A federação PT-PV-PCdoB confirmou domingo (24) a candidatura do ex-governador Agnelo Queiroz (PT) à Câmara dos Deputados. Foi uma decisão tomada pela direção nacional da federação do ex-presidente Lula
Agnelo teve a candidatura homologada na convenção do fim de semana, que oficializou toda a nominata para federais e distritais, além da chapa encabeçada pelo deputado distrital Leandro Grass (PV), com Olgamir Amancia (PCdoB) de vice e Rosilene Corrêa (PT) ao Senado. “Como deputado, quero ajudar o (ex) presidente Lula a governar”, disse Agnelo ao Correio.
Havia um embate interno no PT em função de pendências judiciais que apontam a inelegibilidade do petista. Com esse argumento, a executiva regional do PT havia decidido não inscrever Agnelo na disputa, mesmo com a aprovação do nome dele em encontro regional com cerca de 300 delegados. Mas o comando nacional interveio na semana passada.
Pendências judiciais
Agnelo tem duas condenações a serem derrubadas para que ele possa concorrer. Ele vai registrar a candidatura na Justiça Eleitoral e apresentar uma defesa quanto às impugnações que devem ocorrer de partidos adversários e do Ministério Público Eleitoral.
Uma das condenações se refere ao Centro Administrativo (Centrad). É uma ação de improbidade administrativa que pode ser derrubada a depender da posição do STF do dia três de agosto, quando os ministros decidirão a repercussão geral da retroatividade da nova lei.
O resultado interessa a vários políticos, entre os quais o ex-governador José Roberto Arruda (PL) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), porque discute a data de vencimento das penas. O TSE diz que vale por oito anos, a contar da data da eleição correspondente ao ato questionado. Mas isso significa 5 de outubro, três dias depois do pleito deste ano.
O vice-presidente do PT-DF, Wilmar Lacerda, defende que, se for preciso, Agnelo Queiroz seja substituído na candidatura em 12 de setembro, como ocorreu com Lula na campanha de 2018, quando Fernando Haddad entrou no campanha. Mas sustenta que o PT não pode deixar de registrar a candidatura de Agnelo.
Segundo o presidente do PT-DF, Jacy Afonso, a elegibilidade deve ter análise técnica isenta. “Não podemos correr riscos de inscrever candidatos com riscos de inelegibilidade e, como já aconteceu em outras unidades da federação, ter votos anulados e redução de bancadas”, disse.
E acrescentou: “Tratamos nesse momento de uma candidatura de grande potencial, do nosso ex-governador Agnelo, que todos sabemos, foi vítima de intensa perseguição judicial e que luta, com nosso apoio, para provar sua inocência e eliminar os obstáculos à sua vida pública. Desejamos que isso aconteça. Mas, sem a segurança de que seus votos serão validados, não podemos simplesmente ignorar riscos, por mais delicado que seja o caso”.
Mesmo com as discordâncias, a decisão nacional será respeitada e a candidatura de Agnelo será confirmada.
Entre aliados de Agnelo Queiroz, há uma avaliação de que o movimento dentro do PT para impedir a candidatura do ex-governador à Câmara dos Deputados tem ligação com a disputa interna.
Eles dizem que se trata de uma estratégia para manter a deputada Érika Kokay (PT) sem ameaças de ficar em segundo lugar e possivelmente não se eleger.
Mas os contrários à candidatura de Agnelo dizem que estão apenas defendendo o partido que pode perder os votos do ex-governador caso ele tenha o registro negado ou a candidatura anulada lá na frente.
Apesar do embate no PT-DF, Agnelo vai concorrer graças a uma decisão da direção nacional.
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