A punição imposta ao ex-senador Luiz Estevão, detido em uma solitária da Papuda por conta de infrações disciplinares, deixará o empresário mais longe da liberdade. O bom comportamento na cadeia é um dos principais fatores para a concessão de benefícios, como a progressão de pena ou a liberação para trabalho externo. A Lei de Execuções Penais prevê sanções como advertências verbais, repreensão, suspensão de direitos ou isolamento, além da inclusão no regime disciplinar diferenciado. A lei proíbe o uso de celas escuras ou sanções coletivas. O isolamento vale por prazo de até 10 dias.
Estevão pode perder benefícios
Em caso de faltas disciplinares, a Justiça pode revogar até um terço do tempo de remição de pena. É isso que pode causar problemas ao ex-senador. Em quase um ano de detenção, Luiz Estevão fez cursos de inglês, de mecânico e até de pedreiro para fins de redução de pena. Além disso, a passagem para o regime semiaberto, por exemplo exige a verificação da ficha disciplinar. Depois de cumprir ao menos um sexto da pena, o preso pode pleitear o benefício, se “ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento”.
Cabeleira made in Los Angeles
Quando Eike Batista chegou ao presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro, e teve o cabelo raspado, muita gente lembrou que o empresário havia feito um tratamento caríssimo para implantar as madeixas. Ele não foi o único. Outro presidiário bilionário também gastou uma pequena parcela da fortuna para tentar manter o vigor capilar. Em conversa grava pela deputada Liliane Roriz e entregue ao Ministério Público, Luiz Estevão contou detalhes de seu implante de cabelos, realizado em Los Angeles, “o maior centro de recuperação capilar do mundo”, segundo ele. O ex-senador contou ter começado o tratamento em 1992. E revelou ainda usar um shampoo importado, especial para cabelos grisalhos.