Coluna Eixo Capital, por Ana Maria Campos
Na articulação pelos votos da maior bancada do Senado, as verbas para segurança, saúde e educação ganharam um aliado: o senador Angelo Coronel (PSD-BA) já se manifestou sobre a mudança na correção do Fundo Constitucional do DF aprovada pela Câmara. Ele encaminhou ao presidente do PSD-DF, Paulo Octávio, sua posição: “A não retirada do FCDF do novo arcabouço fiscal pode comprometer a atual e as novas gestões em Brasília. Comenta-se que pode haver um rombo de R$ 87 bilhões em 10 anos no orçamento de Brasília. Se confirmado, estarei me irmanando à bancada do DF no Senado, e com o governador Ibaneis, para tentarmos reverter esse possível rombo”. E acrescentou: “Temos que considerar que Brasília é a nossa capital, além de cartão postal, onde quase tudo acontece. Por informações recebidas, os recursos do Fundo custeiam, principalmente, a segurança pública, além de auxiliar, também, as despesas de saúde e educação da nossa capital. Pelo visto querem inviabilizar nossa capital. Pergunto: a quem interessa prejudicar Brasília?”.
Chazinho em casa
Detalhe: o senador Angelo Coronel testou positivo pela terceira vez para covid-19 e chegou a ser internado em hospital em Brasília na semana passada. Mas já está em casa se recuperando. Apenas em isolamento, ao lado da mulher, Eleusa Coronel, que também pegou. “Graças à vacina, estamos em casa tomando um chazinho”.
Aos números
Adiados da semana passada, os esclarecimentos do diretor-presidente do Iprev, Paulo Ricardo Andrade Moita, à Comissão de Fiscalização e Transparência da Câmara Legislativa tiveram momentos de polêmica acerca dos investimentos feitos pelo Instituto no ano passado. Numa das principais aplicações em fundos financeiros, o Iprev teve retorno de 0,36%, o que chamou a atenção da presidente da Comissão, deputada Paula Belmonte (Cidadania). “Isso é muito menos do que o rendimento da poupança no mesmo período”, ressaltou a deputada.
A pergunta que não quer calar
Se o Senado confirmar o texto aprovado na Câmara dos Deputados que altera os critérios para correção do Fundo Constitucional, com possível redução dos repasses federais para a segurança, saúde e educação, o presidente Lula vai vetar essa parte do arcabouço fiscal?
Mandou bem
Os políticos de Brasília se mobilizaram, independentemente de diferenças políticas e antagonismos, em defesa do Fundo Constitucional, unidos ao setor produtivo e sindicatos. Mesmo sem conseguir uma vitória na votação na Câmara, a classe política do DF demonstrou maturidade e trabalhou pelo futuro da capital.
Mandou mal
Dados divulgados pela SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na semana passada mostram que entre outubro de 2021 e outubro de 2022 mais de 20 mil hectares da Mata Atlântica foram derrubados. Foram lançados ao todo 9,6 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera.
Só Papos
“Essa narrativa de que perde ou que vem a perder é surreal, não é verdadeira. Se a receita da União cair, o Fundo vai cair, mas só estão olhando para esse lado. (…) Pode cair no futuro, mas, a partir de agora, você tem um fundo estabilizado, com crescimento acima da inflação, com previsibilidade para manter todos os gastos com segurança, educação, e saúde”
Deputado Cláudio Cajado (PP-BA), relator do arcabouço fiscal na Câmara, que incluiu no projeto a mudança na correção do Fundo Constitucional do DF“Quanta desfaçatez! Eu venho aqui me perguntar se esse deputado desde 1995 frequentando o Distrito Federal se não foi bem recebido pela nossa população, se ele não teve segurança, se ele não acha justo a nossa população que o atende tão bem ter acesso à saúde, à educação”
Deputado distrital Eduardo Pedrosa (União)
Enquanto isso… Na sala de Justiça
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagrou na última sexta-feira a Operação Monte Hebron. A ação apura suspeitas de crime de grilagem de terras, lavagem de dinheiro e crime ambiental na Avenida do Sol, Condomínio Chácara Monte Hebron, região do Jardim Botânico de Brasília. O local, como vários outros naquela região, vem sendo alvo da ação de grileiros com o surgimento de inúmeros parcelamentos ilegais nos últimos anos. Incrível como, quase 30 anos após a CPI da Grilagem, esse tipo de crime continue a ocorrer no DF.