A recomendação do Ministério Público do DF para que seja revogada a ordem de fechamento de delegacias fora do horário de expediente criou uma saia-justa para o diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba. Se descumprir, ele vai trombar com a procuradora dos Direitos do Cidadão, Rosynete de Oliveira Lima e com os promotores do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), que expediram a orientação na semana passada. São eles os interlocutores com o governo Rollemberg nas audiências judiciais, para as negociações salariais da categoria. Por isso, os integrantes do MPDFT exigem uma contrapartida da Polícia Civil, de manter o atendimento à população como era antes do Movimento “PC Legal”. Mas, se atender a recomendação, convocar de volta os policiais cedidos para outros órgãos com objetivo de lotá-los em delegacias para mudar o expediente da instituição, Eric Seba será bombardeado internamente pelos colegas e também pelos sindicatos que consideram a orientação do Ministério Público uma intromissão em assuntos administrativos da Polícia Civil.
Ordem é ganhar tempo
Antes de tomar uma decisão sobre cumprir ou não a recomendação do Ministério Público, a direção-geral da Polícia Civil deve usar todo o prazo de 10 dias, estabelecido no próprio documento. Mas o Ministério Público do DF deixou claro: o descumprimento da recomendação sobre a abertura das delegacias pode provocar um embate na Justiça.
Pressão total
O diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, está por um fio. Se não houver uma solução a curto prazo para as demandas salarias da classe e se o movimento dos sindicatos se intensificar, ele vai deixar o cargo. A recomendação do Ministério Público intensificou a crise interna.