Tribunal de Contas vai apontar responsáveis por prejuízos na obra do Mané Garrincha

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Ao analisar os prejuízos provocados na primeira etapa da construção do estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, o Tribunal de Contas do DF vai analisar auditoria elaborada pelo corpo técnico que inclui uma matriz de responsabilização, com o nome de vários gestores e seus respectivos erros. Serão analisadas irregularidades no período de julho de 2010 a junho de 2011. Entre os responsáveis pelo prejuízo de R$ 67,7 milhões apontados pela equipe de auditores estão ex-presidentes da Novacap, como Juvenal Batista Amaral, Nilson Martorelli, Maurício Canovas e Celso Roberto Machado Pinto, e os ex-presidentes da Terracap Marcelo Piancastelli, Dalmo Alexandre Costa, Antônio Lins e Maruska Lima.

Executores do contrato, fiscais e responsáveis pela obra também estão lista. Entre os incluídos na responsabilização, Maruska e Martorelii (fotos) foram presos na Operação Panatenaico, ocorrida em 23 de maio, relacionada a denúncias de corrupção na obra do Mané Garrincha. O consórcio, formado pelas empresas Andrade Gutierrez e Via Engenharia, também é relacionado na matriz. Previsto para começar na última terça-feira, o julgamento da auditoria foi suspenso a pedido da defesa do consórcio e deve ser retomado em 27 de junho. O relator do caso é o conselheiro Manoel de Andrade.

Fora da auditoria
Presos na Operação Panatenaico, os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) não aparecem na matriz de responsabilização elaborada pelo corpo técnico do Tribunal de Contas do DF, na primeira etapa da auditoria no estádio Nacional Mané Garrincha. Mas o nome deles surgiu na delação premiada de executivos da Andrade Gutierrez.

Grua superfaturada

Crédito: Aureliza Corrêa

A auditoria do Tribunal de Contas sobre o Mané Garrincha mostrou como um detalhe pode resultar num supefaturamento gigante. A Novacap, por exemplo, atestou que uma grua de 90 toneladas com insumos para a obra pesava 96 mil toneladas, um erro multiplicado por mil. Só neste item, o sobrepreço foi de R$ 1,37 milhão. Também houve pagamentos por andaimes que não estavam sendo usados.

Longo caminho até o Mané
Outro ponto que chama a atenção na auditoria do Mané Garrincha: o custo médio do aluguel de um caminhão munck foi de R$ 15.245,53, quando deveria ter sido de R$ 75,00. O cálculo deve levar em conta a distância percorrida até a obra. Pelo valor pago, o caminhão deveria ter rodado 10 mil km até chegar ao estádio. Mas os veículos eram do Distrito Federal.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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