Um caso espinhoso para Liliane Roriz (PTB) deverá entrar na pauta da primeira sessão deste ano do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF). Interrompido por pedido de vista, o julgamento da deputada já conta com cinco votos para a condenação por crime de compra de votos e falsidade ideológica na disputa eleitoral de 2010. A maioria do plenário entendeu, em 12 de dezembro, que Liliane prometeu cargos no GDF em troca de trabalho de cabos eleitorais e deixou de declarar na prestação de contas à Justiça Eleitoral a ajuda na campanha que recebeu de pelo menos 20 pessoas.
Os cinco desembargadores que já se posicionaram acataram a denúncia do Ministério Público Eleitoral e condenaram Liliane a uma pena de quatro anos de reclusão em regime semiaberto, podendo ser convertida em restrição de direitos. O processo está nas mãos do desembargador Everardo Gueiros, desde o pedido de vista no julgamento. O voto dele não tem poder de reverter a condenação, a não ser que colegas de plenário sejam convencidos a mudar seu posicionamento. O presidente do TRE-DF, Romeu Gonzaga Neiva, só deve participar se quiser apresentar uma manifestação pública sobre o caso.
Trabalho voluntário
Em seu depoimento prestado na instrução do processo, Liliane Roriz negou promessa de nomeações de cabos eleitorais em cargos públicos. Sobre o trabalho não declarado na prestação de contas, a distrital disse que eram voluntários que procuravam o comitê de campanha por serem eleitores de seu pai, o ex-governador Joaquim Roriz.
Inquérito vai avaliar falsidade ideológica
A Operação Drácon também acabou resultando na abertura de um inquérito policial contra a deputada Liliane Roriz (PTB). Com base em notícia-crime que acusa a distrital de falsidade ideológica, a 5ª Delegacia de Polícia instaurou uma investigação e já encaminhou o caso para acompanhamento do Tribunal de Justiça do DF. O relator é o desembargador Getúlio Moraes Oliveira. O inquérito vai avaliar se a deputada apresentou informações falsas nos depoimentos prestados contra os cinco deputados denunciados pelo Ministério Público na Operação Drácon, por corrupção passiva: Celina Leão (PPS), Raimundo Ribeiro (PPS), Cristiano Araújo (PSD), Bispo Renato Andrade (PR) e Júlio César (PRB).