À QUEIMA-ROUPA
Fabiana Costa Barreto
Procuradora-Geral de Justiça do DF
O que é prioridade, agora, no segundo mandato à frente do MPDFT?
Vamos continuar trabalhando pela modernização do MPDFT e pelo fortalecimento da atividade investigativa. Temos projetos importantes na área de ciência de dados e novas tecnologias. Com inovação, criatividade, uso de estatística e compartilhamento de dados, será uma gestão voltada aos anseios da sociedade, ao acompanhamento de políticas públicas em diversas áreas e ao combate, cada vez mais efetivo, da criminalidade.
A pandemia mudou muito os planos iniciais de gestão?
Não mudou. Na verdade, nossa atuação se ampliou e fomos compelidos a trabalhar ainda mais. Fizemos adaptações, migramos de um atendimento presencial para o virtual em todas as promotorias de Justiça. Aumentamos o volume de atendimento à população, por meio da Ouvidoria, em 41%. O número de manifestações, em processos, cresceu 118% durante a pandemia, quando comparado ao mesmo período do ano passado.
O trabalho do Gaeco e do CI será incrementado? A equipe continua a mesma?
Sim. Essas áreas foram reestruturadas e receberam reforço de pessoal, orçamento e tecnologia. Fizemos parcerias com órgãos públicos que atuam na área investigativa para compartilhamento de informações e troca de experiências. Implantamos sistemas de integração de dados e descentralizamos o acesso à informação, o que agiliza o trabalho de todos os promotores do MPDFT. Os resultados estão aí e são muito bons.
O trabalho da força-tarefa de combate à covid-19 tem surtido efeito?
Com certeza. Mas, infelizmente, ainda dependemos de uma vacina que, esperamos, chegue rapidamente. Uma das vitórias da força-tarefa, por exemplo, foi a transparência das informações divulgadas pelo GDF sobre a disponibilidade de leitos de UTI nas unidades de saúde. Mas, há muitas outras. Temos um grupo de mais de 40 promotores e procuradores que se dedicam incondicionalmente a esse trabalho.
E na área de direitos humanos? O MPDFT tem atuado?
Temos atuado em diversas frentes. Em relação à população de rua, a atuação nos últimos meses visa assegurar medidas para evitar a contaminação pela covid-19 e garantir o acesso dessa população aos centros de acolhimento, alimentação, saúde e condições básicas de higiene. O Núcleo de Direitos Humanos também foi reforçado com foco no acompanhamento de políticas públicas voltadas ao enfrentamento do racismo, da violência doméstica e de gênero, da assistência à população de rua e localização de desaparecidos.
Temos visto muitos casos de feminicídio. Como o MPDFT pode agir?
Há um grande esforço na área de combate à violência contra a mulher. O MPDFT conta com 44 promotorias com atuação no combate à violência doméstica e seis promotorias de apoio operacional designadas para essa matéria. O Núcleo de Proteção à Vida, criado no início de minha gestão, também atua com um olhar voltado especialmente a esse tipo de crime.
Quem foi o principal aliado na recondução e na decisão do presidente Jair Bolsonaro de nomeá-la?
O trabalho. Penso que o maior aliado de qualquer profissional é o resultado que advém da sua dedicação. Ainda que se tenha o apoio de autoridades, quando se tem uma gestão anterior que apresenta resultados, é isso que conta. A quantidade expressiva de votos únicos que recebi, com muita alegria, na composição da lista tríplice, evidencia a aprovação de uma gestão exitosa.
A senhora citou seu pai no discurso. Como ele ajudou na sua decisão de ser promotora de Justiça?
É uma pessoa muito especial. Como eu disse, o arquétipo do homem virtuoso, com quem aprendi o valor do afeto, da educação, da confiança e da capacidade de realização pessoal.
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