“Não sou só eu que acho o governo Rollemberg uma porcaria, é a sociedade”, diz Reguffe

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O senador Reguffe (sem partido-DF) é o entrevistado da semana do programa CB.Poder. Durante a conversa, que foi ao ar nesta terça-feira (06/12) ao vivo na TV Brasília, o parlamentar repercutiu a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que afastou o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência da Casa. “As instituições estão funcionando e a Lava Jato está cumprindo seu papel”, afirmou. Reguffe fez ainda duras críticas à atuação dos deputados federais, que aprovaram emendas desfigurando o projeto das 10 Medidas contra a Corrupção. “Esse é mais do que um projeto do MP, é uma proposta que teve a assinatura de mais de 2 milhões de brasileiros. A Câmara, num ato sorrateiro, resolveu desfigurar esse projeto. Se há erros e excessos por parte do MP e de juízes, que punamos os erros e os excessos, mas sem nunca enfraquecer instituições que são importantes para o Estado democrático de direito”.

Sem partido político há 10 meses, desde que deixou o PDT, o senador disse que não tem pressa para escolher uma nova legenda. “Para eu me filiar em um partido, eu tenho que acreditar, tenho que me entusiasmar.  Sou um dos poucos políticos que pode encher a boca para dizer que honrou e cumpriu tudo o que escreveu no panfleto de campanha, ponto por ponto”, explicou o parlamentar do DF. “Fui deputado distrital, federal, fui senador, e nunca tive um cargo em governo nenhum, sempre respeitei o que está na Constituição: os poderes são independentes”.

Reguffe foi cobiçado para a Presidência da República

Apesar de ser o nome mais mencionado em pesquisas eleitorais da disputa ao governo do Distrito Federal, Reguffe garante que não será candidato a nada em 2018. “As pessoas hoje brincam muito com eleitor, pedem uma representação para representá-lo no cargo para depois virar secretário de estado ou ministro. Se assumi compromisso de estar naquele cargo, tenho que honrar esse compromisso integralmente. Eu vou cumprir meu mandato inteiro no Senado”, assegurou o parlamentar.  Ele reconheceu ter sido procurado para a disputa à Presidência da República, mas não quis revelar os partidos que o cobiçaram. “Houve, sim, sondagens de alguns partidos para que eu entrasse nessa disputa nacional”.

Reguffe defende o fim de alguns privilégios de parlamentares, como aposentadoria especial. “Não só penso isso como no meu primeiro dia como senador, abri mão em caráter irrevogável da aposentadoria especial de parlamentar, e fiz a opção formal de continuar contribuindo para o INSS. Também abri mão do plano de saúde vitalício a que os senadores têm direito, para o titular e para a família, sem limite de despesas”, destacou o senador.

Apesar de ter participado da campanha do governador Rodrigo Rollemberg, Reguffe não poupou críticas ao aliado. “Faço uma avaliação muito ruim do governo do Rodrigo. Na minha concepção, ele ainda não entendeu por que ele chegou até lá. O Rodrigo foi eleito para estabelecer uma nova forma de gestão pública, para ter uma relação diferente com o Poder Legislativo, uma relação no plano das ideias. Fizemos uma aliança baseada em um programa de governo e esse programa foi jogado na lata de lixo. Só queria que ele honrasse o programa de governo”, disparou o senador. “Espero que ele faça uma inflexão. Não sou só eu acho que o governo está muito ruim, uma porcaria, é a sociedade”, acrescentou.

Questionado sobre os pontos do governo que suscitam mais críticas, Reguffe mencionou o aumento de impostos acima da inflação. E mencionou exemplos que ele teria dado ao governador para melhorar a arrecadação, mas que não teriam sido seguidos. “Sugeri a ele criar uma loteria distrital, como existe em outros estados, de regularizar condomínios onde estiver pacificado, de criar fundos do BRB mais atrativos.  Acho que o governo é muito ruim, muito diferente do que eu sonhei”, disse o senador. “O Rodrigo é uma boa pessoa, mas não sei se hoje eu faria campanha para alguém na disputa ao governo”. Outra crítica a Rollemberg é o fato de o governador não ter tirado do papel a promessa de escolha direta de administradores regionais. “Não dá para entender como um governo que prometeu eleições diretas para administrador regional faça loteamento de cargos entre deputados distritais”, criticou.

Helena Mader

Repórter do Correio desde 2004. Estudou jornalismo na UnB e na Université Stendhal Grenoble III, na França, e tem especialização em Novas Mídias pelo Uniceub.

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