A alegria das categorias com a assinatura da medida provisória que previa aumento para policiais e bombeiros do DF — anunciada como um presente de Natal para as corporações — durou pouco. O recuo do presidente Jair Bolsonaro ontem azedou a festa. Isso porque a tramitação de um projeto de lei tende a ser muito mais demorada do que a de uma medida provisória, além de não ter validade imediata como a MP. Mesmo com a promessa de que o reajuste será retroativo a janeiro de 2020, os profissionais da segurança terão de esperar. Na avaliação de parlamentares, o PL deve se arrastar, no mínimo, até abril. E, até lá, as categorias devem fazer barulho.
O Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF) convocou, pouco depois do recuo de Bolsonaro, assembleia para segunda-feira. A categoria definirá a posição em relação à mudança proposta e quais ações serão levadas adiante. Mais um sinal de que a mudança de ideia do presidente não será recebida com passividade.
A reação aos reajustes foi rápida e grande. Tanto que Bolsonaro foi obrigado a voltar atrás, sob o argumento de que poderia cometer crime de responsabilidade. A repercussão dura e negativa são um sinal de que o embate, no Congresso Nacional, também será árduo.
Além da equipe econômica, houve outras manifestações que pesaram para o recuo de Bolsonaro. A Associação da Auditoria de Controle Externo do TCU (Aud-TCU) e a Associação Contas Abertas divulgaram nota em que criticam duramente a MP e a concessão dos reajustes para as forças de segurança do DF. “O árido ambiente financeiro, especialmente agravado em Estados com maior densidade populacional, impõe repúdio veemente ao privilégio que o Governo Federal concede ao Distrito Federal com a edição de Medida Provisória no apagar das luzes de 2019”, dizia o texto.
Em meio à notícia de que o reajuste não sairia como esperado, Ibaneis pode, ao menos, contar com o fato de que fez acenos aos militares recentemente. Nesta semana, ele concedeu a redução do interstício, que acelera a promoção de 2,6 mil profissionais. O fato de o recuo na MP ter partido de Bolsonaro também tira peso das costas do governador, que pode argumentar que fez a parte dele.
Um dos principais críticos do especial de Natal do Porta dos Fundos, o pastor e deputado federal Julio Cesar (Republicanos-DF) publicou um vídeo em que repudia o ataque feito à sede da produtora no Rio de Janeiro. Ele foi um dos únicos parlamentares contra o especial a se posicionar sobre o assunto e condenar a resposta violenta.
“Grupo de xtrema-direita, Comando de Insurgência Popular Nacionalista, assume ataque terrorista ao Porta dos Fundos. Criminosos gravaram a ação. É preciso máximo rigor na apuração e punição. Todos devemos cobrar: mídia, políticos, artistas, sociedade civil. urgente barrá-los”
Sâmia Bomfim (PSol-SP), deputada federal“‘Integralistas’ usando armas de black blocs, bandeira imperial (os integralistas brasileiros são republicanos) e soltando chavões de militância comunista contra o ‘grande capital’, a ‘burguesia’ e a favor do ‘justiçamento revolucionário’. Aham…”
Carla Zambelli (PSL-SP), deputada federal
Coluna Eixo Capital, publicada em 24 de novembro de 2024, por Pablo Giovanni (interino) À…
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