Eixo Capital/ Por Ana Maria Campos
Há anos amigo e discípulo de João de Deus, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) não esconde a decepção com relação às denúncias de abuso sexual que atingem o médium de Abadiânia. Rollemberg ainda acredita no dom de cura do religioso, mas está assustado com os vários depoimentos prestados por mulheres à Polícia Civil e ao Ministério Público de Goiás. Por isso, a fotografia de João de Deus foi retirada da parede do gabinete do governador, onde Rollemberg presta uma homenagem a seus heróis, como Miguel Arraes, Oscar Niemeyer, Jamil Haddad, Lucio Costa, Eduardo Campos, Cora Coralina, o Papa Francisco, JK e os pais, Teresa e Armando Rollemberg, entre outros. Rollemberg já havia retirado a imagem do ex-presidente Lula da galeria, quando a Lava-Jato apontou denúncias de corrupção contra o petista.
Em análise
O governador Ibaneis Rocha (MDB) confirmou à coluna que ainda analisa se deverá ou não extinguir a Casa Militar do DF. Mas acredita que, caso decida manter o órgão, poderá também criar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). As duas pastas funcionariam concomitantemente. De qualquer forma, tudo ainda está em análise.
Proporcional
O projeto de criação do GSI prevê quatro secretarias vinculadas ao órgão, com a maioria comandada por militares, num contraponto à chefia estar vinculada a um civil, o deputado Laerte Bessa (PR/DF).
Novos capítulos
A guerra nos bastidores entre policiais civis e militares é grande. Oficiais da PM resistem ao reajuste da Polícia Civil sem um valor idêntico para a corporação. Esse embate não é novo. Começou nas negociações entre o governo Rollemberg e os sindicatos da Polícia Civil, em 2016. PMs reagiram e o governador garantiu que qualquer aumento seria igual para todas as forças de segurança, o que tornou a medida inviável financeiramente. Agora, a novela segue quente. Mas Ibaneis Rocha faz as contas com relação aos vencimentos das forças, para que um reajuste igual acabe tornando os salários líquidos dos policiais militares mais altos do que os dos civis.
Um bebê e novos projetos
Na semana em que a Câmara Legislativa aprovou a Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS), o secretário de Gestão do Território e Habitação (Segeth), Thiago de Andrade, recebeu a notícia de que será pai pela terceira vez. O arquiteto que já tem Martim, 6 anos, e João, 4, vai ganhar um bebê, em 2019. A brincadeira é que será um novo parto, depois de quatro anos de trabalho na elaboração, discussão e aprovação da LUOS. Foram mais de 90 reuniões públicas, com um trabalho de convencimento da sociedade e dos deputados distritais. Agora, Thiago volta para a atividade como arquiteto com muito mais bagagem e se prepara para escrever um livro sobre a orla do Lago Paranoá.
Áreas estratégicas ainda sem chefia
Entre os órgãos ainda sem chefia no próximo governo, há algumas áreas estratégicas. Ainda não há definição para a direção-geral do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), que administra os contratos milionários de coleta de lixo. Também não há anúncio sobre quem ficará responsável pela gestão dos presídios, como subsecretário do Sistema Penitenciário (Sesipe). Essa é uma área mais do que delicada, considerando-se que já houve denúncias de favorecimento a presos ilustres, como Luiz Estevão, José Dirceu e outros condenados no mensalão.
Anilcéia reeleita no TCDF
A conselheira Anilcéia Machado foi reeleita presidente do Tribunal de Contas do DF. Márcio Michel assume a vice-presidência e Inácio Magalhães será o corregedor. A vez era do conselheiro Paulo Tadeu, até então vice-presidente, mas ele apoiou a recondução de Anilcéia.
Na transição de Bolsonaro
Dois ex-integrantes da equipe de Rollemberg participam das comissões temáticas da transição do governo Bolsonaro. Antônio Vogel, que comandou a Gestão Administrativa, está em dois grupos: Atualização dos Atos Normativos e Previdência. Ex-secretário de Saúde, o consultor do orçamento do Senado Fábio Gondim participa das discussões sobre economia e comércio exterior, na comissão presidida pelo futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes. As nomeações foram publicadas no Diário Oficial da União desta quarta-feira.
Família
Com perfil conservador, a deputada eleita Bia Kicis (PSL), uma das parlamentares mais próximas do presidente eleito, Jair Bolsonaro, integra o grupo que discute na transição temas relacionados à mulher, família e direitos humanos, coordenado pela futura ministra Damares Alves.
Joe se despede da vida pública
O presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), se despediu ontem da vida pública, com um balanço de sua gestão nos últimos dois anos. Disse que trabalhou para dar transparência e aproximar a Casa ao cidadão e promoveu economias nas despesas legislativas. Joe anunciou uma economia histórica em 2017 de R$ 118 milhões, devolvidos aos cofres públicos. Em 2018, houve redução de 40% dos gastos com a verba indenizatória. Joe não disputou a eleição, apesar de ser apontado até como provável candidato majoritário, ao governo, vice ou ao Senado.