Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos
A exoneração do chefe da Casa Civil, Eumar Novacki, expõe o que era óbvio nos bastidores: Ibaneis Rocha não tinha afinidade com o nome escolhido para o cargo mais estratégico do governo. Novacki entrou no Palácio do Buriti numa composição política. Não era a primeira opção de Ibaneis, tampouco um aliado de sua confiança, mas tinha a indicação de Blairo Maggi, ex-governador do Mato Grosso, ex-senador e ex-ministro da Agricultura do governo de Michel Temer. Coronel da Polícia Militar do Mato Grosso, Novacki começou a carreira política como ajudante de ordens de Blairo e chegou a ser secretário executivo do Ministério da Agricultura. Mas não deu certo no governo Ibaneis. O motivo da saída seria a perda do Diário Oficial da pasta, que foi transferido para a chefia de gabinete do governador, comandada pela advogada Kaline Gonzaga Costa. Mas há muito tempo Novacki não mandava mais. Um dos atritos ocorreu na solenidade de divulgação das ações dos 100 dias de governo. Novacki fez uma longa apresentação, colocou-se como protagonista dos avanços, e irritou Ibaneis. Não tinha como durar.
Quem manda
Um dos nomes cotados para assumir a chefia da Casa Civil, José Humberto Pires já é, de fato, o homem forte do governo. Ontem à noite, ele entrou em campo. Mas para jogar bola, atividade que o desestressa. Hoje embarca para uma viagem de duas semanas na Europa: Itália e Grécia. Interinamente, assume a Casa Civil o secretário de Justiça, Gustavo Rocha, acumulando os cargos.
Cuidado com o celular
Em reunião ocorrida ontem no Palácio do Buriti, todos os secretários e presidentes de empresa tiveram que deixar o celular do lado de fora do salão nobre. Nos últimos tempos, houve muitos vazamentos de conteúdos de reuniões, às vezes, com relatos quase na íntegra e alguns na mesma hora.
Direita, volver!
A senadora Leila Barros (PSB/DF) se reuniu ontem com Jair Bolsonaro no ato da assinatura de alterações da Lei Maria da Penha, projeto relatado pela parlamentar de Brasília. Foi o segundo encontro de Leila com o presidente da República em três meses de mandato. Não é pouca coisa para quem integra um partido de esquerda.
Emenda para o Teatro Nacional
Em busca de soluções para manter o edital do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), cancelado pela Secretaria de Cultura como forma de destinar R$ 25 milhões à reforma do Teatro Nacional, a deputada federal Erika Kokay (PT) entrou em contato com o governador Ibaneis Rocha. O objetivo era negociar a possibilidade de uma emenda parlamentar, construída com a bancada federal, para arrecadar recursos para a abertura da Sala Martins Pena, do Teatro Nacional Cláudio Santoro, e assim preservar o FAC. Mas o governador não aceitou o acordo. Disse que a emenda é bem-vinda, mas precisará dos recursos do FAC.