Políticos do DF amam e odeiam a ideia de extinguir as escolas cívico-militares

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Por Ana Maria Campos – A decisão do Ministério da Educação de extinguir o programa de escolas cívico-militares do governo Bolsonaro dividiu os políticos do Distrito Federal. Da mesma forma, a manutenção das escolas administradas por militares definida pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), apesar da linha adotada pela gestão do presidente Lula, repercutiu bastante ontem entre aliados e adversários do Palácio do Buriti. Veja o que eles disseram:

“O Distrito Federal vai continuar a implementar. Quanto ao governo federal depende deles”
Governador Ibaneis Rocha (MDB)

“Recebo com surpresa e indignação a recente decisão do governo federal de encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares. Como parlamentar, pude visitar várias escolas do DF que implementaram esse modelo e vi de perto o bom desempenho dos alunos.
Infelizmente, para a atual gestão, a educação de qualidade das nossas crianças e jovens não está acima de rixas políticas ou movimento de retaliação a governos anteriores”
Deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania)

“Nos últimos anos batalhei muito para desconstruir a farsa das tais escolas cívico-militares. Um modelo inventado sem base pedagógica, legal e orçamentária. Uma cortina de fumaça para justificar a preguiça dos pseudogestores em fazer política educacional com consistência. No DF, foram 12 unidades educacionais atingidas pela enganação, que iludiu as famílias e gerou inúmeros retrocessos aos estudantes”

Leandro Grass, ex-deputado distrital (PV), presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)

“No DF, existem 17 escolas cívico-militares que atendem cerca de 15 mil alunos. O modelo reduziu a evasão escolar, aumentou o número de aprovados no Enem e elevou os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Uma pesquisa da Subsecretaria de Escolas de Gestão Compartilhada divulgada pela Agência Brasília em novembro de 2022 aponta que 85% dos entrevistados, entre professores, servidores, alunos e pais, aprovam o modelo. Além disso, 93% concordaram que a escola passou a ser um lugar melhor para estudar. Aproveito para deixar os meus parabéns ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que já informou que vai manter essas escolas no DF”
Deputado distrital Thiago Manzoni (PL)

“É absurdo atrás de absurdo. Querem acabar com tudo o que é bom para o povo. Mas as escolas cívico-militares vão continuar no DF. Parabéns ao governador Ibaneis Rocha pelo posicionamento”
Deputada federal Bia Kicis (PL-DF)

“Já dizia o patrono da educação Paulo Freire: ‘A educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer o debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa’. Mais um grande acerto do governo Lula e do ministro da Educação, Camilo Santana”
Deputada federal Érika Kokay (PT-DF)

“Muito acertada essa decisão do MEC. Esse é um importante passo para desmobilizar os feitos deixados pelo capitão capiroto nas nossas escolas”
Deputado distrital Chico Vigilante, líder do PT na Câmara Legislativa

“Lamentável a decisão do governo Ibaneis. As escolas militarizadas não mostraram nenhum elemento que justifique a sua manutenção. Pelo contrário, o que vemos é desrespeito a estudantes e profissionais. O DF tem problemas graves na educação: falta merenda e transporte”
Deputado distrital Gabriel Magno (PT)

“Escola é lugar de segurança emocional, aprendizado e expressão das singularidades. É velho e caduco militarizar as escolas. Acompanhamos nos últimos anos episódios de excessos por parte dos ‘disciplinadores’, sobretudo, nas periferias, onde havia ameaça e constrangimento aos alunos pretos e pobres. Vamos com investimentos, pesquisa e boa pedagogia em busca da educação que liberta e emancipa os estudantes. Parabéns, presidente Lula. Seguimos reconstruindo o Brasil”
Deputado distrital Ricardo Vale (PT)

“Lula faz um governo de retrocessos. Espero que o governador Ibaneis Rocha cumpra com a sua palavra e mantenha as escolas cívico-militares no DF, mesmo com a decisão errônea de Lula”
Deputado federal Alberto Fraga (PL-DF)

“A gente sabe que essa era uma política inefetiva. Não tinha nada de importante.
A gente sabia que não ia para lugar nenhum. A gente nunca ia conseguir resolver problema nenhum com as escolas cívico-militares. Muito pelo contrário.
A gente não pode melhorar a educação com base no medo, com base na humilhação, com base na agressividade. A gente precisa respeitar os direitos humanos.
A gente precisa melhorar a educação com mais arte, com mais esporte, com melhor infraestrutura nas escolas, valorizando e reconhecendo o trabalho dos nossos professores”
Rafael Parente, secretário de Educação do DF quando o projeto foi implantado. Ele deixou o governo, entre outros motivos, por discordar do modelo

Só Papos

“Não tem diferença entre um professor doutrinador e um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez até o professor doutrinador seja até pior porque ele vai causar a discórdia dentro da sua casa enxergando opressão em todo tipo de relação”
Deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PL-SP)

“Aprovamos cinco projetos em um momento muito importante para nós (professores). Nenhuma ofensa, nenhuma falta de respeito, nada vai tirar o nosso foco.
Somos traficantes de sonhos, traficantes de esperança, traficantes de aprendizagens. Quero dedicar essas aprovações a tantos quantos anonimamente exercem essa profissão. Professoras e professores, com muito orgulho, sim, senhor”
Senadora Teresa Leitão (PT-PE)

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