Cristiano Araujo
Cristiano Araujo Crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press. Cristiano Araujo

Repercussão da Operação Drácon derruba Cristiano Araújo da diretoria do Metrô

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O ex-deputado distrital Cristiano Araújo (PSD) não será mais o diretor de Administração da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô). Segundo o Palácio do Buriti, ele desistiu do cargo. O político havia sido indicado pelo governador Ibaneis Rocha, mas a nomeação gerou polêmica e desgaste para o GDF, já que Cristiano é réu por corrupção na Operação Drácon.

 

Nesta quarta-feira (16/01), Ibaneis disse que Cristiano “se retirou do páreo” e garantiu que, se absolvido, o ex-distrital será nomeado “para qualquer outro cargo. “É um parceiro político, tem competência e muitos anos como deputado e gestor de empresas privadas”, argumentou o governador.

 

“Eu disse a ele: ‘você conta com a minha confiança, conheço o seu processo e acho que você tem todas as condições de ser absolvido, mas acho que isso aqui vai atrapalhar a defesa’. Aí ele optou por se retirar do páreo”, acrescentou o governador. Ibaneis falou sobre o caso após um encontro com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

 

Currículos

Agora, o governador vai escolher um novo nome para a Diretoria de Administração do Metrô. “Vou estudar os currículos hoje à tarde”, explicou. Nos últimos dias, Ibaneis Rocha vinha sendo muito criticado por conta da escolha de um político réu por corrupção.
 

“Li a denúncia recebida e não vi muitos elementos que levassem à condenação. Mas como a exposição dele na mídia está sendo muito grande, chamei o Cristiano como advogado, com a experiência que tenho, e disse que isso ia atrapalhar a defesa”, argumentou.

 

Como o Correio publicou em primeira mão nesta semana, as alegações finais do Ministério Público do DF em um processo da Drácon trouxeram vários novos elementos contra Cristiano Araújo. Os promotores apresentaram uma evidência inédita que reforça a relação entre o ex-deputado e Ricardo Cardoso, ex-diretor executivo do Fundo de Saúde, responsável pela liberação dos recursos da emenda investigada.

 

Desde a CPI da Saúde, realizada na Câmara Legislativa, já se sabia que os dois se encontraram em São Paulo e almoçaram, logo depois do pagamento da emenda de R$ 30 milhões. Eles disseram, no entanto, que foi um encontro ao acaso para tratar de “assuntos institucionais”, porque os dois estavam na mesma época em São Paulo. Desmentiram, assim, uma vinculação mais próxima que reforçaria a tese de que Cristiano era a “ponte” entre os deputados e o suposto esquema de corrupção denunciado na Operação Drácon.

 

Mas os promotores de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) descobriram que os dois, na verdade, viajaram juntos, em 14 de janeiro de 2016, no mesmo voo.

 

As passagens dos dois estão vinculadas ao mesmo código de reservas e eles viajaram lado a lado na aeronave. A agência de turismo Mix Travel Agência de Viagens Ltda – ME revelou que Cristiano comprou os dois bilhetes de passagens.