ALEXANDRE DE PAULA
A Polícia Civil do DF prendeu, nesta sexta-feira (19/10), na cidade de São Paulo, uma das peças-chave de uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas, roubos, furtos, desvios de cargas e lavagem de dinheiro. A ação fez parte da 3ª fase da megaoperação Torre de Babel, que investigou os crimes por 9 meses e desvendou o esquema.
O principal receptador das cargas desviadas pelo grupo na região Sudoeste, Wilson Cardoso Nunes — conhecido como Doctor —, foi preso pela PCDF. A identidade do criminoso era desconhecida até o início da operação, na última semana. Nunes era policial civil do estado de São Paulo, mas acabou expulso pela corporação em 2000 e atuava, atualmente, como advogado, de acordo com a PCDF.
A investigação e a Operação Torre de Babel são realizadas sob a responsabilidade da Coordenação Especial de Repressão à Corrupção, ao Crime Organizado e aos Crimes contra a Administração Pública e contra a Ordem Tributária da Polícia Civil do Distrito Federal (CECOR).
Além da prisão, os oficiais também fizeram buscas na cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. Lá, identificaram um galpão repleto de mercadorias, que contava, por exemplo, com cargas desviadas de uma rede de loja de departamentos. No domingo, um dos motoristas de caminhão envolvidos no esquema foi preso, na segunda fase da operação. Os motoristas de empresas de transporte eram recrutados para simular terem sido vítimas de roubo. Eles, no entanto, desviavam as cargas para a organização criminosa.
Segundo a PCDF, o líder da organização criminosa, Antonio Cesar Campanaro (conhecido como Toninho do Pó), também participava do desvio das cargas. Toninho comandava uma rede de tráfico, que utilizava uma propriedade em Cristalina (GO) para armazenar grande quantidade de drogas. Ele foi preso na primeira fase da operação, em 10 de outubro.
Balanço
Ao todo, foram cumpridos 48 mandados de prisão provisórios e seis pessoas acabaram presas em flagrante. Além disso, 27 carros, dois caminhões, quatro armas de fogo irregulares, um colete à prova de bala e R$ 96,4 mil foram apreendidos.