Roriz
Roriz Crédito: Monique Renne/CB/D.A Press Joaquim Roriz

Família Roriz ficou neutra em Luziânia nas eleições deste ano

Publicado em Eixo Capital, Eleições, Notícias
Coluna Eixo Capital – Por Ana Maria Campos

Em Luziânia (GO), uma das principais cidades do Entorno, com 117.695 eleitores, o clã Roriz esteve neutro. O ex-governador Joaquim Roriz, que nasceu no município e mantinha propriedade lá, sempre ajudou algum candidato. Agora, sua família ficou distante. Dona Weslian Roriz tem um sobrinho candidato a prefeito, o deputado estadual Wilde Cambão (PSD), mas a viúva de Roriz tem muito apreço pelo advogado Eladio Carneiro, candidato a vice-prefeito pelo PSL, na chapa liderada pela professora Edna Aparecida (Podemos). O líder nas pesquisas, no entanto, o deputado estadual Diego Sorgatto (DEM) é apoiado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

Entre a covid e as urnas
Eleitores goianos vão às urnas, hoje, numa eleição inusitada, fora dos padrões das últimas décadas. A pandemia deixou a disputa em Goiânia sob suspense. O candidato que lidera as pesquisas, Maguito Vilela (MDB), está hospitalizado em São Paulo com covid-19. Depois de perder duas irmãs para o novo coronavírus, o ex-senador trava uma luta além da eleitoral. Já esteve com 75% dos pulmões comprometidos. Agora, está se recuperado e já está desintubado. Tem, pela frente, 13 adversários no confronto de hoje e um provável segundo turno.

Sem caciques
Dois principais caciques de Goiás, os ex-governadores Íris Rezende (MDB, foto) e Marconi Perillo (PSDB), não participaram ativamente das campanhas. Aos 86 anos, Íris, atual prefeito de Goiânia, anunciou o encerramento de sua carreira política. Perillo perdeu força de liderança política depois que se tornou alvo da Lava-Jato, perdeu a eleição para o Senado em 2018 e foi condenado por caixa dois eleitoral. Perillo participou apenas de um ato de campanha em Goiânia em favor do candidato tucano, Talles Barreto.

Distante
No Entorno, onde sempre exerceu grande influência política, Marconi Perillo (foto) também passa bem distante desta vez.

Se a moda pega…
A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que anulou a Operação Grabato, de busca e apreensão envolvendo o empresário Kennedy Braga, do Piauí, é um precedente para outras investigações envolvendo contratos da saúde no Distrito Federal. Os ministros da 5ª Turma anularam a diligência, realizada em 15 de maio, e todas as provas obtidas pelos promotores do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) na investigação sobre supostas irregularidades no contrato para montagem de leitos do hospital de campanha do Estádio Nacional Mané Garrincha.

Esfera federal
Para anular a Operação Grabato, o entendimento foi de que a competência para autorizar a busca e apreensão seria da Justiça Federal, uma vez que havia repasse de recursos da União para conter a pandemia do novo coronavírus. Segundo promotores responsáveis pela operação, apenas a partir de junho foram realizados os primeiros pagamentos, dos quais  R$ 22.242.764,60 saíram do tesouro do Distrito Federal e apenas R$ 2.338.309,40, ou seja, 10%, de repasse da União. Se a moda pega, as investigações sobre saúde pública vão sair da esfera distrital.

MPDFT recomenda suspensão de contrato de esterilização hospitalar
O promotor da 4ª Promotoria de Defesa da Saúde, Marcelo Barenco, recomendou ao Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) que suspenda o processo de contratação de empresa especializada em esterilização de equipamentos. O documento foi expedido na última quinta-feira. Três empresas apresentaram-se para realizar o contrato. Mas, apenas uma, a Bioplus, foi habilitada. Essa empresa, de Manaus, integra o mesmo grupo econômico da contratada para montar o hospital de campanha do Mané Garrincha. Além da suspensão, a Prosus recomendou que o Iges-DF reexamine a necessidade de contratar esse tipo de serviço, em valor superior a R$ 30 milhões, que já é realizado por funcionários da instituição.

Reguffe defende indicação técnica na Anvisa
O senador José Antônio Reguffe (Podemos-DF, foto) já decidiu votar contra a indicação do tenente-coronel da reserva Jorge Luiz Kormann para diretoria da Anvisa. O presidente Jair Bolsonaro fez a escolha do militar para a vaga da farmacêutica Alessandra Bastos, cujo mandato termina em dezembro. A decisão passa pelo crivo do Senado. “Meu pai, infelizmente já falecido, foi oficial da Marinha, por mérito almirante. Tenho muito respeito pelos militares. Mas, não tem cabimento a indicação de um coronel para a Anvisa. Votei contra indicações políticas no governo do PT e votarei contra agora. Esses cargos são técnicos”, justifica Reguffe.

SÓ PAPOS

“Tudo, agora, é pandemia, tem que acabar com esse negócio. Lamento os mortos, lamento. Todos nós vamos morrer um dia, aqui todo mundo vai morrer. Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas”

Presidente Jair Bolsonaro

“Cansado de show. O Brasil não é um país de maricas. É tolerante demais com a desigualdade social, corrupção, privilégios. Votou contra extremismos e corrupção. Votou por equilíbrio e união. Precisa de seriedade e não de show, espetáculo, embuste, fanfarronice e desrespeito”

General Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo

Mandou bem
As redes sociais reagiram com vários memes à declaração do presidente Jair Bolsonaro de que seria necessário uso se pólvora, já que a diplomacia não seria suficiente num embate com os Estados Unidos em possível retaliação por desmatamento na Amazônia.

Mandou mal
O presidente Jair Bolsonaro referiu-se de forma pejorativa aos brasileiros que têm responsabilidade na prevenção contra o novo coronavírus. Ele disse que temos de deixar de ser um “país de maricas”. Enquanto isso, mais de 160 mil pessoas já morreram de covid-19.

Enquanto isso…
Na sala de Justiça
Em nota, a OAB-DF manifestou-se sobre as acusações de uma atendente do Pizza Hut contra o advogado Frederico Wassef. A moça afirma que foi mal-tratada, vítima de injúria racial, na pizzaria do Píer 21, e apresentou duas testemunhas. O ex-advogado do filho do presidente Jair Bolsonaro negou a história e se diz alvo de uma conspiração. O presidente da OAB-DF, Délio Lins e Silva, evitou tomar partido. Disse que confia na investigação, mas condenou qualquer ato de racismo.

A pergunta que não quer calar….
O voto de hoje será motivo de arrependimento no futuro de muitos eleitores?