Para realinhar a base aliada às vésperas da votação do projeto que reestrutura a previdência, o governador Rodrigo Rollemberg exonerou dezenas de comissionados indicados pelo PDT, principalmente pelo distrital Reginaldo Veras (PDT), contrário à proposta. O deputado Bispo Renato (PR), que há anos tem feito dura oposição ao governo, ganhou cargos e já é apontado como um voto favorável à reestruturação do sistema de aposentadorias do funcionalismo. As vagas distribuídas ao representante do PR são na Secretaria de Trabalho, antigo feudo do parlamentar, na gestão de Agnelo Queiroz.
Coralina Ferraz Lima, por exemplo, filha do chefe de gabinete de Reginaldo Veras, foi demitida do cargo de assessora da Subsecretaria de Atendimento ao Trabalhador. Para o lugar de Coralina, foi nomeado Josilvado Soares de Queiroz. Ele é pastor e gravou vídeos de apoio a Bispo Renato na última campanha. Josivaldo atuou na Secretaria de Entorno, na gestão de Agnelo Queiroz, que estava sob comando de Bispo Renato à época.
Rollemberg também acaba de nomear João Carvalho Freitas de Araújo como gerente da Agência de Atendimento ao Trabalhador de Samambaia. Ele foi indicado por Bispo Renato e já havia atuado na pasta quando o distrital era secretário. Outro aliado de Bispo Renato que passou pela área de trabalho no governo passado e agora volta a ocupar cargo comissionado é João Rodrigues Brandão Neto, que será gerente da Agência de Atendimento ao Trabalhador do Itapoã.
Michelle Cardoso de Souza, que foi assessora de imprensa da Secretaria de Entorno sob a gestão de Bispo Renato, conseguiu uma vaga de gerente de Captação de Vagas da Coordenação de Ações para o Trabalhador e o Empregador. Ao todo, pelo menos 20 pessoas ligadas a Bispo Renato foram nomeadas esta semana para postos na Secretaria de Trabalho. Aliados do PDT foram demitidos dessas vagas.
Em nota, o deputado Bispo Renato Andrade esclareceu “que continua sendo um parlamentar com posição independente. A nomeação de qualquer servidor nada tem a ver com o seu voto no PL 122/2017. Bispo Renato continua ouvindo a opinião dos servidores antes de definir seu voto”.
O PDT afirmou, em nota, que “infelizmente, o governo atua com o intuito de intimidar e pressionar os deputados distritais do PDT para que votem favoravelmente ao projeto que trata da previdência dos servidores públicos”.
Segundo o documento divulgado pelo partido, desde segunda-feira, vários indicados pelo PDT “por critérios técnicos” vêm sendo exonerados. “Lamentamos profundamente a atitude adotada pelo governador. O PDT dá e continuará dando ampla e irrestrita liberdade de atuação a seus parlamentares”.
Na nota, assinada por Georges Michel, presidente regional da legenda, o diretório regional do PDT informou que “o futuro da relação entre o PDT e o governo será discutido democraticamente na convenção que ocorrerá 17 de setembro, na sede nacional do partido”.