Secretário de Segurança vai ao Planalto em busca de recomposição das forças policiais

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Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos

O secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, esteve ontem no Palácio do Planalto para discutir questões técnicas e legislativas para a autorização do pagamento da paridade dos salários de policiais civis aos da Polícia Federal e a recomposição da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Na reunião com o subchefe de Assuntos Jurídicos da Presidência, Jorge Antônio de Oliveira Francisco, Torres pediu apoio junto ao deputado Filipe Barros (PSL/PR), relator dos PLNs que incluem a previsão do reajuste na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, para aprovação dos textos. O entendimento do GDF era de que não seria necessário incluir a previsão do reajuste na lei orçamentária da União, mas a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, pensa diferente. O governador Ibaneis Rocha e o secretário de Segurança, então, se adequaram a essa exigência. No caso da Polícia Civil, já há uma proposta, de pagamento em seis parcelas, até 2021. Para as demais forças, ainda não há um acordo. A recomposição está sob análise na Secretaria de Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão.

Paciência

Delegado da Polícia Federal, Anderson Torres pede paciência aos integrantes das forças de segurança. “É uma prioridade para nós. Pedimos calma, pois é um processo longo, mas tenho certeza de que será vitorioso”, garante. A concessão do reajuste depende de autorização federal, mas o mais importante é dinheiro no cofre. Como os reajustes saem do Fundo Constitucional do DF, a aprovação da medida fica vinculada à disposição do governo Ibaneis.

No orçamento da União

Muita gente estranhou que os reajustes da Polícia Civil, da PM e do Corpo de Bombeiros não tenha sido previsto na LDO de 2020 enviada à Câmara Legislativa. O secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, explica que a despesa é incluída no orçamento da União.

Respeito à Presidência

Ao chamar o presidente Jair Bolsonaro pelo nome, o general Santos Cruz, demitido da Secretaria de Governo, sempre deixou uma impressão entre pessoas próximas de que ainda encarava o chefe do Executivo como um capitão, subordinado na hierarquia militar. Ontem, em conversa com jornalistas, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, fez questão de explicar que sempre chamou Bolsonaro de senhor por respeito ao cargo. “Trato de senhor porque quero dar o exemplo (de respeito) de uma instituição que, se não é a mais importante, está entre as três mais importantes”, explicou.

Esquentados

Na Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), durante o governo de Michel Temer, o general Santos Cruz teve embates com o ex-diretor-geral da Polícia Civil Jorge Xavier e com o então deputado Laerte Bessa.

Homenagens

O presidente Jair Bolsonaro foi um dos escolhidos para receber medalha de honra do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Justificou a ausência, mas não participou da solenidade. Uma das autoridades prestigiadas foi a comandante-geral da Polícia Militar do DF, Sheyla Sampaio.

Hospital da Segurança provoca polêmica entre PMs

Entre policiais militares, a repercussão sobre a criação do Hospital da Segurança Pública repercutiu muito mal. Oficiais reclamam de ter de dividir a unidade com a Polícia Civil e com o Corpo de Bombeiros, que já possuem policlínicas. “Nosso hospital nunca foi concluído porque nunca houve apoio”, afirma um coronel. Outros usam tons bem menos educados ao se referirem à decisão do governador Ibaneis Rocha (MDB) de entregar à Secretaria de Segurança Pública do DF a implantação da unidade construída no Setor Policial Sul para PMs. Mas o entendimento do governo é de que, com uma ação conjunta, será possível melhorar o atendimento do hospital, com disponibilização de todas as especialidades.

Só papos

“Essa facada foi muito estranha. Uma facada que não teve sangue, que os seguranças ao invés de protegerem o Bolsonaro protegeram o esfaqueador…”

Ex-presidente Lula, em entrevista da prisão

“Um presidente da República desonesto tinha que tomar uma prisão perpétua. Um presidente da República desonesto destrói o conceito do país. Isso é o cúmulo, ele ainda aventar a hipótese da facada ser mentira. E será que o câncer dele foi mentira?”

General Augusto Heleno, chefe do gabinete de Segurança Institucional

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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