A Reforma Tributária ainda não está pronta para ser votada no Senado e exige mais debates. A avaliação é do senador Izalci Lucas (PL-DF), palestrante do almoço-debate do Lide Brasília, que reúne empresários e presidentes de entidades classistas da capital, sob a coordenação de Paulo Octávio.
Além de fazer estimativas do impacto da reforma na economia, Izalci defendeu a retirada do regime de urgência da tramitação da proposta no Senado. “O governo mandou o projeto em regime de urgência e está trancando a pauta. Queriam que votasse igual à Câmara dos Deputados, sem discutir emendas. A gente vê nessas audiências a importância do debate, porque todos os segmentos estão apresentando reivindicações”, afirmou o senador do PL.
O senador acredita que o debate em torno da proposta é fundamental. “É impossível votar essa matéria sem uma ampla discussão. Estamos fazendo reuniões na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), para analisar as demandas. É um projeto que afeta a vida de todo mundo”, afirmou Izalci, que é coordenador do grupo de trabalho na CAE.
“É um projeto que afeta todas as atividades, mas que a conta quem paga mesmo é o consumidor. São 1,2 mil emendas apresentadas e nós vamos fazer mais 21 reuniões e audiências públicas para debater o tema”, destacou Izalci.
O encontro nesta terça-feira (01) teve a presença do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, de secretários de estado como Ney Ferraz (Economia), Cristiano Araújo (Turismo), José Humberto Pires de Araújo (Governo) e Valter Casimiro Silveira (Obras); do presidente da Câmara Legislativa, deputado Wellington Luiz, e de parlamentares do DF, como o deputado federal Gilvan Máximo (Republicanos).
Para o senador Izalci Lucas, o empresariado deve se engajar urgentemente nos debates. “Precisamos alertar os empresários para que eles possam mobilizar, procurar seus senadores e deputados, para fazer as alterações que acharem necessárias”, acrescentou.
Preocupação
O governador Ibaneis Rocha também externou sua preocupação. “A gente tem comparecido aos eventos que unem o empresariado. A Reforma Tributária preocupa a todos, até porque as primeiras matérias que têm saído indicam que nós teremos uma das maiores cargas tributárias do mundo. Isso preocupa porque vai diminuir o consumo, vai diminuir a renda da população e vai diminuir também a produção das empresas” avaliou.
A preocupação faz com que a equipe econômica do DF, comandada pelo secretário Ney Ferraz, acompanhe todos os passos, assim como a Procuradoria-geral do Distrito Federal. “Eu tenho acompanhado a área de serviço, pois sou da advocacia. A gente vai ter quase uma dobra no valor da nossa tributação e de vários outros setores, o que tem revelado uma grande preocupação com o que está tramitando no Senado. É um debate muito importante”, disse.
O governador acrescentou ainda que é contrário ao pedido de urgência na tramitação da proposta.
“Nós já passamos mais de 30 anos discutindo Reforma Tributária e conseguimos avançar em alguns pontos. Temos que ter atenção a esse chamado que está sendo feito por todos os setores da economia, para que a gente não tenha uma situação reversa daquilo que foi proposto e que é um avanço para o país”, afirmou Ibaneis.
Cautela
Para Paulo Octávio, que comanda o Lide Brasília, a primeira preocupação deve ser com o crescimento econômico do Brasil. “Nós temos a maior carga tributária do mundo. E a reforma que foi votada pela Câmara dos Deputados e está no Senado atualmente é bastante complexa. A grande parte do setor produtivo brasileiro não entendeu ainda como vai funcionar”, destacou.
Defensor da simplificação tributária, PO relembrou seus tempos de parlamento. “Eu fiz um projeto que era uma proposta de imposto único para agregar a todos e incentivar novos empreendedores e jovens empresários. O Brasil precisa de motivação. As pessoas que querem trabalhar, que querem gerar empregos, que querem criar empresas, precisam de serem motivadas. Quando as pessoas encaram a carga tributária brasileira, acabam desistindo de empreendimento, assim como o capital estrangeiro também vem com medo. Essa intranquilidade é muito ruim”, ponderou Paulo Octávio.
PO acrescentou: “Este é um assunto importante e que vai mudar o Brasil. Não adianta pressa para depois criar um monstrengo que ninguém entende e que não vai ajudar, porque o que nós queremos mais é gerar empregos. O Brasil não pode crescer 2% ao ano. O Brasil tem que crescer 5%, 6%, como já cresceu. É inacreditável que nosso crescimento é tão pequeno, comparado a todas as economias do mundo. Eu não aceito um Brasil, com esse potencial, crescer 2% ao ano. Nós temos que mudar esse patamar”.
Foto: Celso Júnior/Divulgação
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