira vez que uma mulher negra vestirá como titular a toga em segunda instância na Justiça do DF.

Considerada uma juíza seríssima, na palavra de colegas, advogados, policiais civis e promotores de Justiça, Ivatônia vai ocupar a vaga aberta com a aposentadoria do desembargador Marco Antônio da Silva Lemos. Nascida em Arraias (TO), a ex-delegada da Polícia Civil de Goiás ingressou na magistratura do DF em maio de 1993, como juíza de direito substituta. Em fevereiro de 1996, foi promovida a juíza de direito, e, em desde 2014, atua como juíza substituta de 2º grau. Maria Ivatônia foi promovida pelo critério da antiguidade, mas os colegas ressaltaram ontem que ela merece muito ascender na carreira.

Ibaneis anuncia hoje aumento da PM e dos Bombeiros

Sai hoje o reajuste das forças de segurança. O governador Ibaneis Rocha (MDB) prepara um grande evento no Palácio do Buriti, às 16h, para anunciar o percentual de aumento da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros do DF. Até ontem, havia uma dúvida sobre a data da solenidade. Policiais militares divulgavam mensagens com informações de que a comunicação seria mais uma vez adiada, para a próxima semana.

Até a noite de ontem, o secretário de Economia, André Clemente, fazia as contas. Mas a equipe de Ibaneis confirmava o anúncio. Para policiais civis, a festa dos colegas das forças de segurança representa uma boa notícia, já que o presidente Jair Bolsonaro avisou que só vai liberar aumento para todas as categorias do DF.

Momento descontração

Deputados distritais se reuniram ontem em almoço de confraternização, em Planaltina, oferecido pelo líder do governo, Cláudio Abrantes (PDT). O ex-deputado Daniel Marques ofereceu a chácara.

1 X 1

Intermediado pela jornalista Maristela Sant’Anna, no programa Câmara Debate, da TV Câmara, o debate entre as deputadas Flávia Arruda (PL-DF) e Clarissa Garotinho (Pros-DF), exibido em sete de novembro, foi uma boa oportunidade para o confronto de opiniões, como a coluna mostrou ontem no Só Papos, sobre a chamada PEC da Reparação. As duas parlamentares estão surfando no tema. Cada uma defendendo interesses de seu eleitorado a respeito da proposta de Clarissa de dividir os recursos do Fundo Constitucional do DF pelos próximos 10 anos entre Rio e DF como forma de compensar a mudança da capital. Independentemente do conteúdo, as duas estão marcando gols em suas bases.

Condenações da Operação Aquarela

Depois de mais de 11 anos, saiu ontem uma das sentenças da Operação Aquarela, que apurou desvios de recursos do BRB. O ex-presidente da entidade Tarcísio Franklim de Moura e o ex-presidente da Associação dos Bancos (Asbace) Juarez Lopes Cançado foram condenados por improbidade administrativa, com pagamento de multa e suspensão dos direitos políticos. A sentença, que está sob sigilo, é da 4ª Vara de Fazenda Pública e cabe recurso. De acordo com ação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a Asbace era contratada sem licitação para realizar serviços, como forma de driblar a lei, com preços superfaturados. Outras ações, inclusive na esfera criminal, estão em tramitação.

Só papos

“Policiais não são assassinos. Policiais são guardiões da sociedade. Sinto orgulho de ter 600 mil profissionais trabalhando pela segurança de 240 milhões de brasileiros”

Deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), sobre o episódio em que rasgou uma ilustração em que aparece um policial militar agredindo um negro, que é parte de uma exposição na Câmara dos Deputados sobre o mês da consciência negra

“É triste o racismo discreto, impregnado nas elites, tenebroso quando se manifesta explicitamente em eleitos com mandatos, assustador quando seus pares não reagem, não criticam, não isolam o racista”

Ex-senador Cristovam Buarque (Cidadania-DF), em repercussão ao caso pelo Twitter

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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