Com previsão de estourar o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) nos próximos meses, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) estuda fazer uma reforma administrativa a fim de reduzir a quantidade de secretarias no governo. No Palácio do Buriti, fala-se em diminuir para 11, 16 ou 20 o número de pastas — atualmente são 25. A equipe do GDF tem se reunido com frequência para discutir quais setores podem perder o status de primeiro escalão e serem anexados a pastas de maior relevância. Na semana passada o governo anunciou o corte de 20% nos gastos com pessoal.
A saída de Paulo Salles da Secretaria de Ciência e Tecnologia pode ter sido o início da reforma. Ele não queria deixar o cargo, mas Rollemberg encontrou uma saída honrosa para Salles, que assumiu uma função na Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa). Assim, abriu espaço para a área ser rebaixada. É possív77el que a secretaria se una à de Educação ou Desenvolvimento Econômico. A dúvida, porém, é de ordem política: se for para a primeira, a pasta, que já é grande, ficaria maior e dificultaria a gestão; a segunda, por sua vez, é cota do PSD e o partido se fortaleceria no GDF.
Cogitou-se incluir as secretarias da Criança e Adolescente e da Mulher, Igualdade Racial e Direitos Humanos na pasta da Justiça e Cidadania. Como essa última é indicação do PSDB, o Buriti calcula politicamente se vale a pena dar mais peso à legenda. Esporte e Lazer, Cultura e Turismo, que hoje têm três chefes, podem passar a ter só um. A dificuldade, nesse caso, é escolher quem continuaria no primeiro escalão. Uma pasta está com o PRB, outra com o PSB, partido do governador, e a última se encontra com Guilherme Reis, um dos secretários mais bem avaliados por Rollemberg.
Tudo está em fase de análise. Ontem, o socialista se reuniu com a maioria dos secretários na Residência Oficial de Águas Claras. Ele conversou com um por um a fim de saber as necessidades e as ações importantes de cada pasta para decidir como deve ocorrer a reforma administrativa.