ALEXANDRE DE PAULA
O secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, afirmou que os profissionais da área terão metas a cumprir e serão submetidos à fiscalização por meio de sistema informatizado. Segundo o chefe da pasta, o governo acompanhará a quantidade de pessoas que chegam à cada unidade e o número de trabalhadores no local. “Trabalhar em cima de metas é muito importante. A pessoa atendendo terá de demonstrar serviço por meio do sistema”, justificou. A intenção é melhorar o atendimento e reduzir os problemas de ineficiência no sistema público.
As declarações foram feitas em entrevista ao programa CB.Poder, parceria do Correio com a TV Brasília, nesta segunda-feira (4/2). Conforme o secretário, é difícil dar um prazo exato para resolver os problemas da saúde no Distrito Federal, mas Okumoto espera melhorias significativas no prazo de 180 dias, período estabelecido pelo decreto de emergência assinado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) em 7 de janeiro. A medida facilita a contratação e a compra de insumos e medicamentos, reduzindo burocracias e licitações.
O estado do setor, quando assumiu a secretaria, era pior do que esperado, disse o chefe da Saúde do DF. “Tínhamos problemas grandes em pagamento de serviços já prestados. O governador pediu que fizéssemos o levantamento e pagasse essas dívidas para que não houvesse paralisação. Isso nos deixou apreensivos. Havia falta de 40% de insumos e medicamentos, os quais estamos tentando regularizar agora”, argumentou.
Ele afirmou ainda que há indícios de possíveis irregularidades em ações praticadas por governos anteriores. “Todos esses casos de dúvidas estão sendo avaliados para que sejam colocados à tona e as pessoas envolvidas, responsabilizadas”, afirmou. Os casos estão sob análise da Corregedoria-Geral do Distrito Federal.
Okumoto defendeu o projeto de ampliação do modelo de gestão do Instituto Hospital de Base, hoje renomeado Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF), o qual gerenciará, além do Base, seis UPAs e o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). A previsão é de que o Instituto comece a funcionar em 10 dias. “Pretendemos cumprir esse prazo. Há algumas dificuldades com documentação, mas estamos bastante adiantados nos estudos.”
Segundo o secretário, na prática, uma das grandes vantagens do novo modelo é a facilidade na contratação. É possível, com o Instituto, fazer contratações pela CLT, sem concurso. “Existem especialidades que não temos no concurso. Por exemplo: já foram chamados 200 anestesistas, mas só 75 se apresentaram. Temos um déficit e isso pode ser resolvido com esse modelo”, garantiu. O GDF ainda pretende convocar 561 aprovados no concurso da Secretaria de Saúde de 2014.
A falta de profissionais disponíveis na área pública se justifica, segundo Okumoto, também pela necessidade e a competitividade do mercado. “Há, em determinadas situações, a escolha pelo privado e não pelo público. Em momentos mais urgentes, precisamos fazer a contratação de maneira mais rápida.”
Os hospitais que estão fora do guarda-chuva do instituto terão resultados comparados com aqueles gerenciados pelo novo órgão, segundo o secretário. “Se tivermos o sucesso esperado, vamos expandir o modelo”, disse. “Enquanto isso, nos outros hospitais, nós estamos com um decreto de emergência. Vamos poder fazer um trabalho mais apurado nas aquisições, nos contratos de manutenção, melhorar o atendimento. Dar possibilidade para que os profissionais possam atender melhor a população”, acrescenta.
Recursos externos
A princípio, de acordo com o Okumoto, a pasta está trabalhando com os recursos disponíveis dentro do próprio GDF e com investimentos anteriores, mas a busca por verba no governo federal é também uma das prioridades. “Temos secretários adjuntos que vieram comigo do Ministério da Saúde para buscar esses recursos externos para somar ao nosso orçamento”, explicou.
Alguns ajustes são necessários para isso, comentou. “Existe a necessidade de alguns requisitos dentro de certas atividades para o Ministério repassar a verba. A gente tem que fazer adequação em cima desses requisitos. Por exemplo, vamos dizer que você precise de uma determinado número de profissionais para receber, aí você faz isso para conseguir garantir o recurso”, esclareceu.
Confira a íntegra da entrevista: