Em entrevista ao programa CB.Poder, uma parceria entre a TV Brasília e o Correio Braziliense, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti, falou sobre o futuro da Lava-Jato e afastou a possibilidade de enfraquecimento da operação. “A Lava-Jato está sendo tocada por órgãos independentes. O Ministério Público é independente, a Polícia Federal, apesar da hierarquia, é um órgão de Estado, os outros também fazem um trabalho muito sério. A justiça que vai fazer a análise desses documentos é técnica. A quantidade de provas coletadas é muito grande, então, a Lava-Jato não vai ter reversão. Eu não temo pela Lava-Jato em si, nesse aspecto. Agora, com relação a mudanças legislativas que enfraqueçam a capacidade do MP, da PF, da Receita Federal, de atuarem em futuras investigações, esse risco existe”, afirmou.
Sobre a lista tríplice para a escolha do substituto do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ele refutou a indicação de alguém da confiança do presidente Michel Temer, em razão da citação do chefe do Executivo em delação da JBS. “Em duas oportunidades, durante o seu mandato, o presidente disse de maneira clara e inequívoca que vai respeitar a lista encaminhada pela Associação Nacional dos Procuradores da República e todas as forças políticas relevantes do país, mesmo as de oposição, hoje ligadas ao Partido dos Trabalhadores, sempre se manifestaram favoráveis à lista tríplice”, analisou.
Ele ressaltou ainda a importância da lista para a escolha adequada para o cargo. “Desde que foi implementada, ela completou uma dinâmica que garante ao mesmo tempo que as forças políticas possam participar, porque é do jogo democrático que o presidente faça a última escolha, mas que seja feita a partir de um crivo, uma seleção prévia dos colegas, que selecionam pessoas que tenham experiência e capacidade de liderança dentro da casa”.
