À queima-roupa: Benito Tiezzi, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindepo-DF)

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Como está a negociação da Polícia Civil com o governador Rodrigo Rollemberg sobre o reajuste reivindicado pela categoria?

O canal está aberto. Mas não há garantia ainda de manutenção da nossa isonomia com a Polícia Federal. É uma isonomia histórica, no amor e na dor. Por causa dela, passamos a ser o nono ou décimo lugar em termos de salário no país. O arrocho foi tão grande que ficamos para trás. A nossa capacidade de compra se esvaziou. Hoje ganhamos menos que outras carreiras jurídicas e, no momento em que há um aumento para a PF, não podemos deixar de ter também. Seria uma perda ainda maior.

Como pagar um reajuste salarial se o governo alega crise financeira?

O governador não disse que não vai pagar. Prometeu voltar a conversar em 15 dias, mas o que nos preocupou foi a falta de garantia de isonomia com a Polícia Federal. Isso é histórico.

O argumento da falta de recursos sensibiliza a classe?

Em hipótese alguma, até porque a primeira parcela do reajuste é para 2017 e temos uma estimativa de aumento de 8% do Fundo Constitucional no próximo ano. Na campanha, o governador garantiu que manteria a isonomia. Nenhum governador cogitou tirar.

Quando foi o último reajuste da classe?

Foi em 3 parcelas de 5%, em 2011, 2012 e 2013. Todos os servidores do GDF foram reajustados depois disso. Nós ficamos para trás.

O clima é de greve?
A assembleia vai decidir. Mas a sensação na categoria é péssima. A Polícia Civil está em polvorosa. Nós não deixamos de fazer o nosso trabalho, que é de excelência, fundamental, mas a sensação é de que não somos prioridade.

Quando a Polícia Civil faz greve um serviço essencial é paralisado. Não é um risco de acabar perdendo o apoio da população?
Fazer greve é péssimo. Os delegados não entram na paralisação. Mas os agentes param e isso compromete o trabalho. Ninguém quer greve. Por isso, tomara que o governador entenda nossa situação. Os servidores estão desestimulados por conta da questão salarial. O superendividamento é assustador.

E o auxílio-moradia? O Tribunal de Justiça do DF considerou inconstitucional a emenda à Lei Orgânica do DF que criou o benefício. A categoria vai desistir?
O nosso foco é o salário. Vamos discutir o auxílio-moradia mais para frente. Nosso deficit é de 50%. Esse aumento só vai diminuir o deficit. É uma questão de dignidade. Foi uma derrota para a Polícia Civil, mas um combustível explosivo para buscarmos nosso reajuste salarial.

Ana Maria Campos

Editora de política do Distrito Federal e titular da coluna Eixo Capital no Correio Braziliense.

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