O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), Rodrigo Franco, protocolou na última sexta-feira (19) pedido para que o governador Rodrigo Rollemberg exonere todos os policiais civis que entregaram cargos de chefia como protesto pela quebra da paridade salarial com a Polícia Federal.
Mais de 95% dos cargos de chefia foram entregues ao Executivo. No ofício, o presidente do Sinpol ressalta que não haverá substituições.
Os pedidos de exoneração foram protocolados na Direção de Gestão da Polícia Civil, mas, para passar a valer, os atos precisam ser publicados no Diário Oficial do DF.
O movimento deve retardar inquéritos e prejudicar investigações importantes de crimes no Distrito Federal. Trata-se do protesto mais contundente da história da Polícia Civil.
O pior é que a crise não tem data para acabar. Depois de apresentar uma proposta salarial à categoria, com reajustes de 7% em 2017, 10% em 2018 e 10% em 2019, o governo voltou atrás. Os sindicatos não aceitaram porque essa proposta é inferior aos 37% conquistados pela Polícia Federal. A Polícia Civil briga por isonomia.
Agora, o governo, sob o argumento de que não negocia com policiais durante o movimento, descarta apresentar nova proposta. Nos bastidores, no entanto, integrantes do GDF dizem que o governador Rodrigo Rollemberg não deve conceder aumento para as forças policiais por falta de condiçôes financeiras. “Não tem dinheiro nem para a Polícia Civil, nem para a PM. Não vai ter aumento”, afirma um graduado integrante do Palácio do Buriti.
O governo aposta num arrefecimento do movimento e estuda medidas judiciais para impedir que as delegacias fiquem acéfalas. Mas o movimento é forte. Policiais civis nunca estiveram tão unidos no propósito de protestar até que o governo admita a paridade.
A permanência do diretor-geral, Eric Seba, também é uma incógnita. Amigo e aliado de Rollemberg, Seba tem defendido a sua categoria.
Veja o ofício: