“Qual vai ser a contribuição?”, questiona Delmasso sobre CPI do Iges-DF

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Coluna Eixo Capital, por Alexandre de Paula

À queima-roupa
Rodrigo Delmasso (Republicanos), vice-presidente da Câmara Legislativa

O senhor vem acompanhado desde o início o processo de vacinação. Como avalia as ações aqui no DF até agora? Qual a expectativa?
O governo acertou em não usar todas as doses de coronavac de uma vez e garantir a segunda dose. Isso, inicialmente, fez com a quantidade de pessoas vacinadas fosse menor, mas agora vamos ver diferença porque alguns estados estão com receio de não receber quantidades suficientes para essa segunda dose. Se as pessoas não receberem, será preciso recomeçar. Outro ponto foi algo que recomendamos no relatório preliminar (da comissão de vacinação da CLDF) lá atrás, que foi a criação de site para cadastro e a própria secretaria ir agendando a vacinação. Fizeram esse lançamento, mas foi uma recomendação nossa anterior e isso vai ajudar a organizar o processo aqui em Brasília. A velocidade geral depende muito das doses enviadas pelo Governo Federal.

O senhor acredita que a Câmara Legislativa conseguiu cumprir seu papel durante a pandemia? Quais ações o senhor destaca?
Eu acho que está cumprindo, sim, o papel e as ações que eu mais destaco são as aprovações dos auxílios emergenciais. Aprovamos a complementação do auxílio do Governo Federal no ano passado e, recentemente, a ajuda para taxistas e motoristas de van. Há outras ações importantes, como a lei de utilização de máscaras e a que coloca atividades religiosas como atividade essencial, pois já é estabelecido que a atividade religiosa tem poder terapêutico.

Mas é possível manter segurança nas igrejas?
Não tivemos nenhum situação de aumento de casos de pessoas que frequentam cultos. Todas as instituições religiosas estão adotando protocolos. A grande maioria diminuiu o tempo justamente para evitar o risco de contágio. Na minha visão, todas as instituições religiosas têm atendido às expectativas e tomado as devidas precauções. É uma demonstração de responsabilidade.

Estava em estudo a ideia de manter sessões remotas, híbridas depois da pandemia na Câmara Legislativa. Em que pé a ideia está?
Eu particularmente acho que pela produtividade da Câmara, a gente poderia fazer de uma forma permanente sessões híbridas. Por dois motivos: nós aumentamos e muito a aprovação de projetos de lei; e pela economia porque o parlamentar usa muitas vezes a estrutura dele. Defendo a manutenção mesmo terminando a pandemia, mas vamos fazer uma audiência pública para debater para que isso não venha ser tratado como um benefício.

O senhor é muito ligado a pautas voltadas para a economia. Dá para enxergar uma retomada da economia aqui no DF neste ano?
Eu acho que este ano ainda será complicado justamente por causa das dificuldades da pandemia. O setor produtivo tem se mostrado resiliente, mas estamos batendo recordes de desemprego. Para 2022, vamos ter uma retomada muito grande. Por isso, tenho batido no ponto de que temos de planejar a retomada. Tenho privilegiado projetos que deem segurança jurídica para a retomada e que dê apoio desde os nano-empreendedores e aos grandes.

O senhor acha que é o momento de se fazer uma CPI do Iges na CLDF? A oposição diz que a base quer impedir a investigação…
Quem é a base para impedir investigação? A PCDF e o MP estão investigando. A base não está impedindo que esses órgãos apurem. A Câmara Legislativa está apoiando esse tipo de investigação. A CPI é uma investigação política. Não estou desmerecendo a atividade política, mas é o momento de fazermos uma investigação política na situação que estamos vivendo? Nós estamos pregando distanciamento social. A CLDF está fechada, fazendo sessões remotas. O funcionamento remoto de uma CPI vai conseguir alcançar a expectativa da sociedade? Qual vai ser a contribuição? Vamos apresentar a solução para a Saúde e para o Iges-DF? Todos nós sabemos que é legítimo da oposição fazer esse tipo de investigação, mas existem outros assuntos que são de extrema importância e até hoje não foram investigados. Há indícios de corrupção, por exemplo, na construção de presídios que foram entregues no governo passado, por que não investigar isso? Eu não sou contra investigação, quem fez o mal feito tem que pagar por isso. Precisamos saber quem vai fazer e se é o momento.

Alexandre de Paula

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